Radar: Itaú (ITUB4) aumenta lucro no 2T23, CBA (CBAV3) anota prejuízo e banco recomenda ações da Gerdau (GGBR4)
O Itaú (ITUB4) teve um resultado recorrente de R$ 8,742 bilhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), conforme balanço trimestral divulgado nesta segunda-feira (7). O consenso Refinitiv estimava um lucro líquido de R$ 8,652 bilhões. Assim, os números divulgados superaram as expectativas do mercado financeiro.
Esse resultado do Itaú mostra uma alta de 13,9% na comparação com o mesmo período de 2022. Além disso, a empresa registrou um retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) de 20,9%.
No primeiro semestre deste ano, o banco teve resultado gerencial de R$ 17,177 bilhões, alta de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
No último ano, os números do Itaú cresceram diante de uma inadimplência mais controlada que nos concorrentes privados Bradesco e Santander Brasil. O maior banco da América Latina tem clientes com renda média mais elevada, o que reduziu o impacto da alta dos juros sobre a qualidade dos ativos. Este efeito voltou a aparecer no balanço divulgado hoje.
Em seu comunicado, o relatório sobre o 2T23 do Itaú atribuiu esse resultado principalmente ao aumento da margem financeira com clientes, que tinha sido impulsionada pelo crescimento da carteira – que, por sua vez, está relacionado à gradativa mudança do mix de créditos com melhores spreads, assim como da receita de seguros.
O custo do crédito do Itaú somou R$ 9,4 bilhões no segundo trimestre de 2023, com crescimento de 25,3% em relação a igual etapa de 2022, em meio ao aumento da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos negócios de atacado em território brasileiro.
A carteira de crédito total do Itaú teve alta de 6,2% no trimestre, chegando a R$ 1,151 trilhão em junho. Na carteira que inclui pessoas físicas, o crédito pessoal registrou aumento anual de 21,1%, e o crédito imobiliário subiu 17%.
O presidente do banco, Milton Maluhy, diz que o resultado reflete a consistência e a transformação do banco, e afirmou que o Itaú está otimista com o segundo semestre. “Iniciamos a segunda metade do ano otimistas com as perspectivas para o futuro, decorrentes da consolidação da agenda monetária e fiscal que deverá promover uma retomada mais robusta da atividade econômica no País”, afirma ele, em nota
“Estamos bastante ativos e lançando novas funcionalidades para atender melhor o cliente, mesmo com o cenário de elevação da taxa básica de juros”, diz o balanço do Itaú sobre o crédito imobiliário.
As receitas de serviços e seguros aumentaram 1,4% na comparação com o segundo trimestre de 2022. O Itaú destaca que essa alta foi impulsionada por três fatores:
- Crescimento do faturamento de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência;
- Aumento das receitas de administração de consórcios;
- Avanço nos prêmios ganhos, que geraram um crescimento de 17,5% nos resultados de seguros no mesmo período.
Já as despesas não decorrentes de juros tiveram alta anual de 7,2%, chegando a R$ 14,3 bilhões. Segundo o documento de resultados do Itaú, esse aumento das despesas de pessoal se deu em razão dos efeitos da negociação do acordo coletivo de trabalho e por conta do crescimento da despesa com participação nos resultados.
“O aumento sequencial e gradativo da nossa rentabilidade, a estabilização dos índices de atraso e a melhoria contínua do nosso índice de eficiência foram os destaques do nosso segundo trimestre, consolidando a entrega de resultados bastante sólidos e consistentes para o Itaú Unibanco nesta primeira metade do ano”, disse o diretor financeiro, Alexsandro Broedel.
Além de Itaú, confira outros destaques desta segunda-feira:
CBA (CBAV3) reverte lucro de R$ 511 mi e apura prejuízo líquido de R$ 50 mi no 2T23
- A Companhia Brasileira de Alumínio, CBA (CBAV3), registrou R$ 50 milhões de prejuízo líquido no segundo trimestre de 2023, de acordo com balanço publicado nesta segunda-feira, 7. O resultado representa uma reversão frente ao lucro de R$ 511 milhões apurado no mesmo intervalo de 2022.
