Radar: CVC (CVCB3) sobe na Bolsa com crise de 123milhas, Fleury (FLRY3) anuncia JCP milionário e Magazine Luiza (MGLU3) pode sofrer ação judicial
As ações da CVC (CVCB3) dispararam nesta quarta-feira (30) no Ibovespa, liderando os ganhos do índice, em meio ao pedido de recuperação judicial solicitado pela 123milhas na última terça-feira (29) junto à 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A agência de viagens acumula dívidas de cerca de R$ 2,3 bilhões.
No fechamento, as ações ordinárias da CVC subiram 17%, cotadas a R$ 2,77.
“Ontem, as ações da CVC já tiveram uma alta relevante. O mercado especula que ela será beneficiada, mas não sei se na prática isso vai acontecer. São públicos diferentes, os da CVC e os que eram da 123milhas. Mas, de toda forma, é bom para o setor como um todo, porque os preços vão ficar mais racionais”, pontuou Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed.
O pedido de recuperação judicial da 123 milhas também abrange a suspensão imediata, por um período de 180 dias, das ações judiciais de cobranças movidas contra a empresa, a sua controladora Novum Investimentos e a Art Viagens, que emite passagens.
Na petição, a 123milhas afirma que enfrenta uma crise momentânea, e diz que é plausível de ser resolvida. Para a solução, a companhia argumenta que a recuperação judicial é necessária.
Ainda de acordo com a empresa, a venda de passagens promocionais é um dos fatores da crise, uma vez que o processo operacional das promoções foi frustrado por causa da covid-19, alta de juros e novas regras para as companhias aéreas.
De acordo com o pedido de recuperação judicial, a dívida acumulada pela 123milhas é de cerca de R$ 2,3 bilhões. O montante inclui as dívidas da companhia sujeitas à RJ, podendo haver ainda outros passivos que não entram nesse dispositivo legal.
Além de CVC, confira outros destaques desta quarta-feira:
Duas empresas da Bolsa brasileira anunciam novos pagamentos de JCP milionários; Veja quais
- Os conselhos de administração de Camil (CAML3) e Fleury (FLRY3) aprovaram um novo pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) aos seus investidores, conforme comunicado pelas empresas nesta quarta-feira (30).
- Os JCP da Camil terão o valor de R$ 25 milhões, correspondente ao valor bruto unitário de R$ 0,072366545 por ação ordinária, mas que ainda pode ser atualizado com as operações do programa de recompra vigente.
- Enquanto isso, os juros sobre capital próprio da Fleury terão o valor de R$ 92,53 milhões, correspondente ao valor bruto de R$ 0,1692211 por ação, desconsiderando os papéis em tesouraria.
- Os proventos da Camil serão pagos em 15 de setembro de 2023, sem qualquer atualização monetária ou remuneração, sendo realizado na conta corrente do acionista fornecida ao Banco Bradesco. A data de corte para receber os JCP é o dia 4 de setembro.
- Já os JCP da Fleury serão distribuídos em 31 de outubro de 2023, aos investidores comprados nas ações da empresa até o final da sessão de 4 de setembro, a mesma data de corte da Camil.
- Os juros sobre capital próprio da Camil e da Fleury estão sujeitos à incidência de 15% de imposto de renda na fonte, com exceção dos acionistas que declararem ser imunes ou isentos até 5 de setembro, no caso da Camil. A Fleury não divulgou a data limite para que essa isenção fosse informada.
Magazine Luiza (MGLU3): fundadores da Kabum devem entrar com ação e varejista cogita revidar na Justiça
- Os ex-donos da Kabum, os irmãos Thiago e Leandro Ramos, devem entrar com uma ação judicial contra a Magazine Luiza (MGLU3), de acordo com informações do Estadão/Broadcast.
- Os fundadores da Kabum alegam, segundo apurou o Broadcast, que sofreram calúnia e difamação da Magazine Luiza sobre os motivos do desligamento da empresa. Os irmãos foram demitidos em abril deste ano.
- A varejista disse à reportagem do Estadão que pode entrar com processo contra os irmãos Ramos “para reaver danos gerados pela acusação”.
- Agora, os irmãos pedem uma retratação pública de Frederico Trajano, CEO do Magalu, e de outros executivos da empresa.
