Radar: lucro do Magazine Luiza (MGLU3) tem queda, Petrobras (PETR4) investirá US$ 40 bi no pré-sal, Via (VIIA3) reforça caixa
O Magazine Luiza (MGLU3) registrou um lucro líquido contábil de R$ 93 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), valor 57,6% menor na comparação anual. A margem líquida varejista ficou em 1% no período, queda de 1,2 p.p. frente ao 4T20.
No acumulado de 2021, o Magalu somou um lucro líquido de R$ 590,7 milhões, aumentando os ganhos registrados em 2020 em 50,8%, que foram de R$ 391,7 milhões. A margem líquida do ano foi de 1,7%.
Em termos ajustados, o Magazine Luiza apresentou prejuízo líquido de R$ 79 milhões no 4T21, com margem líquida de -0,8%. Com isso, a varejista reverteu os ganhos de R$ 232,1 milhões do 4T20 e teve queda de 3,1 p.p na margem.
Os resultados do 4T21 do Magazine Luiza vieram melhores do que a estimativa do mercado, sem considerar os ajustes no lucro líquido. As projeções do consenso da Refinitiv apontavam para um prejuízo líquido de R$ 16,5 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do Magalu no 4T21 foi de R$ 243,5 milhões, queda de 53,5% na comparação anual. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 2,6%, com queda de 2,6 pontos percentuais em um ano.
A projeção do consenso Refinitiv para esse indicador era de R$ 58 milhões negativos, com uma margem Ebitda de 2,9%. No balanço, a empresa explica que o crescimento das vendas e o resultado positivo do e-commerce contribuíram para o Ebitda ajustado. Entretanto, a diminuição da margem bruta e o aumento das despesas em relação à receita líquida influenciaram a margem Ebitda ajustada.
No acumulado de 2021, o Ebitda ajustado do Magalu somou R$ 1,47 bilhão, uma queda de 1,9% frente ao R$ 1,5 bilhão de 2020. A margem Ebitda ajustada anual foi de 4,2%, queda de 1,0 p.p..
A receita líquida do Magalu atingiu R$ 9,40 bilhões no 4T21, queda de 6,6% na comparação com o 4T20. No ano de 2021, o valor chegou a R$ 35,278 bilhões – alta de 20,9% na comparação com 2020.
O Magazine Luiza somou vendas totais de R$ 15,45 bilhões no período de outubro a dezembro de 2021. Trata-se de uma alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020. Em relatório, a empresa destaca que o número avançou “mesmo com a deterioração dos indicadores macroeconômicos – aumento da inflação e da taxa de juros – que impactam diretamente as categorias de bens duráveis”.
O destaque do 4T21 foram as vendas digitais da empresa, que somaram R$ 11,14 bilhões, alta de 117% na comparação anual. As vendas “mesmas lojas físicas” (SSS) caíram 22,8% na mesma comparação.
No 4T21, as vendas digitais corresponderam a 71,6% do GMV total do Magalu, com destaque para as vendas 3P (estoque de terceiros), que expandiu 60% no período de um ano, somando R$ 4,13 bilhões. Já o e-commerce 1P (estoque próprio) cresceu apenas 1%, somando R$ 7 bilhões.
Ao fim de 2021, o marketplace do Magazine Luiza contava com 160 mil sellers (vendedores), um incremento de 113 mil desde dezembro de 2020. Segundo a empresa, esse crescimento representou um aumento de 50% nas conversão de vendas, graças ao maior sortimento de produtos, além da entrega mais rápida pela distribuição de localizações pelo País.
Em termos de lojas físicas, o Magalu atingiu 1.481 lojas, sendo 1.051 convencionais, 236 virtuais e 194 quiosques (parceria com as Lojas Marisa e com a rede de supermercados Semar). Ao longo de 2021, a varejista abriu 182 novas lojas.
“Os mesmos diferenciais competitivos do modelo de negócio multicanal que fizeram o Magalu atingir de maneira sustentável a liderança no 1P brasileiro estão sendo utilizados para alavancar nossa operação de 3P. Atualmente, temos mais de 160 mil sellers, a maior parte deles pequenos varejistas locais, que estão integrados à nossa plataforma. Eles vendem absolutamente tudo, de maneira formal e legal″, diz o Magalu em seu balanço financeiro.