- Já o Ebitda ajustado da CBA foi de R$ 74 milhões no mesmo período, o que representa uma queda de 88% ante o mesmo intervalo do ano anterior e recuo de 11% na comparação trimestral.
- A margem Ebitda permaneceu estável no período, registrando 4%, o mesmo porcentual ante os três primeiros meses do ano. Por outro lado, o valor é menor na comparação com o 27% de margem apurada no segundo trimestre de 2022.
- Quanto à receita líquida da CBA, a empresa somou R$ 1,665 bilhão, o valor é 29% menor na comparação anual e 13% inferior ante os três primeiros meses de 2023.
Gerdau (GGBR4): banco recomenda ações e minimiza rumores de descontos no preço do aço; veja por quê
- Não é recomendável avaliar as ações da Gerdau (GGBR4) com base na possibilidade de descontos no preço dos aços longos no Brasil, diz o BTG Pactual. Para o banco, as preocupações referentes ao assunto são exageradas. Analistas afirmam que a Gerdau vai entregar um desempenho consistente no segundo trimestre, recomendando a compra das ações.
- “Acreditamos que essas preocupações são exageradas e há pouco espaço para cortes de preços do aço, considerando o equilíbrio das importações e a equação de paridade para vergalhões no país”, diz o BTG.
- Dessa forma, a equipe do banco pontua que não venderia as ações com base em descontos de preços e acredita que os números para 2023 estão praticamente intactos. “Mesmo se você assumir um corte de 3% em preços (receita líquida por tonelada) durante o segundo semestre de 2023 (2S23), o impacto no Ebitda para 2023 seria apenas 2,5 a 3% menor – não é uma virada de jogo para o caso.”
- O BTG projeta um Ebitda da Gerdau (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.) na faixa de R$ 15 a R$ 16 bilhões.
- “Para nós, o quadro geral é: Gerdau continua barata, com um múltiplo de 3,3 vezes Ebitda projetado para 2023 e está entregando o máximo desempenho operacional consistente em nosso universo de abrangência”, afirmam os analistas.
- Além disso, segundo o banco, o mercado dos Estados Unidos deve se manter resiliente, superando as expectativas, o que pode compensar eventuais desafios cíclicos no mercado brasileiro.
- Com isso, o BTG recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 39.
Suzano (SUZB3) está interessada em comprar fatia majoritária de empresa chinesa, diz agência
- A Suzano (SUZB3) estaria interessada em comprar as ações da Vinda International, empresa de higiene com sede em Hong Kong, informa a Bloomberg.
- De acordo com fontes, a Suzano é uma das interessadas na nova rodada de lances para participação majoritária da Essity, na Vinda. Recentemente, a Essity iniciou o processo de venda de sua participação de 52% na Vinda International, avaliado em cerca de US$ 1,3 bilhões.
- As empresas de aquisição Bain Capital, CVC Capital Partners e DCP Capital também avançaram no processo, disseram pessoas a par do assunto para a agência.
- Com os rumores, as ações da Vinda caminham para o maior ganho intradiário desde dezembro, o que avalia a empresa em US$ 2,7 bilhões, afirma a Bloomberg.
- Os proprietários avaliam como ponto de partida indicativo para as negociações cerca de US$ 20 de Hong Kong por ação, segundo fontes. O processo está em fase inicial, sem estar claro quais interessados irão seguir com as ofertas finais.
- Para analistas ouvidos pela Bloomberg, um acordo com a Vinda ampliaria a posição da Suzano como fornecedora na segunda maior economia do mundo. Hoje, a China é a maior importadora mundial de celulose, respondendo por 43% das vendas da commodity pela Suzano.
Via (VIIA3) fecha no zero a zero e Magazine Luiza (MGLU3) cai no Ibovespa; veja os motivos
- As ações de Via (VIIA3) fecharam estáveis, enquanto as de Magazine Luiza (MGLU3) recuaram no Ibovespa nesta segunda-feira (7), com o mercado aguardando com certo pessimismo a divulgação dos balanços das companhias nesta semana. A demora na divulgação de incentivos para o setor, além da expectativa para a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), também mexem com os papéis.
