Radar: Itaúsa (ITSA4) fará aumento de capital bilionário, privatização da Sabesp (SBSP3) avança e Vale (VALE3) é a preferida do setor
A Itaúsa (ITSA4) aprovou o aumento do capital social da empresa por meio da capitalização de reservas de lucros, com uma bonificação de 5% em ações.
Segundo o comunicado da Itaúsa, serão emitidas 491.816.639 novas ações, sendo 169.014.392 ordinárias – ITSA3 – e 322.802.247 preferenciais – ITSA4.
Conforme comunicado pela companhia, essas ações da Itaúsa serão distribuídas gratuitamente aos acionistas como bonificação, na proporção de 5 ações novas para cada 100 ações da mesma espécie.
O valor total do aumento de capital é de R$ 8,812 bilhões.
Os acionistas com direito à bonificação serão aqueles que possuírem ações da Itaúsa, conforme a posição acionária registrada no fechamento do pregão da B3 em 27 de novembro de 2023.
Após a conclusão do aumento de capital, o capital social da holding atingirá o montante de R$ 73,189 bilhões, representado por 10.328.149.431 ações, sendo 3.549.302.243 ordinárias e 6.778.847.188 preferenciais.
As ações bonificadas serão creditadas nas contas dos acionistas em 29 de novembro e terão direito a receber quaisquer dividendos e/ou juros sobre o capital próprio declarados com data-base posterior a 29 de novembro.
Segundo a Itaúsa, essa operação visa facilitar a negociação a um preço mais acessível, ao mesmo tempo em que aumenta a quantidade de ações em circulação. Isso pode potencializar o número de negócios e o volume financeiro, contribuindo, assim, para a criação de valor para os acionistas.
Além de Itaúsa, confira outros destaques desta quarta-feira:
Privatização da Sabesp (SBSP3) avança na Alesp: ‘efeito Enel’ pode complicar o processo de venda?
- A privatização da Sabesp (SBSP3) está no radar do mercado financeiro, da população e de estudiosos do tema, porque envolve um dos principais serviços públicos essenciais: o saneamento básico em São Paulo.
- O Congresso de Comissões da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou nesta quarta-feira, 22, o relatório do deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) sobre o projeto de lei (PL) que prevê a privatização da Sabesp. O relatório recebeu 27 votos favoráveis e 8 contrários. O tema segue agora para plenário.
- Entre argumentos a favor e contra a privatização da Sabesp, a pergunta que fica é: quais seriam as mudanças concretas com a redução da fatia estatal da companhia e passagem para iniciativa privada?
- Os recentes apagões em São Paulo – como o de 3 de novembro, que deixou parte da cidade e região metropolitana às escuras – levantou questões sobre a própria privatização. A Enel, que assumiu o controle da distribuição de energia em São Paulo em 2018 (20 anos após a privatização da antiga Eletropaulo), foi criticada pela demora em restabelecer a energia e no atendimento aos clientes, recebendo milhares de reclamações
- O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão da Enel, que cuida da distribuição de energia elétrica na capital e em mais 23 municípios da região metropolitana.
- Para elucidar a questão, o tema foi discutido com economistas, analistas do mercado e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL), que responde pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp.
Vale (VALE3): banco atualiza projeções para 2024 e elege mineradora como preferida para o setor
- O Itaú BBA atualizou suas estimativas para a Vale (VALE3) após incorporar os resultados do terceiro trimestre e a nova curva de minério de ferro, mantendo a companhia com a preferência no setor de mineração e siderurgia.
- O Itaú BBA lembra que nas últimas semanas o preço do minério de ferro variou entre US$ 120-135 por tonelada, apoiado pela forte produção de aço chinesa.
- “Para 2024, enxergamos uma dinâmica ainda apertada de demanda e oferta de minério de ferro, principalmente devido a uma produção sazonalmente menor de minério no primeiro semestre de 2024; uma produção de aço ainda resiliente na China; e de estoques de minério abaixo de níveis normalizados no país”, pontua o time de siderurgia e mineração do banco.
- Assim, a instituição revisou as estimativas de preço médio de minério de ferro para US$ 110 por tonelada (contra US$ 95 por tonelada anteriormente) para 2024.
- O Itaú BBA também estima que a Vale entregue um Ebitda de US$ 19,4 bilhões em 2024 (contra US$ 17,6 bilhões anteriormente), “com a revisão no preço de minério de ferro mais que a revisão negativa para volumes de venda de minério de ferro”.
- O banco enxerga um retorno total ao acionista da Vale de 32%, considerando 19% de valoração potencial da ação e 12% de dividend yield (retorno do dividendo).
- Já os embarques de minério de ferro da Vale devem chegar a 305 milhões em 2024 (em comparação com 320 milhões do modelo anterior), “principalmente devido a um aumento mais fraco do que o esperado nas taxas de produção”.
- Para a divisão de metais básicos da Vale, o Itaú projeta um Ebitda de US$ 2,5 bilhões em 2024, aumento de 31% na base anual, “devido a uma melhoria nos embarques de níquel e cobre, o que provavelmente levará a uma maior diluição dos custos fixos”.
- O Itaú BBA manteve a recomendação de ‘compra’ para as ações de Vale, com preço-alvo a US$ 19 por ADR ao fim de 2024, contra US$ 17 anteriormente, permanecendo a empresa como a preferida em mineração e siderurgia.
Cemig (CMIG4) derrete 10% com possibilidade de federalização
- As ações da Cemig (CMIG4) encerraram o pregão desta quarta-feira (22) com uma queda de 9,71%, atingindo o valor de R$ 11,35. Essa reação do mercado foi motivada pela notícia de que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), concordou com a proposta de repassar ativos do estado para a União, como forma de compensar parte da dívida estadual com o governo federal.
