Após a privatização, novas ações da Eletrobras (ELET3) passaram a ser negociadas na bolsa de valores nesta segunda-feira (13) e estreiam em baixa com temores do mercado sobre novas medidas restritivas na China e a inflação em alta nos EUA, que aumenta a perspectiva de aumento dos juros.
Em dia de estreia na bolsa de valores, as ações da Eletrobras (ELET3) fecharam em queda de 2,20%, vendidas a R$ 40,10 nesta segunda-feira (13). O dia negativo dos mercados, com temores pelo aumento da inflação e pelo avanço dos juros globalmente, teve influência nos resultados da companhia — que passou a ofertar suas ações na quinta-feira (9), em movimentação histórica de R$ 33,68 bilhões. A oferta havia sido precificada a R$ 42 por ação.
De acordo com a agência de notícias Reuters, ao redor de R$ 25 bilhões do total dos recursos captados serão destinados para a renovação de contratos de concessões de 22 usinas hidrelétricas para um novo formato, fora do regime de cotas — que, de acordo com especialistas, tornavam-se um impedimento para uma obtenção eficiente de receita.
Acredita-se que a renovação contratual da Eletrobras poderá permitir que a companhia se beneficie da dinâmica de preços a partir da venda de energia no livre mercado, que possui um amplo potencial de expansão para novas classes de consumidores — inclusive residenciais.
Apesar do tamanho da privatização da elétrica, nenhum investidor específico possui o controle da empresa, diferentemente do acontecido com outras vendas de grandes estatais.
Vista como fundamental para a campanha do governo Bolsonaro, a privatização da companhia poderá pesar a favor do atual presidente da república nas eleições presidenciais deste ano. Bolsonaro prometia a venda das ações da Eletrobras desde 2019.
O mercado ainda prevê uma troca de executivos do comando da empresa nos próximos meses, em mudança que favoreceria estratégias de obtenção de lucros.
O governo tem também uma participação reduzida no conselho de acionistas da empresa, com menos assentos no colegiado, possibilitando que fundos de investimento indiquem seus representantes.
Analistas do mercado acreditam que a privatização da Eletrobras permitirá um maior fôlego financeiro à companhia para investir em fontes de geração renovável e novas tecnologias a curto ou médio prazo.
Além da Eletrobras, confira outros destaques desta segunda-feira:
BTG (BPAC11) assume unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3) e anuncia nova estrutura executiva
- Após a conclusão da venda da unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3), a V.tal, para o BTG Pactual (BPAC11) em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos por R$ 12,9 bilhões, o banco anuncia a nova estrutura executiva da companhia.
- Com a aquisição, o BTG e a Globenet assumem a responsabilidade pela gestão da V.tal e a Oi passa a ser um cliente relevante e acionista minoritário, porém sem qualquer participação na gestão direta da companhia e com as mesmas condições comerciais dos demais clientes, conforme o comunicado ao mercado.
- O modelo de negócio da V.tal consiste no compartilhamento da sua rede neutra para operadoras e provedores de internet, de todos os tamanhos e regiões, que não precisam investir na construção, manutenção e evolução da sua própria infraestrutura.
- Eles podem se concentrar no atendimento ao cliente e na oferta de serviços, além de expandirem rapidamente para mais cidades e regiões do que aquelas onde já atuam.
- É um modelo também que favorece a entrada de novos players no mercado, aumentando a competição e oferecendo mais opções para os consumidores, segundo o BTG.
- Com isso, o banco anunciou Amos Genish como Presidente Executivo do Conselho de Administração e, inicialmente, também na função de CEO.
- De acordo com o anuncio do BTG, a V.tal tem um plano ambicioso de investimento para expansão da infraestrutura de fibra ótica e aumento da capacidade de transporte de dados de sua rede em todas as regiões do país.
- Como empresa de rede neutra, a estratégia da V.tal é atuar no mercado de atacado junto a operadoras e provedores de internet, oferecendo um novo modelo de negócios de compartilhamento de infraestrutura através do FTTH (Fiber-To-The-Home), além de ser uma das principais viabilizadoras da conectividade em fibra ótica para atender a demanda de 5G no Brasil.
Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) vendem ativos à Brookfield por R$ 3,57 bilhões; entenda
- Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3), locadoras nacionais de carros, anunciaram a venda de ativos equivalentes a 49 mil carros à gestora Brookfield Asset Management por um valor de aproximadamente R$ 3,570 bilhões.
- A Brookfield — empresa multinacional canadense que tornou-se uma das maiores gestoras de investimentos alternativos do mundo — é dona também, no Brasil, da locadora Ouro Verde.
- De acordo com o contrato assinado pelas companhias nesta segunda-feira (13), o preço de venda dos ativos poderá ter ajustes após o fechamento da operação.
