Os analistas da Genial Investimentos iniciaram cobertura dos BDRs do Mercado Livre (MELI34), com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 51,40, que indica um upside de 33,5% diante do fechamento do dia 5 de dezembro, em R$ 38,48.
O papel do Mercado Livre é o “top pick” da casa para o setor de tecnologia.
Na análise da Genial, o Mercado Livre demonstrou a criação de um ecossistema por meio de negócios que se complementam e se potencializam, para auxiliar a companhia a entregar um nível de serviço superior que os pares na América Latina, especialmente na logística.
“Hoje a companhia foca em três países que correspondem a mais de 90% das receitas totais no consolidado: Argentina, Brasil e México”, ressaltam os analistas da Genial.
A Genial elencou os seguintes diferencias do Mercado Livre no e-commerce:
- robustez da malha logística;
- um número de sellers 6x acima do segundo maior player no Brasil;
- uma elevada taxa de conversão, puxada por fluxo robusto de usuários no marketplace; e
- um prêmio no Take Rate em relação aos competidores.
Do lado de riscos, a operação de crédito do Mercado Livre representa um entrave para a empresa em um cenário de altos juros nos três países de atuação.
Há também um ambiente macro desfavorável na Argentina, país que concentra cerca de 45% da exposição total de receita da companhia, observa a Genial.
A Genial ainda vê a empresa em níveis significativos de alavancagem, afetando drasticamente o fluxo de caixa livre.
“Nossas estimativas apontam para um processo de desalavancagem para níveis mais saudáveis apenas em 2024, chegando a 0,25X Dívida Líq./EBITDA, o que marcaria o primeiro ano em nossa projeção em que FCFY (Fluxo de caixa livre) alavancado se tornaria positivo, atingindo a marca de 1,91%”, explicam os analistas.
Por fim, os analistas veem o MELI34 descontado comparado à Amazon (AMZO34) e Etsy.
“Diante da complexidade operacional, nossa visão é de que a companhia está mais próxima da Amazon do que das varejistas de e-commerce que estão localizadas no Brasil”, dizem.
Esse fator justifica múltiplos mais esticados para o Mercado Livre em comparação a Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), destaca a Genial.
Cotação do Mercado Livre
Os BDRs do Mercado Livre fecharam em queda de 1,72%, cotados a R$ 37,82.
Além do Mercado Livre, confira outros destaques desta terça-feira:
Embraer (EMBR3): banco corta preço-alvo de ADR, mas vê forte valorização. Qual o motivo?
- Em relatório divulgado nesta terça-feira (6), o JP Morgan reduziu o preço-alvo para Embraer (EMBR3) de US$ 16 para US$ 15,50 devido ao provável cenário macroeconômico mais difícil em 2023. Contudo, foi reiterada a avaliação de overweight (exposição acima da média do mercado) para os papéis negociados na Bolsa americana (ADR).
- Ainda assim o preço-alvo estabelecido pelo JP Morgan indica valorização sobre os papéis negociados na bolsa de Nova York – cotados a cerca de US$ 10.
- Segundo os analistas, o quarto trimestre de 2022 ainda poderá ser marcado por uma geração de caixa (FCF) de US$ 250-300 milhões, indicando um rendimento de 13% a 16%. Além disso, o JP Morgan prevê para o período uma receita de US$ 1,9 bilhão — 4% acima do consenso de mercado.
- Para chegar a essa projeção, foi considerada a expectativa de a Embraer entregar 81 aeronaves até dezembro deste ano. Na semana passada, um novo pedido de cinco aeronaves E195-E2 foi anunciado em comunicado enviado à CVM. A fabricante revelou que o valor do contrato será de US$ 389,4 milhões que será adicionado à carteira de pedidos do quarto trimestre
- Embraer enfrenta tempestade perfeita, diz banco
- Em 2022, o JP Morgan destaca que a Embraer enfrentou a “tempestade perfeita” devido a:
- guidance conservador sobre margens e FCF;
- aumento da pressão sobre a oferta correntes;
- preocupações na execução devido a taxas mais altas.
- “O fluxo de notícias negativas sobre entregas e cadeia de suprimentos superou as notícias positivas sobre pedidos, bem como novos contratos no segmento de serviços e parcerias estratégicas que, ao nosso ver, darão suporte ao crescimento da empresa no longo prazo”, escrevem os analistas.
- Embora seja apontado um provável cenário macroeconômico mais difícil em 2023, o banco está otimista com o desempenho da Embraer no próximo ano. Entre os fatores que podem contribuir para bons resultados da companhia, estão:
- melhoria contínua nas cadeias de suprimentos e entregas mais altas em 10%;
- chance de alta nos pedidos do segmento de defesa;
- crescimento de Serviços e Suporte refletindo novos contratos e maturação.
- Além disso, a Eve, controlada pela Embraer, representa outra fonte de valorização significativa para a empresa, já que a ela está atualmente avaliada em US$ 2,1 bilhões, adicionando US$ 11,00 por ADR ao preço-alvo.
- Os ADRs da Embraer fecharam o pregão em Nova York negociados a US$ 10,41, com alta de 1,51%.
