As ações da JBS (JBSS3) disparam na bolsa brasileira na tarde desta quarta-feira (12) após o anúncio da gigante global de alimentos de realizar uma listagem dupla nas bolsas de São Paulo e de Nova York.
No fechamento, o papel da JBS teve alta de 9,05%, a R$ 18,73.
O objetivo da companhia é abrir o capital da JBS na principal bolsa dos Estados Unidos por meio de uma listagem dupla via conversão simples de ações simples, sem emitir novas ações.
Para a XP Investimentos, a listagem é vista como positiva e com alta probabilidade de aprovação, uma vez que agora há diferenças significativas em comparação com as tentativas anteriores.
“Ao contrário das tentativas anteriores de listagem nos EUA, a JBS não emitirá novas ações e não está propondo mudanças relevantes na estrutura corporativa. Além disso, um obstáculo nas tentativas anteriores foi o direito de veto utilizado pelo BNDES, não possuído mais pelo veículo de investimento”, diz o texto assinado por Leonardo Alencar, Head de Agro, e Pedro Fonseca, analista de Agro, Alimentos e Bebidas da XP.
O BNDES, no entanto, é dono de cerca de 20% da companhia.
A proposta atual implica em conversão simples de ações, concedendo aos acionistas minoritários direitos iguais aos controladores na conversão de ações da JBS, enquanto os investidores terão um prazo de 3 anos para escolher entre as classes.
Além disso, a empresa está propondo um dividendo de R$ 1 por ação, o que dá um rendimento de aproximadamente 6%, como incentivo para os atuais acionistas votarem com foco no longo prazo, já que um eventual desembolso com impostos devido a um potencial o ganho de capital na conversão poderia afetar as decisões dos acionistas.
Na opinião dos analistas, “embora exista a possibilidade de o acionista controlador aumentar seu poder de controle após a operação, visto que isso dependerá das escolhas das classes pelos minoritários, acreditamos que isso não será um problema na aprovação da proposta.”
Explicam os analistas: “Isso porque a proposta garante aos minoritários direitos iguais aos controladores na conversão das ações, ou seja, se os minoritários optarem por converter na proporção de 55% das ações, o poder de voto permanecerá o mesmo.”
Para a XP, os principais objetivos são destravar seu valuation, já que a JBS negocia abaixo dos múltiplos de seus pares, e encurtar o caminho para uma eventual emissão de ações nos EUA.
Além de JBS, confira outros destaques desta quarta-feira:
Eletrobras (ELET3) quer arrecadar R$ 1,5 bi com vendas de empresas e prevê investimentos até R$ 16 bilhões
- O presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Júnior, trouxe detalhes nesta quarta-feira (12) sobre as perspectivas de investimentos e desinvestimentos da empresa. Ele diz que as vendas de 7 coligadas podem gerar uma arrecadação de R$ 1,5 bilhão.
- Júnior não especificou quais empresas perfazem esse valor de venda. Atualmente com 73 SPEs, a Eletrobras tem a pretensão de chegar a meados de 2024 com 31 empresas em seu ‘guarda-chuva”.
- Já Elio Gil de Meirelles Wolff, vice-presidente executiva de estratégia e desenvolvimento de negócios da Eletrobras, afirmou que até 2027 os investimentos do grupo podem totalizar algo entre R$ 11 bilhões e R$ 16 bilhões, dos quais cerca de R$ 6 bilhões seriam investidos em cerca de 2,5 anos.
- Após encontro com os investidores, o presidente da Eletrobras ainda disse que a empresa está analisando 11 fusões e aquisições até o ano de 2024. No total, a estimativa é de que essas operações possam somar R$ 35 bilhões em investimentos.
- Estima-se que a holding possua cerca de R$ 15 bilhões de créditos fiscais, sendo que o objetivo é que R$ 4 bilhões sejam trazidos para comercialização.
PetroRecôncavo (RECV3): produção abaixo do potencial pode ser revertida, diz BTG; recomendação é de compra
- Com expectativa de que a produção da PetroRecôncavo (RECV3) se recupere no segundo trimestre de 2023, a BTG Pactual recomendou a compra de ações da empresa, com preço-alvo de R$ 39,00.
- “É importante mencionar que a produção da PetroRecôncavo ainda está abaixo do potencial. Nós esperamos que a produção se recupere ainda mais no 2S23, já que muitos dos atrasos relacionados a equipamentos, questões de mobilização e escoamento da produção parecem ter sido resolvidos” afirma o banco em relatório.
- Os dados da PetroRecôncavo sobre o mês de junho indicam que a produção consolidada de barris por dia (boe/d) aumentou em 4,4% ante o mês anterior, totalizando 26,6 mil boe/d. Um dos fatores para o crescimento foi o crescimento de 9,5% na produção do ativo Potiguar, que alcançou 14,5 mil boe/d nesse período.
