Radar: Raízen (RAIZ4) é uma das top picks do agro para o BBA, produção da Petrobras (PETR4) tem queda no 2T22, Tesla (TSLA34) vende 75% de seus bitcoins

Itaú BBA retomou a cobertura do agronegócio brasileiro, mantendo uma visão otimista em relação ao setor. As ações agro consideradas top picks pelo banco passaram a ser SLC Agrícola (SLCE3), Rumo (RAIL3) e Raízen (RAIZ4).

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Em novo relatório, o Itaú BBA reforçou sua preferência pelas ações da SLC às da Boa Safra Sementes (SOJA3), da Rumo às da Hidrovias do Brasil (HBSA3) e da Raízen às da São Martinho (SMTO3).

“Assumimos a cobertura do setor de agronegócio do Brasil com uma visão estruturalmente otimista de longo prazo do setor, mas reconhecemos que os preços de commodities intrinsecamente voláteis estão intimamente correlacionados com o desempenho do preço das ações no curto prazo”, diz o Itaú BBA.

De acordo com Daniel Sasson e Larissa Pérez, analistas do banco e autores do relatório, dois casos que simbolizam o cenário atual são os de SLC e São Martinho. Recentemente, após registrar máximas históricas em junho, as ações dessas companhias caíram 28% e 32%, respectivamente. No mesmo período, os contratos de preços futuros para algodão, soja e milho viram uma redução radical, de 15-25%.

“Vemos caminhos de crescimento acentuado para todas as empresas em nosso universo de cobertura, mas encontramos propostas mais atraentes de risco-retorno em SLC, Rumo e Raízen”, diz o relatório.

Ações com retornos de até 56%

Para o BBA, as ações da Raízen têm um alto potencial para render retornos de até 56%, as da Rumo 37% e as da SLC 31%.

Em relação às safras futuras, o BBA acredita que o setor deverá se preparar para continuar a operar com preços altos, acima do normal.

“Olhando para a safra 2022-23, esperamos que os preços se mantenham em níveis historicamente altos, mas esfriem sequencialmente, dada a previsão de maior produção em produção importante e países exportadores”, afirmou o banco.

Segundo o banco, o agronegócio brasileiro pode continuar se beneficiando da combinação de preços de commodities agrícolas em alta e de uma moeda menos valorizada frente ao dólar.

“Apesar de esperarmos um arrefecimento dos preços na próxima safra, acreditamos que os preços da maioria das commodities agrícolas permanecerão elevados em relação aos níveis históricos devido à dinâmica oferta-demanda ainda apertada”, diz o documento.

Além disso, em relação à cadeia do agronegócio, os analistas do BBA afirmam esperar “que os custos financeiros aumentem substancialmente como resultado de maiores exigências de capital de giro e taxas de juros mais altas (tanto no Brasil quanto no mundo)”. Acrescenta: “Mais resultados operacionais dos produtores serão comprometidos com as despesas financeiras”. Apesar disso, também espera-se que as margens dos produtores permaneçam em níveis saudáveis.

Além da Itaú BBA, confira outros destaques desta quinta-feira:

Petrobras (PETR4): produção total do 2T22 tem queda de 5,1% na comparação anual

  • Petrobras (PETR4) divulgou nesta quinta-feira (21) que teve no segundo trimestre de 2022 produção média comercial de 2,334 milhões de barris diários de óleo equivalente, queda de 6% em relação a igual período em 2021.
  • Sobre o trimestre imediatamente anterior, a retração foi de 5,2%, disse a companhia em seu relatório de produção.
  • No total, incluindo a parcela que não é comercializada, a produção da Petrobras foi de 2,653 milhões de boe/d, queda de 5,1% ante o 2T21.
  • A produção brasileira de petróleo foi de 2,114 milhões de barris por dia (bpd), equivalente a um recuo de 5% sobre a comparação anual. Já a produção interna de gás natural foi de 502 milhões boe/d, baixa de 4,9% na mesma base comparativa.
  • No pré-sal, foram extraídos 1,609 milhão de bpd no segundo trimestre de 2022, recuo de 0,7% ante o segundo trimestre de 2021.
  • No relatório, a Petrobras afirma ainda que a produção de derivados subiu 1,7% ante o 2T21, para 1,771 milhão de bpd. O total de vendas de derivados caiu 2,4% na comparação interanual.
  • Já o fator de utilização da capacidade das refinarias ficou em 89% no segundo trimestre do ano.

Tesla (TSLA34) vende 75% de seus bitcoins um ano após investir na criptomoeda

  • A Tesla (TSLA34) anunciou nesta quinta-feira (21) que vendeu 75% dos bitcoins que tinha comprado há pouco mais de um ano.
  • A fabricante de automóveis elétricos destaca que a venda acrescentou US$ 936 milhões ao balanço do 2T22 da Tesla, mas também informou que havia tido uma baixa contábil no resultado, ligada à moeda digital.
  • A empresa entrou no mercado de criptomoedas, especificamente os bitcoins, no ano passado, ao revelar que possuía US$ 1,5 milhão na criptomoeda quando ela era negociada acima de US$ 28 mil.
  • O preço do bitcoin recuou abaixo de US$ 17,7 mil em meados de junho, conforme a CoinDesk, em meio a uma piora nos mercados de criptomoeda.
  • Não foi a primeira vez que a Tesla vendeu bitcoins ou teve prejuízo no resultado trimestral por causa de investimentos na criptomoeda. A companhia registrou custo de cerca de US$ 101 milhões com bitcoins em 2021, quando também vendeu parte desses ativos.
  • O CEO da Tesla, Elon Musk, tem sido um comentarista assíduo sobre moedas digitais. Quando a empresa revelou que possuía bitcoins em sua carteira, no ano passado, ele disse que passaria a aceitar pagamentos em criptomoedas na Tesla.
  • Contudo, suspendeu essa política pouco depois, citando preocupações com os altos níveis de combustível fóssil usados para a mineração dos bitcoins.
  • No fim do ano passado, Musk afirmou no Twitter que a Tesla aceitaria alguns pagamentos em dogecoin.

