Radar: Fleury (FLRY3) anuncia dividendos milionários, analistas preveem alta dos proventos da CSN Mineração (CMIN3) e Taesa (TAEE11) tem “alavancagem confortável”
A Fleury (FLRY3) pagará R$ 80,5 milhões em dividendos aos seus acionistas, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (7).
O valor dos dividendos da Fleury por ação será de R$ 0,14, que serão pagos no dia 1º de abril.
Apenas os investidores com ações FLRY3 no dia 19 de março terão direito de receber os rendimentos.
A partir do dia 20 de março, as ações da Fleury serão negociadas sem direito aos dividendos.
Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esse montante, somado às distribuições de juros sobre o capital próprio ao longo do ano de 2023, totalizam R$ 317.818.587,00 em proventos distribuídos com relação ao lucro líquido apurado no exercício social de 2023.
Além de Fleury, confira outros destaques desta quinta-feira:
CSN Mineração (CMIN3) registrou um sólido 4T23; Genial vê caminho para forte distribuição de dividendos
- A CSN Mineração (CMIN3) carregou a CSN holding em 2023, diz a Genial Investimentos. Os analistas afirmam que a empresa entregou resultados robustos no quarto trimestre de 2023 (4T23). No trimestre, a mineradora registrou lucro líquido de R$ 1,359 bilhão. Para 2024, os analistas apontam espaço para mais dividendos. Na tarde desta quinta-feira, as ações da CSN Mineração disparam, cotadas a
- Segundo a Genial, o 4T23 da CSN Mineração mostrou que a companhia aproveitou bem a curva do minério de ferro e teve resultados razoáveis durante o ano. “No 4T23 a curva do minério teve uma escalada e o mercado se inclinou ao consumo de minério de ferro low grade, o que de alguma forma ajudou a CMIN”, explica a Genial.
- No entanto, a Research avalia que o guidance divulgado para 2024 foi decepcionante, com a estimativa de 43Mt (milhões de toneladas) para 2024, em comparação com 45Mt na estimativa anterior.
- Para os analistas, o guidance da CSN acabou enfraquecendo a tese de crescimento que foi ratificada durante o IPO. “Muito embora nos pareça que a companhia esteja tentando melhorar o mix de produção própria e compra de terceiros, o que pode promover uma elevação de margens em 2024 que ainda não nos parece precificada nas ações”, comenta a Genial.
- Outro ponto destacado foi a boa geração de fluxo de caixa livre (FCFE), atingindo R$ 1,1 bilhão, indicando uma elevação de +46,9% ante o trimestre anterior, impactado por uma dinâmica de capital e giro menos pressionada.
- A Genial afirma que o forte crescimento de Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), acima das estimativas, foi o grande carro-chefe da geração de FCFE do 4T23. “Acreditamos que o resultado pode abrir caminho para uma distribuição forte de dividendos, tanto pela CSN holding como pela CMIN3. Temos em nosso modelo a distribuição de R$0,28/ação para CMIN, o equivalente a um dividend yield de 4,7%, ou 18% anualizado.”
- Dessa forma, a equipe da Genial mantém recomendação de compra para as ações da CSN Mineração. com preço-alvo de R$ 7. Nesta quinta (7) as ações da CSN Mineração subiram 1,34%, cotadas a R$ 6,05.
Taesa (TAEE11): alavancagem está confortável, diz presidente da companhia após dados do 4T23
- Em teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), nesta quinta-feira (7), o diretor presidente interino da Taesa (TAEE11), Rinaldo Pecchio, afirmou estar confortável com o atual nível de alavancagem da empresa.
- Atualmente, a Taesa é a mais alavancada dentre os pares (3,7x Dívida Líquida/Ebitda). Em recente relatório, a alavancagem da Taesa foi um dos motivos para o Itaú BBA projetar dividendos da companhia mais fracos para 2025 em comparação com os anos anteriores.
- No entanto, segundo Pecchio, uma empresa de transmissão do porte da companhia busca um índice de alavancagem em torno de 3,4 vezes, podendo chegar um pouco além disso. Ele ressalta que a condição de gerar muito caixa permite uma alavancagem maior.
