Por seis votos a um, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira etapa da privatização da Eletrobras (ELET3), referente à modelagem econômico-financeira da venda da estatal. Em julgamento ocorrido nesta terça-feira, 15, seguiram o ministro-relator, Aroldo Cedraz, os ministros Raimundo Carreiro, Benjamin Zymler, Walton Alencar Rodrigues, Augusto Nardes e Jorge Oliveira.
A segunda parte da desestatização da Eletrobras, sobre modelagem, deve ser concluída pela área técnica entre o fim deste mês e o início de março. O relator desta etapa também é o ministro Aroldo Cedraz.
O processo virou tema para análise do plenário da Corte em dezembro, mas o julgamento foi adiado após pedido de vista. O parecer foi apresentado em sessão extraordinária do órgão fiscalizador. A previsão do governo é realizar a operação de privatização até maio deste ano.
O ministro Vital do Rêgo ficou vencido após ter apresentado um voto duro com uma série de ressalvas contra a privatização, conforme antecipado pelo Broadcast na última semana.
Apesar de o Tribunal ser composto por nove ministros, somente sete estão aptos a votar no julgamento do TCU desta terça-feira, 15. Bruno Dantas presidiu a sessão e não votou. Já a presidente Ana Arraes está de férias.
O principal ponto de polêmica apresentado por Vital foi uma possível atuação futura da Eletrobras no mercado de potência. De acordo com o ministro, a modelagem apresentada pelo Executivo ignora que a empresa atuará neste mercado no futuro. Assim, segundo ele, o valor final da venda Eletrobras está subestimado. Este ponto, entretanto, não foi seguido pelos demais ministros do TCU.
As ações da Eletrobras dispararam: ELET3 avançou 6,22%, cotada a R$ 35,50; ELET6 subiu 6,54%, a R$ 35,00
Para dar seguimento ao processo de privatização, o tribunal incluiu uma cláusula que impede a participação de Eletrobrás em futuros leilões de potência. “A notícia é positiva para Eletrobrás, que segue aguardando os próximos passos do cronograma de capitalização, como uma nova deliberação do TCU em março, desta vez sobre o modelo de venda, a entrega documentos finais por parte do BNDES, a revisão dos valores de outorga por parte do CNPE (Conselho Nacional de Politica Energética) e a convocação de AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para os acionistas da companhia”, diz análise da Ativa Research. “A decisão de hoje abre espaço para que o processo possa se encerrar até maio.”
Além da Eletrobras, confira outros destaques desta terça-feira:
Magazine Luiza (MGLU3) promete distribuir R$ 1 mi em cupons de desconto para compras
- O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou que começa nesta nesta-feira (15) a promoção Festival de Cupons no marketplace. A expectativa é distribuir R$ 1 milhão em cupons de descontos para as compras online de produtos parceiros.
- São cerca de 30 produtos participantes com até 50% de desconto. A promoção do Magazine Luiza inclui eletrônicos e itens de casa, como jogos de toalhas, fones de ouvido sem fio e pacotes de fraldas.
- Segundo informou a companhia, “a ideia é transformar o novo projeto de desconto em uma campanha recorrente e colocá-la na agenda de promoções dos brasileiros”.
- Os cupons de desconto e os produtos participantes serão apresentados durante transmissão ao vivo pelo canal do Magalu no Youtube, hoje (15), a partir das 19h, horário de Brasília.
- De acordo com o Magazine Luiza, o marketplace digital tem crescido impulsionado pelas vendas online durante a pandemia da covid-19.
- “Hoje, a empresa tem mais de 120 mil sellers em seu marketplace“, comunicou. “A companhia acelerou o número de parceiros durante a pandemia, quando lançou o Parceiro Magalu – que ajuda pequenos varejistas a venderem online, de forma fácil e com baixas taxas. O marketplace do Magalu cresceu 310% em vendas nos últimos dois anos.”
Embraer (EMBR3): American Airlines (AALL34) compra três jatos E175 por US$ 160 mi
- A Embraer (EMBR3) anunciou nesta terça (15) a assinatura de contrato para a venda de três novos jatos E175 para a American Airlines (AALL34). O valor da transação é de US$ 160,2 milhões.