- No fechamento, os papéis da Via encerraram o dia na estabilidade, cotados a R$ 1,88, enquanto os ativos do Magazine Luiza arrefeceram 1,63%, a R$ 3,01. As ações ordinárias de Lojas Renner (LREN3) recuaram 3,16%, a R$ 19, assim como as de Petz (PETZ3), que caíam 2,27%, a R$ 6,88.
- “Há a expectativa de resultados ruins; Porém, a demora do governo em dar um sinal positivo quanto ao programa de incentivo à linha branca, novamente sugerido no final de semana, também estressa o setor, visto que os dados têm mostrado desaceleração”, pontuou Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
- Na última sexta-feira (4), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse após reunião na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, que a pasta segue estudando a implantação de uma programa de incentivo à venda de eletrodomésticos da linha branca. Entretanto, pontuou que a projeto “é um pouco mais complexo” do que o implantado neste ano para estimular o setor automotivo.
- “Os estudos ainda não terminaram. É um pouco mais complexo, porque, como com os veículos, são poucas montadoras, é mais fácil controlar o crédito tributário. No caso da linha branca, tem um um número de empresas muito maior”, afirmou Alckmin.
- De acordo com Lemos, o mercado espera que a ata do Copom, prevista para ser divulgada nesta terça-feira (8), traga mais sinais sobre futuros cortes e a magnitude dos juros principalmente em relação ao fiscal.
- “O que está travando a liberação do novo programa de incentivo para o setor é justamente não ter fonte de receita. É a tempestade perfeita para Magazine Luiza e Via. Ainda há dúvidas sobre a decisão do Banco Central e se será duradoura, e esse impacto é frontal no consumo”, acrescentou.
- O resultado do segundo trimestre da Via será divulgado na próxima quinta-feira (10), enquanto o Magazine Luiza divulga seu balanço no próximo dia 14 de agosto (segunda-feira), ambos depois do fechamento do mercado.
BB Seguridade (BBSE3) tem trimestre sólido e ‘dividendos atraentes’; ações lideram altas no Ibovespa
- As ações do BB Seguridade (BBSE3) fecharam em alta de 2,38% no intradia desta segunda-feira (7),liderando altas do Ibovespa após a companhia divulgar seu resultado trimestral mais cedo.
- Com alta de 30% no lucro, para R$ 1,8 bilhão, o 2T23 do BB Seguridade mostrou números sólidos que agradaram os analistas.
- “O BB Seguridade (BBSE) divulgou resultados sólidos, com lucro chegando a R$ 1,84 bilhão (84% ROE), alta de 31% na base anual e 5% na base trimestral, ficando acima das nossas expectativas e do consenso de mercado. As subsidiárias da BBSE normalmente relatam seus números mensais para seguradoras regulador SUSEP, então os resultados de abril-maio já haviam sido divulgados e os números do segundo trimestre não foram uma grande surpresa”, destaca o BTG Pactual.
- “Além disso, a BBSE3 anunciou na última sexta-feira que aprovou um programa de recompra de até 64,3 milhões de ações ordinárias. O programa terá duração de 18 meses, encerrando-se em 25 de fevereiro”, acrescenta a casa.
- Segundo o BTG, a tese “segue positiva, pois a empresa ainda oferece ganhos consideráveis sem risco atrelado ao NPL [inadimplência de 90 dias] ou imposto sobre o Juros Sobre Capital Próprio (JCP), sendo uma ave rara do setor”.
- A recomendação segue de compra para as ações do BB Seguridade, com preço-alvo de R$ 41.
- O time de research do Santander, por sua vez, reiterou recomendação neutra para os papéis do BB Seguridade, mas destacou positivamente o crescimento apresentado no resultado trimestral da seguradora, com preço-alvo de R$ 39.
- “Se anualizarmos o 1S23 de receita líquida, atingimos R$ 7,2 bilhões, em linha com nossas estimativas e consenso, e no topo do guidance. É importante ressaltar que a administração espera que o crescimento dos prêmios convirja para a orientação no 2S23, graças a composições mais difíceis”, diz a casa.
- “O segmento de seguros foi o destaque do trimestre, beneficiando de um crescimento ainda forte dos prémios (embora a um ritmo de desaceleração) e de um forte crescimento de resultados financeiros, enquanto a BrasilPrev também se beneficiou da recuperação de seus resultados financeiros”, completa.
Do Itaú ao Gerdau, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.