Os analistas do BTG Pactual, em novo relatório, destacaram como os anúncios recentes da Gerdau (GGBR4) impactam os proventos da companhia.
Recentemente a Gerdau anunciou um desinvestimentos considerados “bem-vindos”, que representam 4,5% do valor de mercado da companhia e são referentes às participações em alguns ativos da unidades da América do Sul (Gerdau Diaco e Metaldom).
Segundo a casa, a transação tem preço base de US$ 325 milhões ou R$ 1,6 bilhão, o que representa 4,5% do valor de mercado atual da companhia.
“A transação avalia o ativo em 4,8x Múltiplo EV/EBITDA (considerando o EBITDA médio de 6 anos de US$ 134 milhões). Contudo, considerando que estimamos que o business da América do Sul terá um Ebitda de 2024 cerca de 15% inferior à média de 6 anos e isso aumentaria o múltiplo da transação para 5,6x EV/EBITDA 2024”, observa o BTG.
“Além disso, a transação também reduziria a dívida líquida da empresa para cerca de R$ 3,9 bilhões em nossos cálculos – uma diferença de R$ 2 bilhões em relação ao seu valor meta de R$ 6 bilhões. Se a empresa pagasse esta “lacuna” como um dividendo extraordinário, aumentaria seu rendimento no ano em cerca de 5,5 pontos percentuais”, completa.
Atualmente a casa tem recomendação neutra para as ações da Gerdau, com preço-alvo de R$ 27.
Além de Gerdau, confira outros destaques desta quinta-feira:
Energisa (ENGI11) avalia follow-on de R$ 2 bi e ação desaba mais de 5%
- Após rumores do mercado, a Energisa (ENGI11) confirmou a intenção de lançar uma oferta pública primária de ações ordinárias e preferenciais, podendo levantar até R$ 2 bilhões, segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 18.
- A notícia, divulgada primeiro pelo Brazil Journal, fez forte pressão nos papéis da elétrica ao longo do pregão. No fechamento, a ação preferencial da Energisa caiu mais de 5%, a R$ 49,99, fazendo com o que a companhia perdesse mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado.
- De acordo com fato relevante divulgado pela empresa, a potencial oferta de ações da Energisa deverá ser acompanhada pelo seu controlador Gipar, pertencente à família Botelho, na proporção de sua participação de 27,7% na Energisa.
- Na visão do mercado, a iniciativa por parte da companhia era questão de tempo. Isso porque, após diversas aquisições nos últimos anos, a alavancagem da Energisa subiu muito, principalmente depois da aquisição da ES Gás, no começo de 2023, quando foi pago R$ 1,4 bilhão, um valor considerado alto, apesar de ter sinergias com os seus negócios.
- Com isso, a alavancagem da empresa, medida pela relação dívida líquida por Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), passou de 2,9 vezes no terceiro trimestre de 2022 para 3,3 vezes no mesmo período de 2023.
Natura (NTCO3) anuncia deslistagem de ADRs em Nova York
- O conselho de administração da Natura (NTCO3) aprovou a deslistagem de suas American Depositary Shares (ADSs), representadas por American Depositary Receipts (ADRs) na bolsa de Nova York (Nyse), de forma voluntária, por considerar que a listagem não é mais atrativa para os negócios de longo prazo da companhia, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- Listada na Nyse desde janeiro de 2020, após a compra da rival Avon, a companhia explicou que não faz sentido ter os papéis negociados no exterior, uma vez que prioriza as ações ordinárias da Natura, listadas na B3, a bolsa brasileira.
- Na B3, inclusive, a empresa disse que manterá a listagem de suas ações ordinárias no segmento do Novo Mercado, sujeita aos requisitos de divulgação aplicáveis, nos termos das leis e regulamentação brasileira.
- “A deslistagem da NYSE está em linha com a estratégia de longo prazo da companhia de simplificar suas operações”, diz a Natura, em fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 18.
- Apesar dessa iniciativa, a empresa de cosméticos brasileira, uma das maiores do mundo, informou que continuará, por enquanto, registrada sob o Exchange Act da Nyse, e que continuará a cumprir suas obrigações de divulgação nos termos do Exchange após sua deslistagem. “A Natura &Co reserva-se o direito, por qualquer motivo, de postergar esses arquivamentos ou retirá-los antes de sua eficácia e de modificar seus planos a esse respeito”.
- Segundo a Natura, a deslistagem da bolsa de Nova York deverá ser efetivada 10 dias após a apresentação do Form 25, documento necessário para sinalizar sua intenção de retirar as ADRs de circulação, perante a Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos (SEC). Com isso, a expectativa é que a Nyse suspenda a negociação dos ADRs até 9 de fevereiro.
Cemig (CMIG4) prevê investimentos de R$ 35,6 bilhões até 2028
- A Cemig (CMIG4) anunciou nesta quinta-feira (18) suas projeções de investimentos para o período de 2024 a 2028, totalizando R$ 35,6 bilhões.