- A operação será incluída na carteira de pedidos do quarto trimestre de 2021 da Embraer. A aeronave será operada pela subsidiária da American, a Envoy Air.
- Com previsão de conclusão das entregas este ano, a frota de E175 da Envoy irá ultrapassar 100 unidades até o final de 2022. “O E175 é a espinha dorsal da malha regional americana, com mais de 600 aeronaves vendidas e uma participação de mercado de 86%, desde 2013”, afirma o vice-presidente de Vendas e Marketing das Américas da Embraer Aviação Comercial, Mark Neely.
- O presidente e CEO da Envoy Air, Pedro Fábregas, destaca que a parceria da companhia com a Embraer começou há quase 25 anos, com o ERJ145. “O E175 é o coração da nossa frota. Estamos ansiosos para receber essas três novas aeronaves ainda este ano, à medida que a Envoy continua a adicionar novos destinos à nossa crescente malha aérea”, diz o executivo.
Itaúsa (ITSA4) pode pagar mais dividendos em 2022, diz CEO: “Depende do caixa do Itaú (ITUB4)”
- Em teleconferência com a imprensa nesta terça-feira (15), o CEO da Itaúsa (ITSA4), Alfredo Setúbal, deu mais detalhes sobre a distribuição de proventos aos acionistas em 2022. Segundo ele, o pagamento deve acontecer exclusivamente por meio de Juros sobre Capital Próprio (JCP), mas a holding poderá fazer remunerações adicionais se houver “excesso de capital nas operações do Itaú (ITUB4)“.
- Atualmente, o Itaú não apresenta esse adicional. Setúbal afirmou que o todo recurso tem sido reinvestido — principalmente em seus negócios voltados ao crédito. Não por acaso, os dividendos do banco operam sempre no limite mínimo aprovado pelo Conselho de Administração.
- A Itaúsa anunciou ontem (14) a distribuição de JCP. Serão duas emissões, com o valor líquido de R$ 0,131512 e R$ 0,113339 por ação, referentes às datas de corte do dia 23 de novembro de 2021 e 14 de fevereiro, respectivamente. O pagamento ocorrerá no dia 11 de março de 2022 para ambas.
- O CEO da holding controladora do Itaú Unibanco, Alpargatas (ALPA4) e Dexco (DXCO3) informou que a companhia está planejando investimentos em novos setores, mas ainda não há nada definido. Mesmo assim, adiantou alguns gastos, alegando ter compromissos a fazer mediante o uso de caixa próprio: aumento de capital da Alpargatas e amortização de dívida.
- Além disso, o presidente disse que a Itausa deve continuar a vender sua participação na XP nos próximos anos. No final de 2021, a holding vendeu 1,39% de sua participação acionária, que equivalem a 7,8 milhões de ações e R$ 1,2 bilhão. Agora, a companhia possui 15,07% do capital total da XP.
Banco do Brasil (BBAS3): resultado do 4T21 foi melhor que o esperado, avaliam analistas
- O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido de R$ 5,9 bilhões no quarto trimestre de 2021, um aumento expressivo em relação ao mesmo período de 2020, de 60,5%, e de 15,4% em relação ao terceiro trimestre de 2021. O balanço positivo agradou investidores e as ações do banco dispararam, com alta de 5,10% às 14h30 desta terça-feira (15).
- Em relatório aos clientes, o Itaú BBA, braço de investimentos do Itaú Unibanco (ITUB4), destaca que o Banco do Brasil publicou um resultado “forte e acima do esperado“. O resultado líquido ultrapassou as estimativas do banco de R$ 5,1 bilhões em quase 15%.
- Segundo explicou o próprio Banco do Brasil, em nota, o bom desempenho se deve à redução das despesas com provisões de crédito (queda de 40,2%), manutenção das despesas administrativas, aumento da carteira de crédito, incremento nas receitas de prestação de serviços e ampliação da margem financeira bruta (MFB).
- Segundo o Itaú BBA, o balanço dita uma expectativa de crescimento do lucro líquido entre 10% a 24% em 2022, de 1,0 p.p. a 2,4 p.p. acima dos modelos atuais.