- “Junho marcou um novo recorde de produção para a RECV3, e contínua melhoria”, diz o BTG
- Por outro lado, o ativo Bahia/Sergipe registrou uma leve queda de 1,2% na produção, chegando a 12 mil boe/d.
Oi (OIBR3) conclui venda da SPE Torres 2 por R$ 905 milhões; veja detalhes
- A Oi (OIBR3) informou nesta quarta-feira (12) que concluiu a venda das ações da Lemvig RJ Infraestrutura e Redes de Telecomunicações (SPE Torres 2).
- Essa empresa é detentora de parte da infraestrutura de torres reversíveis e não reversíveis da Oi. A venda das ações foi feita para a NK 108, conforme estabelecido durante o período da 1ª recuperação judicial da Oi.
- Com a conclusão dessa operação, a NK 108 pagou hoje (12) o valor de R$ 905,1 milhões, que corresponde ao preço de compra preliminar subtraído das deduções e retenções que estavam previstas no acordo de venda das ações da SPE Torres 2.
- Em comunicado, a tele diz que “a conclusão da operação representa a implementação de mais uma etapa do seu processo de reestruturação, visando assegurar à companhia maior eficiência financeira e sustentabilidade de longo prazo, com foco na execução de seu core”.
- Nesse sentido, a empresa destaca sua “intenção de aumentar as receitas com a expansão dos serviços por meio da fibra ótica e do mercado corporativo, buscando oferecer assim soluções inovadoras de TI com a Oi Soluções”.
- No dia 7 de dezembro de 2022, a Oi havia celebrado o contrato de venda das ações da SPE Torres 2 à NK 108.
- O valor anunciado na época era de até R$ 1,697 bilhão. Vale lembrar que a proposta da NK 108 foi vencedora do procedimento competitivo realizado em 22 de agosto de 2022.
- A NK 108 é uma afiliada da Highline do Brasil II Infraestrutura de Telecomunicações, e o acordo foi firmado na época com interveniência da Lemvig RJ.
- O contrato da Oi passou então por ajustes de preço e retenções, culminando no pagamento do valor efetuado hoje (12).
Azul (AZUL4) anuncia oferta para emissão de títulos; empresa mira captar US$ 700 milhões, diz jornal
- A Azul (AZUL4) vai lançar, pela sua subsidiária, Azul Secured Finance LLP, uma oferta privada de títulos de dívida seniores com garantia prioritária e vencimento em 2028. A aérea tem a expectativa de captar uma quantia de US$ 700 milhões com emissão de títulos de dívida externa (bonds), informa o Valor Econômico. Hoje, as ações da empresa despencaram no Ibovespa.
- Em fato relevante, a aérea afirma que a oferta faz parte do plano de reestruturação abrangente e permanente que visa otimizar a estrutura de capital e aumentar a posição de liquidez da Azul.
- “A empresa pretende usar os recursos líquidos para o pagamento de certas dívidas existentes e outras obrigações e também para outros fins corporativos” , diz em comunicado a empresa.
- Os títulos de dívida serão assegurados pela companhia e suas subsidiárias Azul e Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A., IntelAzul S.A., ATS Viagens e Turismo Ltda., Azul IP Cayman Holdco Ltd. e Azul IP Cayman Ltd e garantida em uma base primária por um pacote de garantia compartilhada que também garantirá outras dívidas e outras obrigações.
- “O pacote de garantias compartilhadas compreende certos recebíveis gerados pelo TudoAzul (programa de fidelidade da Companhia), certos recebíveis gerados pela Azul Viagens (negócio de pacotes de viagem da companhia) e certas marcas, nomes de domínio e algumas outras propriedades intelectuais usadas pelos negócios aéreos da Azul”, acrescenta a empresa.
Carrefour paga US$ 1,16 bilhão por marcas Cora e Match na França
- Na França, o Carrefour chegou a um acordo com o grupo de varejo belga Louis Delhaize para adquirir as marcas Cora e Match na França por 1,05 bilhão de euros (US$ 1,16 bilhão), um acordo que o grupo disse que fortalecerá sua posição no varejo de alimentos no mercado doméstico.
- O Carrefour disse nesta quarta-feira (12) que o negócio traz sinergias potenciais de 110 milhões de euros para ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização anualmente, três anos após a conclusão do acordo, que é esperado para o verão de 2024.
- A transação do grupo varejista francês também reforçará o lucro ajustado do Carrefour por ação desde o primeiro ano.
- Juntas, Cora e Match faturaram 5,2 bilhões de euros em vendas em 2022. As marcas operam 60 hipermercados e 115 supermercados, respectivamente, e contam com cerca de 24 mil funcionários na França.
- “Com a aquisição das bandeiras Cora e Match, o Carrefour anuncia sua primeira grande aquisição na França em mais de vinte anos e consolida sua posição de liderança no varejo de alimentos em seu mercado doméstico”, disse o CEO do grupo varejista, Alexandre Bompard.
Da JBS ao Carrefour, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.