Braskem (BRKM5): Petroplastic quer anular venda da Petroquímica Triunfo
- A Petroplastic, empresa pioneira do setor petroquímico, entrou nesta segunda-feira (6) com uma ação popular no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a venda da Petroquímica Triunfo, da Petrobras (PETR4), para a Braskem (BRKM5), do grupo Odebrecht. A transferência foi concluída em 2009.
- O empresário Caio Gorentzvaig, dono da Petroplastic, afirma que houve uso indevido do patrimônio público para criar ‘verdadeiro monopólio privado’. Ele alega que a transação eliminou ‘toda e qualquer concorrência nacional’ e fez com que a Braskem despontasse isolada no setor.
- “A Petrobrás comprou todos os ativos petroquímicos que tinham relevância no País, pagando por eles quantias bilionárias. Depois, parte desses ativos foi alienada, sem qualquer formalidade exigida pela lei e pela Constituição, mediante incorporação na empresa privada Braskem, agigantando o seu patrimônio”, afirma no processo.
- A ação alega que a incorporação da Petroquímica Triunfo pela Braskem ocorreu em ‘condições privilegiadas’ e que a operação não poderia ter sido realizada sem um processo de desestatização ou de alienação das participações minoritárias.
- “Atualmente, todas as empresas de relevância do setor petroquímico já se encontram incorporadas no patrimônio da Braskem”, diz outro trecho da ação.
- A Petroplastic aponta violação aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.
- Imbróglio
- A briga em torno do controle da Petroquímica Triunfo dura quase quatro décadas e atravessou gerações dos executivos da família Gorentzvaig, donos da Petroplastic. A empresa foi escolhida, ainda na década de 1970, durante o plano de desenvolvimento econômico do regime militar, como o ‘braço privado’ da Petrobrás no recém-criado Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul, instalado em Triunfo, município a cerca de 50 quilômetros da capital Porto Alegre.
- A empresa entrou com um primeiro processo em 1986, acusando a Petrobrás de subscrever mais ações preferenciais do que a cota prevista no acordo de acionistas. A disputa escalou quando a estatal foi acusada de avançar também sobre as ações ordinárias da companhia. A Justiça chegou a determinar uma perícia para recomposição do patrimônio da Petroplastic, mas uma reviravolta nos tribunais superiores determinou o desmembramento do caso. O entendimento foi o de que o imbróglio em torno das ações ordinárias deveria ser tratado em um processo distinto em razão da amplitude controvérsia.
- Diante da decisão, a Petroplastic entrou com uma nova ação judicial em 2012, na tentativa de garantir seu direito à participação majoritária nas ações ordinárias da Triunfo. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
- Além da disputa pelo controle acionário, há uma investigação envolvendo a venda da Petroquímica Triunfo na esfera criminal. O inquérito apura se a venda foi direcionada para o grupo Odebrecht como contrapartida pelo financiamento de companhas petistas.
- Cotação da Braskem
- As ações da Braskem caíam 0,82% às 17h20, cotadas a R$ 26,57 nesta terça-feira (6).
- (Com informações do Estadão Conteúdo)
Morgan Stanley (MSBR34) demite 1,6 mil funcionários em todo o mundo, diz site
- O Morgan Stanley (MSBR34) demitiu cerca de 2% da sua equipe global nesta terça (6), segundo fontes da CNBC. Cerca de 1,6 mil colaboradores foram desligados do banco antes do pagamento dos bônus anuais.
- De acordo com as informações da reportagem do portal de notícias norte-americano, o movimento do Morgan está alinhado ao realizado por instituições como o Goldman Sachs e o Citigroup, que reestabeleceram uma das “tradições” de Wall Street no fim do ano: as demissões por baixo desempenho.
- Antes da pandemia da Covid-19, cerca de 1% a 5% dos funcionários, aqueles com desempenho mais fraco, eram demitidos em período próximo ao pagamento dos bônus. Assim, a maioria remanescente de colaboradores do banco recebia mais dinheiro.
- Com a pandemia, as indústrias do mercado financeiro haviam interrompido essa prática nos últimos anos. Contudo, com a retomada econômica, esse movimento já tinha voltado ao radar dos executivos. Em julho, o diretor financeiro do Goldman Sachs, Denis Coleman, afirmou para analistas que o banco provavelmente iria “retomar a revisão anual de desempenho da base de funcionários no final do ano”.
- Além da “tradição”, o aumento dos juros nos Estados Unidos é visto como um dos fatores dessa diminuição do quadro de funcionários.
- A última demissão “em massa” no Morgan Stanley ocorreu em 2019, no contexto pré-pandemia.
- Demissões no Morgan Stanley
- James Gorman, CEO do banco, havia dito à Reuters na semana passada que a instituição financeira se preparava para “cortes modestos”, mas não tinha detalhado quando eles ocorreriam nem a escala desses desligamentos.
- “Algumas pessoas serão demitidas. Na maiora das empresas, é isso que você faz depois de muitos anos de crescimento”, limitou-se a dizer o executivo na ocasião.