- Além da Cemig, a Copasa (CSMG3) também teve suas ações afetadas, encerrando o dia com uma queda de 2,83%, a R$ 18,17.
- No ponto mais baixo do dia, as ações CMIG4 apresentaram uma queda de 14,40%, enquanto as CSMG3 tiveram uma baixa de 9,14%.
- O anúncio veio após uma reunião entre Zema e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é autor da proposta apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar que Minas Gerais adira a um regime de recuperação fiscal.
- Zema, ao sair da reunião, declarou que as conversas estão progredindo bem, confirmando que concorda com a proposta de transferir ativos para a União.
- O presidente do Senado busca liderar a renegociação da dívida do estado como um contraponto a Zema, e há especulações de que Pacheco está buscando fortalecer sua posição para a disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026.
Camil (CAML3) e Kepler Weber (KEPL3) vão pagar R$ 45 milhões em dividendos e JCP; Veja valor por ação
- A Camil (CAML3) e a Kepler Weber (KEPL3) anunciaram novos pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), no valor total de R$ 45 milhões.
- Os JCP da Camil terão o valor de R$ 25 milhões, o que representa R$ 0,072904683 por ação ordinária da companhia.
- Enquanto isso, a Kepler Weber vai pagar R$ 12,28 milhões em juros sobre capital próprio e mais R$ 7,719 milhões em dividendos.
- Assim, os dividendos da Kepler Weber terão o valor de R$ 0,04367165 por ação, enquanto os JCP da companhia equivalem a R$ 0,06947597 por papel.
- O pagamento será feito pela Camil no dia 6 de dezembro de 2023, sendo destinado aos investidores posicionados em seus papéis até o fechamento de 27 de novembro.
- Enquanto isso, a distribuição de dividendos e JCP da Kepler Weber vai ocorrer em 11 de
- dezembro de 2023, mas somente aos que comprarem ações da empresa e se mantiverem com elas até o fechamento do pregão do dia 28 de novembro.
Dividendos da Camil
- Valor: R$ 25.000.000,00
- Valor por ação: R$ 0,072904683
- Data de corte: 27 de novembro de 2023
- Data de pagamento: 6 de dezembro de 2023
Dividendos da Kepler Weber
- Valor: R$ 7.719.411,29
- Valor por ação: R$ 0,04367165
- Data de corte: 28 de novembro de 2023
- Data de pagamento: 11 de dezembro de 2023
JCP da Kepler Weber
- Valor: R$ 12.280.588,71
- Valor por ação: R$ 0,06947597
- Data de corte: 28 de novembro de 2023
- Data de pagamento: 11 de dezembro de 2023
- Vale destacar que enquanto os dividendos de ações são isentos de Imposto de Renda, os JCP estão sujeitos à incidência de 15% de IR na fonte, com exceção dos acionistas que declararem ser imunes ou isentos.
- No caso da Camil, o prazo para se declarar isento da tributação vai até 28 de novembro de 2023, enquanto para os investidores da Kepler Weber esse período se encerra em 5 de dezembro deste ano.
- A Camil informou que os valores serão depositados na conta corrente dos acionistas aptos a receber. Mas no caso dos investidores que não indicaram a conta ao Bradesco (BBDC4), que é a instituição financeira depositária, precisarão se apresentar em uma de suas agências com “instruções para processamento do respectivo crédito”.
- Por fim, os acionistas da Camil que forem usuários da custódia fiduciária terão os valores disponibilizados de acordo com os procedimentos adotados pela B3.
Equatorial (EQTL3): banco destaca processo de diversificação e recomenda compra das ações
- Após investor day da Equatorial (EQTL3), o BTG Pactual reiterou recomendação de compra para as ações da companhia. Segundo o banco, o crescimento bem-sucedido nos últimos anos é respaldado por um excelente histórico de reestruturações com uma cultura meritocrática, focada na eficiência operacional e financeira.
- De acordo com o BTG, a Equatorial planeja se tornar um grupo de energia diversificado até 2025 e um grupo de infraestrutura até 2030.
- “Os segmentos prioritários são distribuição, transmissão, saneamento e renováveis, mas o crescimento da Equatorial também pode vir do comércio de energia, geração distribuída, telecomunicações, serviços financeiros e outras soluções”, diz o banco.
- Após a aquisição da CELG, a Equatorial elevou a alavancagem para 4,1x dívida líquida/Ebitda no final de 2022 e, desde o início deste ano, está em uma trajetória de desalavancagem, encerrando o terceiro trimestre em 3,6x dívida líquida/Ebitda.
- Além disso, segundo o BTG, a desalavancagem da Equatorial deve se acelerar no próximo ano, com o Ebitda das distribuidoras pós-revisão tarifária e o progresso adicional nas reestruturações de CEEE, CEA e CELG.
- “A administração destacou que o saneamento é a principal via de crescimento no setor de serviços públicos, com um grande pipeline de concessões programadas para leilão nos próximos anos”, informa a equipe do BTG.
- No segmento de transmissão, a companhia acredita que entrou no momento certo, quando a concorrência era baixa, garantindo retornos sólidos. Recentemente, ela se desfez da Intesa e analisará oportunidades futuras de reciclagem de ativos de transmissão.
- Neste contexto, o BTG recomenda compra das ações da Equatorial, com preço-alvo de R$ 37. Nesta quarta (22) os papéis da elétrica sobem 0,82%, cotados a R$ 34,34.
Da Itaúsa à Vale, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.