- Além disso, o executivo mencionou que as projeções da Taesa indicam estabilidade no IGP-M, índice utilizado na correção anual das tarifas de transmissão, no médio e longo prazo. A Taesa tem 60% da receita atrelada ao IGP-M.
- Sobre novas aquisições, o diretor de novos negócios da Taesa, Fábio Fernandes, afirmou que a empresa continuará avaliando os ativos que serão negociados no leilão de linhas de transmissão previsto para o segundo semestre. Ele confirmou que a companhia não participará do certame previsto para o primeiro semestre, pois busca um crescimento que gere valor aos acionistas.
Fim do monopólio da B3 (B3SA3)? Veja como a chegada de uma concorrente vai afetar a empresa da Bolsa
- Especialistas ligados ao mercado financeiro estão atentos à possível concorrência que se desenha para a operadora da Bolsa de Valores no Brasil, a B3 (B3SA3). A chegada anunciada de uma nova bolsa está prevista para o segundo semestre de 2025.
- Para Femisapien, economista e sócia da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, a entrada de um novo mercado pode abrir oportunidades para investimentos em ativos ainda não disponíveis na B3, aumentando o interesse de investidores estrangeiros no país.
- “A concorrência teoricamente levaria a B3 a prestar melhores serviços e praticar melhores preços, além da supracitada oportunidade para startups, que são, em sua maioria, empresas de tecnologia, poderem listar ações no mercado. A concorrência para a B3 é sempre boa, pois motiva a companhia a prestar melhores serviços”, diz.
- Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, compartilha a visão de que o monopólio da B3 tem sido um obstáculo para o crescimento do mercado financeiro brasileiro. “A entrada de uma nova bolsa já é esperada há muitos anos. Acredito que o monopólio da B3 sempre, na minha opinião, atrapalhou o crescimento do nosso mercado, porque, quando a gente tem monopólio, não existe competição”, avalia.
- Ele também destaca que a introdução de uma segunda Bolsa de Valores pode aumentar a visibilidade e a credibilidade do mercado brasileiro. “Com o país crescendo, podemos ter novos IPOs, dependendo de como vai ser. Pode ter uma febre de IPOs, se o governo ajudar. Eu acho que é uma notícia muito positiva e que dependendo dos serviços que a nova bolsa oferecer, vai ser ótimo”, comenta Cohen.
- A notícia da possível concorrência da B3 surgiu com a iniciativa do Mubadala Capital, asset dos Emirados Árabes Unidos, que está organizando a abertura da nova Bolsa de Valores. O projeto, que ainda depende da aprovação das autoridades reguladoras, tem como proposta ter sede no Rio de Janeiro e operar em todos os mercados, incluindo ações, derivativos e câmbio. A análise do pedido pela ATG, empresa envolvida no projeto, já está sendo realizada pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- A notícia, divulgada no dia 1º deste mês, impactou as ações da B3, que registraram uma queda de 3,2% no pregão após o anúncio. O mercado agora aguarda o desdobramento dessa possível concorrência e suas implicações para o cenário financeiro brasileiro.
Taesa (TAEE11) propõe distribuir R$ 390,3 milhões em dividendos; veja quando podem ser pagos
- O conselho de administração da Taesa (TAEE11) aprovou uma nova proposta para destinar os recursos gerados na forma de lucro ao longo do exercício de 2023. Um dos prováveis destinos, conforme a proposta, seria o uso de R$ 390,3 milhões para o pagamento de dividendos adicionais.
- Esse montante de dividendos da Taesa equivaleria a R$ 1,13 por unit, cujo pagamento, caso aprovado, aconteceria no dia 16 de maio deste ano.
- A proposta da Taesa, que ainda deve passar por decisão em Assembleia Geral Ordinária (AGO), também inclui os R$ 746 milhões usados para pagamentos já realizados em proventos durante o ano de 2023 e começo de 2024, sendo R$ 416,7 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP) e outros R$ 329,3 milhões em dividendos intercalares.