- Segundo a CNBC, na sede do banco em Nova York, os consultores financeiros são uma das poucas categorias que passaram ilesas aos cortes, provavelmente por causa da receita que eles conquistam com o gerenciamento dos ativos dos clientes.
- Por volta das 16h40, as BDRs do Morgan Stanley operavam em queda de 3,24%, ao valor de R$ 91,32, segundo o Status Invest.
Por que as ações da Sabesp (SBSP3) tombaram mais de 4% nesta terça (6)?
- As ações da Sabesp (SBSP3), companhia de saneamento do Estado de São Paulo, caíram 4,4% nesta terça-feira (6), cotadas a R$ 56,57. A companhia está no radar do governador eleito, Tarcísio de Freitas, para ser privatizada. O mercado deveria estar empolgado com a possibilidade da venda da Sabesp, como ocorreu nos últimos dias, em que se viram altas dos papéis da empresa na Bolsa. A Sabesp chegou a ter papéis negociados a mais de R$ 60.
- O que motivou a queda hoje, afinal? É que, segundo o site Metrópoles, Tarcísio disse que pretende indicar André Salcedo para presidente da companhia. Salcedo é ex-diretor de Fomento do Ministério da Infraestrutura.
- Salcedo já foi funcionário do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Foi alvo da Operação Bullish, do MPF (Ministério Público Federal) e da PF (Polícia Federal), suspeito de gestão fraudulenta.
- O atual CEO da Sabesp é Benedito Braga, desde 2019 presidindo a empresa.
- Na quinta-feira (1º), Tarcísio de Freitas sugeriu a possibilidade de venda de participação do governo na Sabesp. Atualmente, o governo paulista detém o controle acionário da empresa de saneamento básico. A declaração foi feita após uma palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
- Segundo Tarcísio de Freitas, a Sabesp vem perdendo a capacidade de investimento. No entendimento dele, a antecipação da meta de universalização do saneamento, prevista para 2033 pelo marco legal, seria possível somente com o direcionamento de valores da iniciativa privada.
- “Se nada for feito, a Sabesp, ao longo do tempo, vai perder valor paulatinamente. Cada vez mais, ela vai perder valor”, declara Tarcísio de Freitas.
- “Quando a gente compara o custo Sabesp com o custo regulatório, a gente vê que o custo Sabesp é 17%, 20% maior que o custo regulatório”, afirma. “Então, há uma ineficiência e, ao longo do tempo, a Sabesp vai perdendo valor, até que essa perda, em algum momento, comprometerá a capacidade de investimento”, complementa.
- O futuro governador de São Paulo tem considerado realizar a privatização da Sabesp no modelo usado para a Eletrobras (ELET3).
- Tarcísio de Freitas entende que, por meio da capitalização, seria possível conciliar a elevação de eficiência da Sabesp sem que o governo perca a influência sobre diálogos da empresa.
Petrobras (PETR4): CEO Caio Paes de Andrade aceita convite de Tarcísio para o governo em SP
- Na noite desta terça-feira (6), a Petrobras (PETR4) confirmou que o atual presidente da empresa, Caio Mário Paes de Andrade, aceitou o convite do futuro governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para fazer parte da equipe do futuro governo em SP.
- Segundo a Petrobras, nas próximas semanas, Caio Paes de Andrade seguirá na função atual, e não fará parte da transição em São Paulo.
- Como presidente da Petrobras, a petroleira informa que o atual CEO “continuará dando exclusiva atenção à passagem de comando que ocorrerá na companhia, colaborando em conjunto com os demais diretores executivos para uma transição profissional, transparente e aderente às boas regras de governança”.
- Cargo que atual presidente da Petrobras ocupará em SP
- Na tarde desta terça-feira, Tarcísio de Freitas já tinha comunicado, via Twitter, que o atual presidente da Petrobras será secretário de Gestão e Governo Digital.
- “Novos nomes para o nosso time. Caio Paes de Andrade para Gestão e Governo Digital, Lucas Ferraz para Assuntos Internacionais, Lais Vita para a Comunicação e Coronel Sérgio Codelo para o Departamento de Estradas de Rodagem. Vamos em frente, mostrar que SP pode ir ainda mais longe!”, publicou Tarcísio no Twitter.
- Caio Paes de Andrade atua como presidente da petroleira desde junho
- Caio Paes de Andrade se tornou presidente da Petrobras em junho deste ano. Ele foi escolhido pelo governo Bolsonaro para ocupar o lugar de José Mauro Ferreira Coelho — que liderou a petroleira por um mês.
- O atual presidente da Petrobras foi o quarto presidente da empresa no atual governo. Além dele e de José Mauro Ferreira Coelho, os comandantes da estatal nesse período foram Roberto Castelo Branco e Joaquim Silva e Luna.
- Antes de estar à frente da Petrobras, Caio Paes de Andrade atuava como secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia.
- O atual presidente da Petrobras tem formação em Comunicação Social pela Universidade Paulista. Ele também conta com pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University.
Do Mercado Livre a Petrobras, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.