Além da Magazine Luiza, confira outros destaques desta segunda-feira:
Petrobras (PETR4) investirá US$ 40 bilhões no pré-sal, diz Silva e Luna
- Sendo a fonte de mais de 70% da Petrobras (PETR4), o pré-sal deve ser alvo de mais de US$ 40 bilhões em projetos até o ano de 2026.
- A projeção foi feita em texto recente de Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, intitulado “Pressa no pré-sal” e publicado no Estadão. Nas palavras dele, a até então a estatal “precisou limitar seus investimentos e, consequentemente, atrasar o desenvolvimento do pré-sal“.
- Isso, pois precisava direcionar boa parte de seus recursos para o pagamento de dívidas. Contudo, no momento atual, em que a companhia possui números mais robustos no seu resultado financeiro, há preparo e capacidade para “aproveitar a janela de oportunidade da transição energética”.
- A estimativa é de que, no fim dos projetos que constam no planejamento da petrolífera, 79% da produção de petróleo equivalente virá do pré-sal. Nesta região, é localizado o maior ativo em águas ultraprofundas do mundo, o Campo de Búzios, que deve produzir 1,7 milhão de barris de petróleo em 2026, segundo o guidance da companhia.
- “Todo este petróleo vai atender de forma mais competitiva à demanda persistente durante a transição energética. Com o pré-sal, estamos em condições de aumentar nossa participação na oferta mundial de petróleo, oferecendo, ao mesmo tempo, uma fonte de energia menos intensa em carbono. Além disso, os recursos vindos desse petróleo permitirão a nossa preparação para o futuro”, diz o presidente da Petrobras.
- “Já anunciamos a ambição de atingir a neutralidade das emissões em nossas operações em prazo compatível com o Acordo de Paris, o que inclui meta de reduzir emissões absolutas em 25% até 2030. E estamos investindo em projetos de descarbonização enquanto avaliamos novas possibilidades de negócio em mercados de baixo carbono”, segue.
- Com o investimento bilionário, a estatal prevê “benefícios econômicos e sociais decorrentes da produção de petróleo” no curto e médio prazo, sem deixar que “esses recursos repousem no fundo do mar” e aguardem “a chegada de uma nova era”.
Ambipar (AMBP3): lucro cresce 98,8% no 4T21 e atinge R$ 52,3 milhões
- A Ambipar (AMBP3) anunciou nesta segunda (14) que teve lucro líquido de R$ 52,3 milhões no quarto trimestre de 2021, o que representa crescimento de 98,8% ante o mesmo período de 2020, com margem líquida de 28,2%, expansão anual de 1,1 ponto porcentual.
- O resultado da Ambipar no 4T21, segundo a companhia, é derivado principalmente da redução do resultado financeiro diante do incremento da estrutura de capital, segundo o comunicado da empresa.
- O Ebitda da Ambipar (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 185,9 milhões, crescimento de 192% na comparação anual e 15,3% em relação aos trimestre anterior. A margem chegou a 27,3%, queda de 0,9 ponto porcentual sobre um ano antes.
- A receita bruta atingiu R$ 783 milhões no quarto trimestre, expansão de 206% ante o mesmo período de 2020. No acumulado de 2021, a receita bruta consolidada registrou R$ 2,198 bilhões, 175% acima do mesmo período de 2020.
- O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 68 milhões no trimestre, crescimento de 34% sobre o terceiro trimestre. O aumento das despesas financeiras deve-se, principalmente, segundo a empresa, pelo maior nível de endividamento no final do ano, de R$ 2,7 bilhões, combinado com o aumento do CDI no período.
- Os investimentos (capex) chegaram a R$ 192 milhões, sendo R$ 168 milhões em Environment e R$ 24 milhões em Response. Cerca de R$ 25 milhões de Environment foi renovação e cerca de R$ 35 milhões antecipação de compras futuras para evitar reajuste de preços das máquinas e equipamentos e para criação de buffer.