- Dentro desse montante, aproximadamente R$ 23 bilhões estão destinados ao segmento de distribuição da Cemig.
- A geração receberá investimentos de R$ 2,1 bilhões, enquanto a área de transmissão contará com aportes de R$ 3,8 bilhões. Para o braço de geração distribuída, estão previstos R$ 3,3 bilhões ao longo do período.
- A Cemig destacou que a execução dos investimentos prioriza a geração de valor aos acionistas, com taxas de retorno superiores ao custo de capital e a sustentabilidade dos negócios da companhia.
- A empresa reafirmou seu compromisso de focar no Estado de Minas Gerais, classificando o investimento como “o maior da história da companhia”.
- A companhia ressalta que as projeções são estimativas sujeitas a alterações, dependendo de diversos fatores.
PetroReconcavo (RECV3): união de ativos com 3R Petroleum (RRRP3) destravaria valor para as duas empresas, dizem analistas
- A Maha Energy, acionista da 3R Petroleum (RRRP3), estaria propondo a união dos ativos da companhia com a PetroRecôncavo (RECV3). Para analistas, um possível acordo entre as empresas seria positivo, com bons ganhos de escala. Hoje, as ações da 3R Petroleum e PetroRecôncavo lideraram as altas do Ibovespa.
- Segundo a Genial Investimentos, o evento destravaria valor para ambas as empresas, mais precisamente para 3R Petroleum, que é um ativo subavaliado em relação à Petroreconcavo. Com isso, é estimado um potencial de valorização de pelo menos 36% para 3R se for considerada a reprecificação de múltiplos implícita na proposta de fusão com a 3R Petroleum.
- Em linha com essa tese, a XP também diz que o acordo entre 3R e Petroreconcavo ocorre em um momento no qual ambas as ações das empresas estão subvalorizadas, com interesses de investidores diminuindo. “Portanto, mesmo que esse acordo não avance, acreditamos que ele lança luz sobre o potencial de consolidação e sobre o preço baixo das ações de ambas as empresas, o que deve ajudar os dois casos de investimento”, explicam os especialistas.
- Ao estimar os ganhos para os acionistas, após uma série de suposições, a XP projeta um potencial de alta de aproximadamente 29% para a RRRP3 e de 18% para os acionistas da RECV3. A corretora ainda destaca que os papéis da 3R Petroleum e PetroReconcavo estão sendo negociados com um desconto significativo em relação ao setor, visto que as duas estão 45% abaixo de suas máximas históricas.
- Além de todas as sinergias, diz a Genial, mesmo que a transação não se materialize, o evento deve ser positivo ao jogar luz em ambos os cases e mostrar as potencialidades dos ativos – principalmente da 3R Petroleum. A casa recomenda compra das ações para 3R Petroleum, com preço-alvo de R$ 62, um upside de 127,11% ante a cotação de R$ 29,38.
- “Nossa recomendação vai além da materialização dessa proposta e considera o momento operacional que pode ser interpretado como “virada de chave” se considerarmos o último resultado trimestral e os dados de produção divulgados recentemente”, conclui a Genial.
- Quanto à PetroRecôncavo, a equipe da Genial mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 29, cotadas hoje a R$ 23.
BB Seguridade (BBSE3): banco vê bom risco-retorno e potencial de mais dividendos em 2024
- O BTG Pactual reiterou recomendação de compra para as ações do BB Seguridade (BBSE3), com preço-alvo de R$ 41, ante a cotação atual de R$ 34,35. O banco aponta como fator positivo o bom risco-retorno da ação, estimando um ganho no quarto trimestre de 2023 (4T23) em linha ou mais forte do que o desempenho do 3T23. Os analistas também destacam a chance de aumento de dividendos em 2024.
- “Acreditamos que o BB Seguridade pagará mais do que sua capitalização de mercado em dividendos até 2033, tornando-a uma de nossas principais escolhas para este ano. Dadas as recentes condições de mercado desafiadoras, é uma ação que acreditamos que poderia atrair mais interesse dos investidores”, diz o BTG.
- Após um evento do BB Seguridade com investidores, o BTG afirmou que os executivos da empresa indicam que o impacto dos riscos do agronegócio é improvável. “Com base na discussão e nas tendências esperadas para 2024, parece improvável que os ganhos não cresçam pelo menos 5% a/a para R$8,0 bilhões, em linha com a nossa previsão e 2% acima das estimativas do mercado.”
- O cenário também permanece positivo para o produto de seguro de vida de crédito, com desembolsos sólidos pelo Banco do Brasil (BBAS3). Os analistas também veem espaço as recompras aumentarem neste ano, e destacam a visão de que as ações da empresa são defensivas.
- “A receita total deverá crescer em dois dígitos e permanecerá altamente focada em dividendos (e recompras). O CFO disse que há espaço para aumentar o pagamento em 2024. O aumento do pagamento é respaldado pela intenção da administração de captar recursos tanto do braço de previdência quanto do de capitalização da holding”, conclui o BTG.
Da Gerdau à Natura, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.