- “Nós gostamos da composição que sustenta o guidance do lucro líquido de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões. O Banco do Brasil estima um crescimento de 8% a 12% da carteira de crédito em 2022, o ritmo mais conservador entre todos os outros bancos que divulgam as estimativas”, avalia relatório do BBA assinado por Pedro Leduc, equity research.
- Após a divulgação do balanço, o BBA estima um “valor justo” de R$ 41,73 para as ações do Banco do Brasil, um potencial de valorização de 29,5% sobre o fechamento ontem.
Eletrobras (ELET3): preço de venda é 15 vezes menor que concorrentes, estima instituto
- Levantamento feito pelo Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina) defende que o preço de US$ 10 bilhões estipulado para a venda da estatal Eletrobras (ELET3) é 15 vezes menor que seus pares estrangeiros. O levantamento foi feito com números da empresa alemã de dados Statista.
- De acordo com o Ilumina, a primeira colocada na lista sobre valor de mercado da Statista é a NextEra, nos Estados Unidos, avaliada em US$ 146 bilhões, e que atua principalmente na Flórida, com população de 21.538.187 habitantes (2020), com 58 gigawatts (GW) de capacidade de geração, empregando 14,9 mil funcionários.
- “Enquanto isso, a Eletrobras tem 50 GW de capacidade de geração, opera com apenas 12,5 mil funcionários e atende uma área equivalente a mais de 40 Flóridas, com uma população dez vezes maior”, destaca o Ilumina.
- Outra comparação que chama a atenção, segundo Roberto D’Araújo, diretor da Ilumina, se refere à décima colocada no ranking da Statista, a inglesa National Grid, que, sem parque de geração, tendo apenas transmissão, tem valor de mercado de US$ 44,3 bilhões, quatro vezes mais do que a Eletrobras.
- “Isso sem contar com sequer uma usina, apenas linhas de transmissão. Já a sua equivalente brasileira (Eletrobras) possui 49 usinas hidrelétricas, 10 termelétricas a gás, óleo e carvão, 43 usinas eólicas e uma solar”, destaca o diretor.
- O Ilumina vem desde o início do processo de capitalização alertando para o baixo preço de venda, que nesta terça será julgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A própria área técnica do TCU, segundo fontes, identificou a subavaliação do preço da Eletrobras. De acordo com o Ministério da Economia, o preço de venda da empresa seria de R$ 60 bilhões.
- A desestatização da Eletrobras se arrasta por anos e ganhou forma no governo Michel Temer, pelas mãos do ex-presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, hoje presidente da Vibra (ex-BR Distribuidora). A previsão do atual governo é que a estatal faça uma capitalização na B3 em abril, da qual não participa para ter sua participação diluída e abrindo espaço para a entrada da iniciativa privada na companhia.
Weg (WEGE3) anuncia dividendos de R$ 861 milhões; confira o valor por ação
- O Conselho de Administração da Weg (WEGE3) aprovou nesta terça-feira (15) a distribuição de dividendos complementares no valor total de R$ 861 milhões.
- O valor unitário do dividendo da Weg é de R$ 0,205203678 por ação ordinária.
- Serão considerados aptos para receber o pagamento os acionistas detentores de papéis da companhia até o final do pregão do dia 18 de fevereiro, na próxima sexta. A partir do pregão seguinte (21), as ações serão negociadas sem conceder direito de recebimento.
- O pagamento do dividendo complementar, assim como os Juros sobre Capital Próprio (JCP) declarados em setembro e dezembro de 2021, ocorrerá em 16 de março de 2022.
- Além disso, a companhia informou em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o Conselho aprovou a proposta de aumento do capital social de R$ 5,5 bilhões para R$ 6,5 bilhões, “com a incorporação de parte do saldo da conta de Reserva de Lucros e Retenção de Lucros para Investimentos no valor de R$ 1 bilhão, sem aumento do número de ações”.
- As ações da Weg encerraram o pregão de hoje disparando 8,02%, cotadas a R$ 32,88. Ficou entre as maiores altas do dia. Neste ano, os papéis da companhia já acumulam valorização de 2,69%.
Da Eletrobras a Weg, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.