BRF (BRFS3) conclui joint venture com AES Brasil (AESB3) para construção de parque eólico
- A BRF (BRFS3) informou nesta segunda-feira (14) o fechamento da operação de joint venture com a AES Brasil (AESB3), que contempla a construção da Potengi Holdings, conforme previsto no Acordo de Investimento.
- A parceria prevê a construção de um parque para geração de energia eólica no Complexo Eólico Cajuína, Rio Grande do Norte.
- A operação foi anunciada inicialmente em agosto de 2021. O parque contará com capacidade instalada de 165,3MW, que gerará inicialmente 80 MWm a serem adquiridos pela BRF ao longo de 15 anos, por meio de um contrato de compra e venda de energia.
- O investimento total estimado do projeto, cuja construção foi iniciada em dezembro passado, é de aproximadamente R$ 905 milhões, o que corresponde a R$ 5,4 milhões/MW instalado. Do total, a BRF investirá diretamente cerca de R$ 92 milhões, a ser desembolsado ao longo dos próximos dois anos. O início das operações permanece previsto para 2023, com fornecimento em 2024.
- “A companhia continuará a avaliar oportunidades para investimentos em ampliar o uso de energias renováveis em sua matriz energética”, diz a BRF em comunicado ao mercado divulgado há pouco na CVM.
Ações da Netflix (NFLX34) perdem todos os ganhos que tiveram durante pandemia
- Depois de um período de grande destaque para empresas de streaming, com as pessoas isoladas por conta da pandemia de covid-19, o movimento de retorno à normalidade tem afetado o setor.
- Nesta segunda-feira (14), as ações da Netflix (NFLX34) encerraram o pregão com queda de 2,74% na Nasdaq, em Nova York, negociadas a US$ 331 – no menor patamar desde 18 de março de 2020, no início da pandemia de covid.
- O valor representa uma queda da ordem de 50% em relação ao fim de outubro de 2021, quando os papéis da companhia alcançaram os US$ 690. Com a baixa desta segunda, as ações NFLX acumulam perdas de 45,06% em 2022 na Nasdaq.
- A Netflix teve ganhos significativos ao longo de 2020 e 2021, com os consumidores em casa devido às medidas de isolamento social por conta da pandemia de covid-19. Agora, contudo, em meio às flexibilizações, o entretenimento doméstico tem sido substituído aos poucos para lugares fora de casa, como restaurantes, cinemas etc.
- Além da concorrência com outras formas de entretenimento, demais serviços de streaming, como Disney Plus, Amazon Prime, HBO Max têm desafiado a companhia
- No quarto trimestre de 2021, a gigante do streaming conquistou 8,28 milhões de clientes, superando as estimativas de Wall Street, mas levando ao crescimento anual mais lento desde 2015.
- A empresa culpou uma economia difícil, especialmente na América Latina, bem como as consequências persistentes da pandemia. A Netflix reiterou sua confiança nas perspectivas de longo prazo para o negócio, mas disse que o crescimento “ainda não voltou a acelerar para os níveis pré-Covid”.
- Ao divulgar os dados de 2021, a empresa também desanimou o mercado a apresentar um guidance mais fraco para os primeiros três meses de 2022, com estimativa de adicionar apenas 2,5 milhões de assinantes neste trimestre.
- Na ocasião, as ações da Netflix chegaram a cair 20%, para US$ 406,12 nas negociações pós-mercado, eliminando cerca de US$ 45 bilhões em valor de mercado.
- Também no começo do ano, a companhia elevou o preço de seus pacotes de assinatura mensal nos Estados Unidos em um intervalo de US$ 1 a US$ 2, aumentando sua receita e o dinheiro disponível para gastar em sua grade de produtos. Agora, o plano padrão da empresa custa US$ 15,49 no país, um aumento de US$ 1,50.
Gol (GOLL4): Prejuízo de R$ 2,8 bilhões no 4T21 eleva perdas a R$ 7,2 bi em 2021
- Com a demanda por voos enfraquecida diante da disseminação da covid-19, e a estrutura de custos avançando em linha com a alta do preço de petróleo e combustíveis para a aviação, a Gol Linhas Aéreas (GOLL4) reportou um prejuízo líquido de R$ 2,81 bilhões no quarto trimestre de 2021.