- A venda dos ativos, pertencentes à Unidas, tinha sido determinada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como condição para aprovação da fusão entre Localiza e Unidas.
- Tanto a Brookfield quanto o Cade terão palavra final na aprovação do processo.
- No início de junho, a Localiza e a Unidas divulgaram o começo das conversas com a Brookfield para a venda dos ativos.
Raízen (RAIZ4) inaugura 1° posto com recarga para veículos elétricos em SP
- A Raízen (RAIZ4) inaugurou nesta segunda (13), na Zona Norte de São Paulo, o primeiro posto com estação para recarga de veículos elétricos, pela Raízen (RAIZ4), que é licenciada da marca Shell (RDSA34). A empresa, que é referência em bioenergia, quer estabelecer uma rede com 35 eletropostos com uso de energia renovável até o final do ano-safra (março de 2023).
- “A novidade reforça o amplo portfólio da companhia em soluções renováveis, tendo em vista o desafio de descarbonização global”, diz a empresa em nota.
- Com carregadores de 50kW e 150kW, as estações Shell Recharge podem abastecer veículos elétricos em até 35 minutos, com energia de fonte renovável certificada.
- A Raízen diz que já fornece hoje energia limpa para mais de 500 postos Shell por meio de Geração Distribuída, “oferecendo uma solução para redução das emissões de gases de efeito estufa e diminuição de até 20% dos custos de energia, uma economia de cerca de R$ 3 milhões ao ano para os revendedores”.
- A empresa explica que gera sua própria energia por meio de fontes renováveis utilizando o sol, subprodutos da cana-de-açúcar e outras fontes limpas.
- A Raízen afirma ainda que a chegada da Shell Recharge irá acelerar o desenvolvimento da eletromobilidade no país.
Carrefour (CRFB3) pagará 264 milhões em JCP; veja o valor por ação
- O Carrefour (CRFB3) anunciou nesta segunda-feira (13) que vai pagar R$ 264 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas.
- O valor dos proventos por ação será de R$ 0,12, que serão pagos em 29 de junho.
- Apenas os investidores com ações do Carrefour no dia 17 de junho terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 20 de junho, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
- O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, resultando em aproximadamente R$ 0,10 por ação.
- Em mesmo fato relevante, a companhia também informou que pagará os R$ 39 milhões em dividendos, aprovados em Assembleia Geral Ordinária (AGO) feita em 26 de abril de 2022, no dia 28 de junho. Apenas os investidores com posição acionária de Carrefour no dia 26 de abril terão direito aos dividendos.
Aura Minerals (AURA33) pagará US$ 10 milhões em dividendos; veja valor por ação
- A Aura Minerals (AURA33) anunciou nesta segunda-feira (13) que vai pagar US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 mi) em dividendos aos seus acionistas.
- O valor dos proventos por ação será de US$ 0,14, aproximadamente R$ 0,70 com base do fechamento do PTAX do dia 10 de junho, em R$ 4,9830.
- Esses dividendos serão pagos até o dia 7 de julho.
- Apenas os investidores com BDRs da Aura Minerals no dia 23 de junho terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 24 de junho, os ativos serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
Fiagro tem risco reduzido e supera problemas de quebras de safra, diz gestor do EGAF11
- Há pouco mais de oito meses o investidor pessoa física pode investir no agronegócio com aportes em um fundos de investimentos ‘exclusivos’ do setor, os Fiagro. Considerando que o ativo é ‘novidade’ no mundo dos investimentos, o gestor e CIO da Ecoagro, Bruno Lund, destaca em entrevista exclusiva ao Suno Notícias que os riscos são reduzidos e totalmente atrelados às questões climáticas.
- O gestor do Fiagro EGAF11 explicou: “Hoje, o principal risco do agro é a ‘quebra de safra’ por causa do clima. O produtor está à mercê das questões climáticas e pode sofrer muito. No Rio Grande do Sul, por exemplo, você teve problemas nos meses passados que ocasionaram perdas de safra de até 100%. Nesse caso, o produtor vai atrasar no pagamento de juros”.
- Para ele, são eventos pontuais e que há como se ‘esquivar’ desse risco nos investimentos em Fiagro, já que a cadeia de estruturação financeira permite que o investidor não tome esse risco de forma direta.
- Isso ocorre porque a carteira de fundos com o EGAF11 é atrelada aos Certificados de Recebíveis Agrícolas, os CRAs. A gestora em questão, a Ecoagro, é líder na emissão desses ativos – que financiam produtores e toda a cadeia de produção do agronegócio.
- Em suma, o investidor ‘compra a dívida’ por meio do ativo. Contudo, o analista avalia que caso um produtor venha a ter problemas climáticos, a carteira dos Fiagros segue protegida com a diversificação de portfólio e também pelo fato de que a adimplência é praticamente ‘permanente’.
Do Eletrobras à Ecoagro, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.