Radar: EDP (ENBR3) vende usina por R$ 1,225 bi, PicPay contrata ex-XP para o e-commerce, funcionários da Cemig (CMIG4) são investigados por fraude
A EDP Brasil (ENBR3), companhia de energia elétrica, anunciou nesta terça-feira (30) que vendeu a usina hidrelétrica Mascarenhas para a Victory Hill Global Sustainable Energy Opportunities, por R$ 1,225 bilhão.
Desse total, R$ 800 milhões será recebidos no “closing” e o restante “conforme condicionantes estabelecidas no processo de renovação de concessão da usina”, segundo Fato Relevante da EDP Brasil.
A Usina Hidrelétrica Mascarenhas, localizada no Espirito Santo, possui 198 MW (Megawatt) de capacidade instalada.
Em junho deste ano, a usina no Espírito Santo possuía um patrimônio líquido de R$ 263,5 milhões e gerou um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 176,5 milhões nos últimos doze meses.
A Victory Hill Global Sustainable Energy Opportunities está listada na Bolsa de Londres sob o ticker GSEO.
“A operação e o preço estão sujeitos à verificação de condições precedentes e ajustes usuais a este tipo de transação”, disse a companhia de energia elétrica.
Além da EDP, confira outros destaques desta terça-feira:
Itaú (ITUB4): analistas do BTG reiteram recomendação de compra: “Ação atraente”
- O BTG Pactual se reuniu no Rio de Janeiro com executivos do Itaú (ITUB4) para entender as últimas projeções do banco brasileiro.
- Os analistas reiteraram sua visão positiva para as ações do Itaú, com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 34, depois de ouvir as estimativas para o desempenho operacional deste ano e em 2023.
- O banco afirmou para o BTG que as ações do Itaú não conseguiram superar seus pares na Bolsa nos últimos anos, mas que, nos próximos 5 a 10 anos, mostrarão que o “vencedor está de volta”.
- “Claramente, o clima no Itaú melhorou, o que provavelmente tem muito a ver com seu crescimento comercial mais forte nos últimos 18 meses – coincidência ou não, começando na época em que o CEO Milton Maluhy assumiu o comando”, disseram os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo.
- O BTG avaliou que, no geral, a mensagem enviada pelo Itaú foi “construtiva” e forneceu indicações do que esperar no Investor Day do Itaú, no dia 1º de setembro.
- O Itaú revisou o guidance para 2022, apontando para um lucro líquido de cerca de R$ 31,5 bilhões, segundo as estimativas do BTG. Para 2023, o BTG projeta um lucro líquido de R$ 34,2 bilhões, versus o consenso do mercado de R$ 33,7 bilhões.
- Os analistas observam que suas últimas interações com o Itaú os levam a crer que pode haver “potencial de alta” para as suas projeções.
- “Acreditamos que a ação ainda parece atraente, o que nos leva a reiterar nossa recomendação de compra”, concluem os analistas do BTG.
- O BTG explica que o Itaú espera desaceleração no segundo semestre de 2022 e, em 2023, a originação tende a reduzir a necessidade de novas provisões no curto prazo.
- Mais: o Itaú espera que a inadimplência aumente antes de se estabilizar, o que deve acontecer antes do fim do ano.
- A NIM (margem líquida de juros) do Itaú, deve encerrar 2022 em alta, criando um “carrego” positivo para o ano de 2023. “O Itaú é o maior player de gestão de caixa para empresas do mercado, o que vem ajudando o NIM. A tendência continua favorável para que o NIM termine o ano acima do que começou”, disse o BTG.
- As ações do Itaú fecharam o pregão desta terça (30) em queda de o,45%, cotadas a R$ 26,48.
PicPay contrata ex-XP como vice-presidente de e-commerce
- O PicPay anunciou na segunda-feira (29) que Bruno Guarnieri é o novo como vice-presidente da PicPay Store e projetos de e-commerce.
- O executivo chega com o objetivo de impulsionar o marketplace de produtos não financeiros da companhia, operação que praticamente dobrou seu volume de vendas (GMV), alcançando R$ 800 milhões, além de ter registrado uma média de 230 mil transações por dia no primeiro semestre deste ano.
- “Estou muito animado para abraçar a missão de reforçar e ampliar a atuação do PicPay no varejo, com o desafio de evoluir ainda mais a diversificação da companhia, buscando novas linhas de receita, e torná-la assim mais relevante no segmento”, afirma Guarnieri em nota. O executivo tem mais de 20 anos de experiência no mercado, em empresas de tecnologia e consultorias estratégicas.
- O novo vice-presidente da PicPay Store tem mais de 20 anos de experiência no mercado, em empresas de tecnologia e consultorias estratégicas.
- Foi CPTO (Chief Product & Technology Officer), além de responsável pelo banco de varejo da XP e, antes, liderou a operação do Mercado Livre (MELI34) no Brasil.
- Atualmente, o PicPay conta com mais de 30 milhões de usuários ativos.
Cemig (CMIG4): funcionários e empresários são investigados por fraude
- Funcionários da Cemig (CMIG4) e empresários do ramo de cabos e materiais elétricos que atuam como fornecedores da estatal são investigados na “Operação Mau Contato”.
- O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e de São Paulo (MPSP), em conjunto com as Polícias Civis dos dois Estados e com a Secretaria da Fazenda de Minas Gerais, cumpriram nove mandados de busca e apreensão contra os envolvidos.