- Outra destinação dos recursos, conforme previsto na proposta, seriam R$ 232,9 milhões para reserva de lucros e R$ 1,4 milhão em reserva de incentivos fiscais.
- No total, o montante a ser aprovado em dividendos e JCP da Taesa para o exercício de 2023 é de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, correspondente a R$ 3,30 por unit. Esse valor representa 83% de payout, considerando o lucro líquido IFRS da companhia. Quando relacionado ao lucro líquido regulatório, o payout seria de 104%.
Vale (VALE3) diz que não houve decisão do conselho sobre definição de presidente
- A Vale (VALE3) informou nesta quinta-feira (7) que não houve decisão de seu conselho de administração quanto à renovação do mandato do presidente em exercício, Eduardo Bartolomeo, ou à realização de processo sucessório.
- Em comunicado, a Vale informou que o conselho de administração “segue conduzindo de forma diligente as discussões pertinentes à definição do presidente da companhia e cumprindo com rigor o estatuto social e as políticas corporativas aplicáveis”.
- “A Vale reitera seu compromisso de manter o mercado atualizado sobre desdobramentos materiais quanto à sua liderança”, completou a mineradora.
- Na última quarta-feira (6), o jornal Valor Econômico informou que o nome de Walter Schalka, atual diretor-presidente da Suzano (SUZB3), foi sondado por headhunter para poder presidir a Vale.
- O mandato do atual diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, termina em 26 em maio. Até lá, os conselheiros da mineradora têm de definir se reconduzem Bartolomeu para mais uma gestão ou optam por um processo competitivo, com a nomeação de três nomes para definição.
- Segundo o Valor Econômico, outro nome para compor a lista de candidatos ao cargo de CEO da Vale poderia ser o de Luís Guimarães, da Cosan (CSAN3), e executivo de confiança de Rubens Ometto, também acionista da Vale – no entanto, de acordo com o jornal, o empresário estaria disposto a abrir mão de bancar o nome de seu braço direito para ele pudesse concorrer a partir de 2027.
- Também na quarta-feira (6), a revista Veja informou que o executivo Sergio Rial, ex-CEO da Americanas (AMER3), passou a ser outro cotado como um dos membros da lista tríplice desenvolvida para suceder Bartolomeo.
- No fim de fevereiro, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que os conselheiros da Vale que apoiaram a recondução do atual CEO da mineradora em reunião extraordinária realizada há algumas semanas, se articulam agora em torno de Gustavo Pimenta, atual diretor-financeiro (CFO) da companhia.
- De acordo com a publicação, a ideia do grupo é de que Bartolomeu fique mais um ano no comando da Vale, fazendo a transição, e Pimenta complemente o mandato.
- Por outro lado, diz Jardim, a equipe de oposição deseja que o processo de escolha seja feito conforme a governança da Vale determina: a contratação de um headhunter para a indicação de uma lista tríplice, que poderia contar com o nome do atual diretor-financeiro.
- Também no fim do mês passado, o mercado passou a lidar com um novo nome cotado para ser CEO da Vale: Paulo Caffarelli, ex-CEO da Cielo (CIEL3) e ex-diretor do Banco do Brasil (BBAS3) e da CSN (CSNA3) – o nome passou a ser ventilado como uma indicação do Governo Federal, que exerce sua influência no Conselho de Administração da mineradora por meio da Previ, fundo de previdência dos funcionários do BB.
- Nesta quinta (7) o mesmo Valor informou que a sucessão da Vale pode estar se aproximando de um desfecho.
- Na próxima sexta-feira (8), o colegiado da Vale terá uma nova reunião extraordinária. De acordo com o Valor, embora a sucessão não esteja na pauta, conselheiros apostam que a discussão vai ser assunto do dia e parte do colegiado acredita, inclusive, que poderá haver um acordo no encontro entre os membros do colegiado.
TIM (TIMS3) ‘promete’ R$ 12 bilhões em dividendos
- A TIM (TIMS3) atualizou seu plano estratégico nesta quinta-feira (7). No seu comunicado, a companhia atualizou projeções de receita, Ebitda, Investimentos, fluxo de caixa operacional e remuneração aos seus acionistas.