- Apesar do resultado negativo, investidores da Gol viram potencial de melhora para o desempenho da companhia aérea e às 10h20 as ações GOLL4 avançavam 0,22% a R$ 13,41.
- No ano, o prejuízo líquido acumulado ficou em R$ 7,22 bilhões, alta de 20,6% em relação a 2020, quando a empresa registrou perdas de R$ 5,99 bilhões. Entre os motivos que justificam o resultado negativo, têm destaque os gargalos de demanda por voos, causados pela disseminação da covid-19 e as restrições à circulação de pessoas.
- Segundo os resultados operacionais da Gol, o número de passageiro por quilômetro transportado pago (RPK) aumentou 16,6 % no 4T21 em relação ao mesmo período de 2020, e atingiu 67,3% do valor de referência observado no mesmo período de 2019, antes do abalo causado pelo novo coronavírus. O RPK de dezembro de 2021 foi 74,3% do registrado em dezembro de 2019.
- Já o número total de assentos por quilômetro ofertado (ASK) cresceu 14,5% ante o quarto trimestre de 2020, e alcançou 66,5% do valor de referência aferido no quarto trimestre de 2019. O ASK de dezembro de 2021 ficou em 74,5% do registrado em dezembro de 2019.
- De acordo com a Gol, as vendas brutas no quarto trimestre de 2021 ficaram acima do resultado de 2019, período anterior à pandemia da covid-19, “restabelecendo voos entre os principais mercados no Brasil”, destaca.
- A Gol também informou que a taxa de ocupação e de utilização das aeronaves apresentam tendência de melhora, com a frequência de voos aumentando 25% no quatro trimestre do ano passado.
- Outro ponto que deve ser considerado no caso das aéreas são os custos operacionais, em especial, com combustível de aviação, em alta por conta do avanço da cotação do petróleo. No 4T21, os custos com combustível de aviação representaram R$ 1,01 bilhão, alta de 107,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e cerca de 21,7% do total dos custos e despesas operacionais.
- Em 2021, os custos com combustíveis somaram R$ 2,57 bilhões, alta de 42,8% em relação ao ano anterior.
- Em comparação, os gastos da Gol com pessoal somam R$ 332,5 milhões no quarto trimestre de 2021 e R$ 1,13 bilhão no acumulado do ano, redução de 4,9% e 3,7% em relação aos mesmos períodos de 2020.
- Segundo o balanço da Gol, a receita operacional líquida ficou em R$ 2,92 bilhões no quarto trimestre de 2021, alta de 54,5% em relação ao mesmo período do anterior. A companhia destaca que este é o melhor resultado trimestral desde o início da pandemia, “decorrência do foco nos custos, obtendo 36% de margem Ebitda ajustado”.
- Os custos e despesas operacionais da Gol ficaram em R$ 4,67 bilhões no quarto trimestre de 2021 e em R$ 11,27 bilhões no acumulado de 2021.
- A margem operacional da Gol ficou em -59,9% no último trimestre do ano passado, diferença de 43 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre um ano antes, de 16,9%.
- O Ebitda ajustado ficou em R$ 1,05 bilhão no 4T21, alta de 88,4% em relação ao mesmo período um ano antes. No acumulado do ano, ficou em R$ 2,09 bilhões, redução de 15,2% em relação a 2020.
Via (VIIA3) realiza nova transferência de créditos de ICMS, no total de R$ 300 mi
- A Via (VIIA3) informou nesta segunda-feira (14) que realizou um acordo para transferência de créditos tributários de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de R$ 300 milhões.
- De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o impacto esperado com a transação no fluxo de caixa e resultados será apropriado ao longo dos próximos 18 meses.
- Além disso, a Via destaca que é a terceira monetização em créditos fiscais nos últimos três meses. No total, já foram R$ 500 milhões em créditos.
- “Dessa forma, além da monetização recorrente em andamento, em menos de 3 meses deste exercício social a companhia já monetizou R$ 500 milhões de reais em créditos fiscais, sem levar em consideração os pequenos deságios praticados neste tipo de operação”, afirmou a Via, em nota.
Da Magazine Luiza a Via, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.