- Conforme informou o MPMG, a operação contra as fraudes marca o encerramento da primeira fase de investigações de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que foi instaurado após término de investigação corporativa interna da própria Cemig, concluída ao final de 2020 e que resultou no afastamento de dirigentes e empregados da companhia e rescisões de contratos com fornecedores, parte deles, agora, alvos da investigação conduzida pelo Ministério Público.
- “As diligências realizadas nesta terça-feira visam complementar as provas já produzidas, assim como aprofundar a hipótese de ocorrência de outros crimes contra a administração pública e financeiros, a partir da colheita de documentos, computadores, telefones celulares e dispositivos eletrônicos pessoais dos envolvidos, medidas autorizadas pelo juízo da Vara de Inquéritos da Capital”, afirmou o MPMG.
- Também foi autorizado o bloqueio e indisponibilidade de bens dos envolvidos, em um montante da ordem de R$ 132,261 milhões, com o intuito de garantir o futuro ressarcimento dos danos causados ao patrimônio da Cemig e aos consumidores e usuários do serviço.
- Segundo nota divulgada pelo MPMG, as investigações indicaram que um grupo de empregados da Cemig atuava em conluio com empresários do ramo de produção e revenda de cabos condutores e outros materiais elétricos para fraudar as contratações da Cemig, desde a fase de licitação até a execução dos contratos.
- Por cerca de dois anos, empregados atuaram diretamente para favorecer de forma ilícita alguns fornecedores, “que obtiveram grande lucro com a entrega de material imprestável à Cemig”, afirmou o ministério público mineiro. De acordo com a instituição, uma apuração mostrou que a utilização do material entregue por essas empresas na rede elétrica gerida pela Cemig apresentava riscos à qualidade, desempenho e segurança da prestação de serviços e dos usuários, além de prejuízos financeiros.
- Procurada para comentar o assunto, a Cemig reforçou, em nota, que realizou uma investigação interna sobre denúncias de supostos casos de corrupção na área de compras da companhia, em colaboração com o MPMG. O processo teve apoio de assessores especializados para a condução da investigação, contratados pela Cemig.
- A estatal mineira informou também que instaurou procedimento administrativo disciplinar (PAD) para apuração dos fatos e responsabilidades e, em 8 de janeiro de 2021, afastou cinco empregados que ocupavam posições de liderança da área de compras, sem prejuízo de seus vencimentos, para preservação da investigação.
- Conforme a nota, a Cemig já informou às autoridades norte-americanas – DoJ e SEC – sobre a investigação das denúncias, com relatório compartilhado com essas autoridades, tendo em vista que a companhia tem ações negociadas na bolsa norte-americana. “A Cemig mantém total colaboração com as autoridades competentes e ressalta ser a maior interessada no esclarecimento dos fatos”, concluiu.
XP: nomeação de CEO da BRF (BRFS3) é inesperada, mas deve trazer agilidade à empresa
- A BRF (BRFS3) e a Marfrig (MRFG3) realizarão uma troca conjunta de comando, após o CEO da primeira empresa, Lorival Luz, renunciar ao cargo. Como novo CEO, a empresa anunciou o Miguel Gularte.
- Na visão da XP Investimentos, a nomeação de Gularte como CEO da BRF é inesperada, “porém, embora sua experiência venha do setor de carne bovina, a nosso ver é mais fácil passar de um ambiente mais volátil para um calmo do que o contrário”, diz o relatório.
- Os analistas acreditam que o novo executivo será capaz de tornar a BRF mais ágil, revertendo situações consideradas como “responsáveis” por oportunidades perdidas da companhia.
- Outra expectativa por parte da XP é também um possível aumento na participação das exportações em sua receita, algo que visto como positivo. “Aguardamos uma estratégia mais detalhada da BRF para os próximos anos.
- Já a posição de CEO na Marfrig (MRFG3) é um desafio menor agora, segundo a XP, mas, conforme anunciado pela companhia, Rui Mendonça assumirá o cargo de CEO na empresa, “e esperamos uma transição tranquila.”
- Miguel Gularte está na Marfrig desde 2018 como CEO da operação da América do Sul. Ele é médico veterinário de formação e tem um histórico profissional de quase 40 anos no setor de carne bovina. Iniciou sua carreira na Cooperativa Industrial de Carnes e Derivados (Cicade), foi presidente do frigorífico uruguaio PUL, vice-presidente internacional do Minerva (BEEF3) e presidente da JBS (JBSS3) Mercosul.
- A XP Investimentos acredita que os fundamentos melhoraram para a BRF após a acomodação dos preços das rações (milho, soja), juntamente com o aumento da demanda e preços mais altos de aves, traduzindo em maiores margens no segundo trimestre de 2022 (2T22).
- “Prevemos que o momento positivo continue nos resultados da empresa, mas, como já mencionamos, um processo de turnaround é muito mais profundo. Estamos ansiosos para ver como a nova governança afetará a BRF”, afirmam. Os analistas reiteram a recomendação neutra para as ações da BRF.
- Por outro lado, a XP aponta que os fundamentos pioraram para a Marfrig após a acomodação das margens na América do Norte e, na opinião dos analistas, os preços das ações reagiram exageradamente.
- “Vemos a empresa com desconto atualmente sendo negociada a 4,6 vezes o Enterprise Value/Ebitda para 2023″, pontua o texto. A XP reitera a recomendação de compra das ações da Marfrig.
Da EDP à BRF, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.