- Conforme o fato relevante, os dividendos da TIM devem ser de R$ 11,8 bilhões a R$ 12,2 bilhões na janela entre 2024 e 2026.
- “A remuneração dos acionistas inclui Juros sobre Capital Próprio (JSCP), dividendos, recompra de ações ou outros instrumentos aplicáveis. Essa projeção está sujeita ao desempenho dos negócios e à deliberação do Conselho de Administração“, diz o fato relevante da Tim.
- Já as projeções de Receita incluem um Crescimento da Receita de Serviços de base anual entre 5% e 7% para 2024, ante 5% a 6% de crescimento em 2026.
- Os Investimentos (Capex) estimados no Plano Estratégico da TIM são de R$ 4,4 bilhões a R$ 4,6 bilhões em 2024 e também em 2026.
- A companhia de telecomunicações destaca que, para a sua principal linha de negócios, a telefonia móvel, “projeta uma melhoria contínua e sustentável do mercado”.
- “Esse cenário projeta um crescimento sustentável da Receita de Serviços acima da inflação e uma expansão do EBITDA com evolução positiva da margem. Esta dinâmica combinada a uma manutenção do patamar de investimentos que se beneficiam da eficiência de novas tecnologias, deve promover uma melhora do indicador EBITDA-AL menos CAPEX que é um direcionador relevante para o Fluxo da Caixa Operacional da TIM”, diz o comunicado da empresa.
- “Tudo isso possibilitará a Companhia a continuar evoluindo na sua estratégia de remuneração a seus acionistas e reinvestindo em avenidas de crescimento como o B2B e a Banda Larga”, completa.
Petrobras (PETR4): lucro e receita devem cair no 4T23, dizem analistas. E quais as projeções para os dividendos?
- Previsto para ser divulgado nesta quinta-feira (7), depois do fechamento do mercado, o balanço da Petrobras (PETR4) tem como maior expectativa o anúncio de dividendos, unanimidade entre os analistas. A divulgação dos proventos ocorrerá junto à publicação do resultado do 4T23, que pode trazer queda em seus principais indicadores.
- Segundo estimativas da Genial Investimentos, a Petrobras deve reportar um lucro líquido de R$ 35 bilhões no quarto trimestre de 2023, ante R$ 43,3 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida da Petrobras deve chegar a R$ 132 bilhões no 4T23, ante R$ 158,5 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2022.
- Ao fim de 2024, a Genial Investimentos, por exemplo, enxerga a Petrobras (PETR4) negociando com um 3,0x EV/EBITDA e um rendimento de 18% de fluxo de caixa.
- Olhando para o 4T23 da Petrobras, a estimativa dos analistas é de um Ebitda de R$ 77 bilhões para a petroleira. “Nossa estimativa é pautada principalmente no preço médio do brent realizado ao longo do trimestre somados à razoável manutenção da paridade dos preços dos combustíveis ao longo do trimestre”, justifica a research.
- Grande parte do otimismo dos analistas para esse indicador também se deve à Margem Equatorial, região ao Norte e Nordeste do Brasil, onde a petroleira deseja começar a perfurar para exploração.
- “A Margem Equatorial] segue como o ativo com maior potencial transformacional da empresa tendo em vista as grandes reservas descobertas em regiões próximas”, diz a Genial.
- A casa também está otimista com os dividendos de PETR4, estipulando um dividend yield na casa de 14%, além de demais pagamentos extraordinários.
- Pelas estimativas, se a produção da Petrobras atingir a curva esperada e seguir a sua atual política de dividendos de 45% do Fluxo de Caixa Operacional menos Investimentos), é possível que a gigante do petróleo brasileira tenha um limite de alavancagem de 0,8x Dívida Líquida/EBITDA para distribuir acima do topo do guidance de proventos.
- No seu último planejamento estratégico, a Petrobras anunciou uma expectativa de R$ 345 bilhões a R$ 397,5 bilhões, além da possibilidade de R$ 435 bilhões em dividendos, ambas as projeções para o período 2024-2028.
Da Fleury à Taesa essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.