Radar: Lucro da JBS (JBSS3) encolhe 63,7%, Comgás (CGAS3) anuncia pagamento de proventos e petroleiros da Petrobras (PETR4) aprovam paralisação
A JBS (JBSS3) reportou um lucro líquido de R$ 2,350 bilhões no quarto trimestre de 2022, resultado 63,7% menor do que o montante de R$ 6,473 bilhões do mesmo período do ano anterior. No acumulado dos 12 meses, o recuo foi de 24,5%, saindo de R$ 20,486 bilhões em 2021 para R$ 15,457 bilhões em 2022.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da JBS no 4T22 foi de R$ 4,574 bilhões, queda de 65,2% ante o quarto trimestre de 2021, com margem de 4,9%. No ano, a queda foi de 24,3% com um montante de R$ 34,568 bilhões em 2022 ante os R$ 45,662 bilhões do ano anterior.
Enquanto isso, receita líquida da JBS no 4T22 ficou em R$ 97,865 bilhões, queda de 4,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No acumulado do ano a variação foi positiva, com avanço de 6,9%, saindo de R$ 350,695 bilhões em 2021 para R$ 374,851 bilhões em 2022.
“Além da compressão das margens no bovino nos Estados Unidos, a inflação em alta em importantes mercados vem enfraquecendo o consumo, provocando um desbalanceamento entre a oferta e a demanda. Ao mesmo tempo, enfrentamos uma persistente pressão nos custos de produção”, destaca Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, na mensagem da administração.
A dívida líquida da companhia somou R$ 79,171 bilhões, 14,28% superior ao reportado em igual trimestre de 2021, de R$ 69,279 bilhões. Em dólares, a dívida líquida aumentou de US$ 12,414 bilhões para US$ 15,173 bilhões.
Já a alavancagem da JBS, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 2,29x em reais e 2,26x em dólares no quarto trimestre, contra 1,52 vez e 1,46 vez, respectivamente.
De acordo com o report apresentado, a JBS gerou R$ 5,8 bilhões em caixa nas atividades operacionais, recuo de 43,6% na comparação com o quarto trimestre de 2021. O fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, foi de R$ 1,2 bilhão.
Além do JBS, confira outros destaques desta terça-feira:
Comgás (CGAS3) aprova pagamento de R$ 417 milhões em dividendos e JCP; confira valores por ação
- A Comgás (CGAS3) anunciou nesta terça-feira (21) a aprovação do conselho de administração do pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) cujo montante é de R$ 417 milhões. Os valores por por ação variam de acordo com os ativos ordinários e preferenciais da companhia.
- Os dividendos da Comgás correspondem a R$ 400 milhões e será dividido por ativos ordinários (R$ 306 milhões) e preferenciais (R$ 93 milhões), cujo valor por ação é de R$ 2,954 e R$ 3,249, respectivamente.
- Segundo o fato relevante, com pagamento previsto para 4 de abril, apenas os investidores com papéis da CGSA3 no dia 24 de março poderão receber os dividendos.
- A partir do dia 27, as ações da Comgás serão negociadas sem direito aos dividendos.
- O JCP da Comgás, assim como os dividendos, terá o montante de R$ 17,204 milhões dividido entre as ações ordinárias (R$ 13,198 milhões) e preferenciais da companhia (R$ 4 milhões). Com isso, o valor por papel é de R$ 0,127 e R$ 0,139, respectivamente.
- O documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) destaca que os proventos da Comgás fazem parte dos dividendos e JCP obrigatórios do exercício de 2022.
- No pregão de hoje os ativos da Comgás fecharam em estabilidade, negociados a R$ 119. Nos últimos 12 meses, o papel da CGAS3 acumula uma desvalorização de 8,85%.
Petroleiros da Petrobras (PETR4) aprovam paralisação contra privatizações
- A Federação Única dos Petroleiros (FUP), junto a sindicatos de funcionários da Petrobras (PETR4), anunciou uma paralisação nacional para a próxima sexta (24). Segundo o comunicado da entidade, o protesto acontecerá para impedir a gestão atual da estatal de prosseguir com as privatizações.
- Segundo a FUP, com quase três meses de governo Lula, a diretoria e o Conselho de Administração da Petrobras ainda seguem “ocupados por indicados de Bolsonaro”. Diante disso, impedir a venda dos ativos e as privatizações tornou-se uma “luta contra o tempo”.
- “Na sexta (24), trabalhadoras e trabalhadores petroleiros de todo o Brasil irão cruzar os braços em uma grande paralisação nacional, exigindo a suspensão das privatizações e a saída da gestão bolsonarista. Tá na hora da turma do Jair já ir embora.”
Lucro líquido da Copel (CPLE6) salta 57,4% no 4T22, para R$ 624 milhões
- O lucro líquido das operações continuadas da Copel (CPLE6) teve um salto 57,4% no quarto trimestre de 2022 (4T22), em comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 624 milhões. Apesar disso, considerando os 12 meses de 2022, o indicador recuou 70,2%, no comparativo com o ano anterior, alcançando a soma de R$ 1,149 bilhão.