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Via (VIIA3) deve apresentar resultados fracos no 2T22; veja projeções

  • O setor de varejo sofreu em 2022 com os danos na pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia, a inflação crescente e a possibilidade da desaceleração da economia global.
  • Porém, na perspectiva do BTG Pactual (BPAC11), empresas como Via (VIIA3)Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) podem vir com melhores margens operacionais do que o esperado nos resultados do segundo trimestre de 2022.
  • Com as empresas tomando iniciativas para preservar a rentabilidade em meio ao cenário inflacionário, os maiores custos de captação devem impactar o resultado consolidado do setor, acreditam os analistas.
  • “E, assim como nos trimestres anteriores, a recuperação da atividade econômica deve permanecer desigual à medida em que a economia global (e brasileira) reabre, ainda impulsionada por uma poupança maior, especialmente entre as famílias de renda mais alta”, diz o relatório.
  • Para empresas de e-commerce como a Via, os analistas do BTG Pactual estão com projeções mais conservadoras, apesar dos esforços da empresa para otimizar as margens.
  • A previsão é de que o 2T22 continue a mostrar inflexão nos fundamentos das companhias do setor. O BTG espera alta de 69% na receita líquida em comparação ao 2T19 e +19% ante o mesmo período do ano passado, crescimento de 22% no Ebitda no ano a ano pela otimização de custos, e resultados impactados por taxas de juros mais altas.
  • Sobre a receita líquida, é esperado algo similar ao primeiro trimestre deste ano, principalmente para varejistas com lojas físicas, que foram mais fracas devido ao aumento de casos de Covid e de restrições no período.
  • “Assim como nos trimestres anteriores, a recuperação deve ser desigual entre os segmentos”, disse o BTG.
  • A XP Investimentos tem uma visão menos otimista sobre o setor. Especificamente com a Via, os analistas esperam que a companhia reporte resultados fracos novamente, “uma vez que a deterioração macroeconômica continua a impactar a demanda pela categoria de bens duráveis”, conforme relatório.
  • Os analistas da XP esperam que o GMV total caia 4% na comparação anual, mesmo com a melhor performance das lojas físicas, com o SSS (Vendas Mesmas Lojas) subindo 9,5% no período.
  • Na visão da XP, não foi o suficiente para compensar o desempenho enfraquecido do canal online da Via, “com o GMV em -20% a/a”.
  • Sobre a rentabilidade da Via, a projeção é de uma margem bruta estável, com queda de 0,1 ponto percentual sobre o igual período de 2021, com melhora na margem Ebitda, de +2,3 p.p sobre o 2T21, com a redução de despesas gerais e administrativas.
  • “Por fim, esperamos um prejuízo líquido de R$ 131 milhões, com maiores despesas financeiras“, aponta o relatório.
  • A ação da Via fechou em em alta de 0,77%, a R$ 2,63.

Klabin (KLBN11): projeto bilionário sobre fábrica é questionado até pelo comando da empresa

  • A XP divulgou suas impressões sobre o novo projeto da Klabin (KLBN11), o “Figueira”, com investimento bilionário, anunciado na quarta-feira (20).
  • A fábrica de papelão, que vai custar R$ 1,57 bi, levantou questionamentos no mercado sobre o impacto e alocação de capital envolvidos no projeto e recebeu críticas até do Conselho de Administração da companhia – o que foi anotado na ata de aprovação do projeto na reunião do colegiado.
  • O empreendimento da Klabin, que trata da construção de uma nova fábrica de papelão ondulado, levanta preocupações sobre a alocação de capital envolvida em sua operacionalização e os respectivos retornos financeiros esperados
  • Além disso, prevê um capex de R$ 6,1 mil/ton, que deve incluir inflação dos custos e levantar percepções negativas por parte do mercado sobre o empreendimento, segundo a XP.
  • Após o anúncio do projeto, as ações da Klabin caíram cerca de 6% na abertura do pregão desta quinta (21), se recuperando parcialmente ao longo do dia e acumulando queda de 3,36% no fechamento, cotadas a R$ 18,43.
  • A Klabin anunciou a aprovação da construção de uma nova fábrica de papelão ondulado, que deve fornecer 240 mil toneladas do produto.
  • O local terá 950 mil metros quadrados, inclui a instalação de duas máquinas waver, nove impressoras, condições para receber futuros projetos de produção de papel reciclado e capacidade adicional de papelão ondulado.
  • O capex deve somar R$ 1,57 bilhão (incluindo aproximadamente R$ 200 milhões em impostos a recuperar) financiados pelo caixa da empresa, enquanto o pagamento deve ocorrer entre 2022 e 2024.
  • A Klabin, em apresentação complementar do projeto, enfatizou a sua crença em um modelo de negócios diversificado, sustentável e integrado.

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Da Itaú BBA à Klabin, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

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