- Com ajustes, o lucro líquido da Copel no 4T22 foi de R$ 1,031 bilhão, alta de 124,2% em base anual de comparação. Enquanto isso, no acumulado de 2022, o lucro ajustado foi de R$ 2,751 bilhões, queda de 1,5% frente ao resultado de 2021.
- O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) ajustado da Copel totalizou o montante de R$ 1,427 bilhão no 4T22, elevação de 37,3% em relação a igual intervalo do ano passado. No ano, o Ebitda da companhia foi de R$ 5,522 bilhões, 10,4% maior do que o reportado um ano antes.
- “Esse aumento deve-se, sobretudo, ao melhor resultado da Copel GeT (aumento de 48,3%), Copel Distribuição (+10,4%) e Compagas (aumento de R$ 62,4 milhões), parcialmente compensado, principalmente, pelo desempenho da UTE Araucária, que não registrou despacho no período, ante 360 GWh despachados no 4T21”, destacou a empresa no balanço divulgado.
- A receita operacional líquida da Copel no 4T22 foi de R$ 5,626 bilhões, queda de 14,7% em base de comparação anual. No acumulado do ano, a receita da companhia foi de R$ 21,927 bilhões, queda de 8,6%.
- Ainda em relação ao 4T22, a dívida líquida ajustada da Copel totalizava R$ 9,485 bilhões, alta de 19,2% em base de comparação anual. O prazo médio para pagamento da dívida era de 3,9 anos, enquanto a alavancagem medida pela razão entre dívida líquida ajustada e Ebitda ajustado, ficou em 2,0 vezes.
Credit Suisse (C1SU34) vale menos de 10% do Itaú (ITUB4) em venda às pressas
- A venda às pressas do Credit Suisse (C1SU34) fez com que o banco suíço não custasse nem 10% do valor de mercado do Itaú Unibanco (ITUB4), maior instituição financeira do País. Assim, o novo braço do UBS teve o seu valor derretido em 96,75% quando comparado com 2007, período áureo da empresa internacional.
- Segundo um levantamento feito pela Suno Research com dados coletados no Google Finance e no Investing na segunda (20), o valor de mercado do Credit Suisse na venda às pressas ficou em R$ 17 bilhões — tendo como base uma taxa de câmbio de R$ 5,30.
- Enquanto isso, o Itaú “custava” R$ 213 bilhões. Ou seja, o valor do banco suíço equivale a 7,98% do preço da instituição financeira nacional.
- Com esse valor, o Credit também ficou atrás de empresas como Santander (SANB11), Nubank (NUBR33) e XP (XPBR31). Confira o ranking:
- Itaú Unibanco (ITUB4): R$ 213 bilhões;
- Santander (SANB11): R$ 190 bilhões;
- Bradesco (BBDC4): R$ 133 bilhões;
- Nubank (NUBR33): R$ 108 bilhões;
- Banco do Brasil (BBAS3): R$ 105 bilhões;
- BTG Pactual (BPAC11): R$ 103 bilhões;
- XP (XPBR31): R$ 34 bilhões;
- Credit Suisse (C1SU34): R$ 17 bilhões;
- Banco do Nordeste (BNBR3): R$ 7 bilhões;
- Banco Pan (BPAN4): R$ 6 bilhões.
Nubank (NUBR33) entra em crédito consignado com foco em servidores públicos
- O Nubank (NUBR33) entrará na modalidade de crédito consignado. O anúncio foi feito pela gestão da fintech ainda nesta terça-feira (21).
- Inicialmente o crédito consignado do Nubank ficará disponível somente para servidores públicos federais.
- O movimento, vale destacar, ocorre em meio à uma suspensão da modalidade de concessão de crédito por parte de outros bancos, considerando a recente redução no teto de juros por parte do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPQ).
- “Ao longo do semestre, pretendemos ampliar a oferta do NuConsignado gradualmente para a totalidade dos servidores públicos federais que já sejam clientes do Nubank”, disse o banco digital, em comunicado.
- O banco não divulgou o volume total de clientes que essa medida deve englobar, tampouco quais juros devem ser cobrados.
- “O Nubank irá praticar taxas variadas de acordo com o perfil do cliente e os resultados do período de teste. Nesta modalidade de consignação, o valor da parcela do empréstimo contratado com o custo efetivo total (CET) é deduzido diretamente da folha de pagamento dos servidores públicos federais”, diz o comunicado da fintech.
- A fase de testes deve fazer o banco mensurar como funcionará a avaliação de crédito, mas também a experiência do cliente e a integração com sistema de terceiros.
- Esse período de testes deve perdurar ao longo deste primeiro semestre, com a gestão prevendo uma ampliação do serviço posteriormente.
Da JBS à Petrobras, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.