- Na Justiça do Trabalho, a Magazine Luiza havia alegado que os irmãos Ramos teriam usado o Kabum, depois de já incorporado pela varejista, para pagar contas particulares, importar carros e abrir uma empresa concorrente.
Ações da XP (XPBR31) devem subir 20% ainda neste ano, dizem analistas
- Analistas do BTG Pactual (BPAC11) reiteraram otimismo com as ações da XP (XPBR31), mantendo recomendação de compra para os papéis após se reunir com executivos da companhia.
- O preço-alvo para as ações da XP é de US$ 32 – para os papéis listados nos EUA – implicando em uma apreciação de 20%.
- “Os resultados mostram claramente uma recuperação, e a administração está confiante de que o ROE sustentável/recorrente está mais próximo de 30% (contra vinte e poucos anos, atualmente). Durante as reuniões, o CFO abordou um multiplicidade de tópicos-chave, lançando luz sobre a resposta da companhia aos desafios mais recentes, gestão de custos, mudanças na dinâmica do mercado, posicionamento estratégico em diversos clientes segmentos, concorrência e retornos aos acionistas”, destacam os especialistas.
- “Embora o ambiente actual ainda prejudica o apetite de risco dos investidores de varejo, especialmente “risco Brasil”, preocupações fiscais e taxas de juros, há um grande pipeline no mercado de capitais aguardando as condições certas (vento favorável para XP)”, completa.
- Além disso, os analistas destacam que com o índice de vendas cruzadas superior a 1,55 produtos por cliente, a gestão reconhece o potencial para capitalizar o seu substancial AuC (Ativos sob Custória).
- “A equipe de vendas da empresa está trabalhando ativamente para agilizar processos e melhorar a experiência do usuário, ao mesmo tempo em que explora maneiras de oferecer soluções sob medida que atendem a diversos segmentos”.
Natura (NTCO3) conclui venda da Aesop para L’oreal por US$ 2,58 bilhões
- A Natura (NTCO3) anunciou nesta quarta (30) ao mercado a conclusão de venda da Aesop para a L’Oréal.
- A venda da Aesop consistiu em uma transação de US$ 2,58 bilhões (R$ 12,5 bi) anunciada ainda em meados de abril.
- A aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) veio em maio.
- A L’Oréal Austrália, integralmente detida pela L’Oréal, deve adquirir a totalidade do capital social e votante da Natura Brazil Pty, holding detentora do Grupo Aesop atualmente detida pela Natura Cosméticos.
- Na outra ponta, a Natura deve incrementar o caixa e remar na direção da desalavancagem financeira, posicionando a empresa com um foco no seu core business e também na integração dentro da América Latina.
- A superintendência do Cade afirma que a Aesop não é uma marca significativa no segmento de beleza e cuidados pessoais no Brasil, independentemente da definição de mercado relevante considerada.
- “O aumento de concentração de mercado resultante da operação proposta é, em todos os cenários analisados, desprezível e não desperta quaisquer preocupações concorrenciais”, diz o parecer.
Eletromidia (ELMD3): Globo aumenta fatia na empresa para 27%; ações sobem
- A Eletromidia (ELMD3) anunciou, nesta quarta-feira (30), que o Grupo Globo aumentou participação acionária na companhia, passando a deter 27% do capital social da empresa. Após o comunicado, as ações da Eletromidia subiram na Bolsa, registrando nesta tarde alta de 5,31%.
- Segundo a Eletromidia, a Globo adquiriu mais de 10,8 milhões de ações de emissão. Todas essas ações são ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
- Com isso, a Globo detém agora um total de 37.805.100 ações ordinárias. “A Globo dispõe apenas de ações ordinárias, não possuindo qualquer outro tipo de valores mobiliários emitidos pela companhia, nem instrumentos financeiros derivativos relacionados às ações adquiridas, seja de liquidação física ou financeira”, informa a Eletromidia.
- De acordo com o Brazil Journal, com a atual aquisição, a Globo já desembolsou cerca de R$ 1 bilhão em ações da Eletromidia.
Petrobras (PETR4) tem maior queda de dividendos do mundo
- A Petrobras (PETR4) teve a maior queda de dividendos do mundo no segundo trimestre de 2023 ante igual etapa do ano anterior, segundo dados da gestora britânica Janus Henderson.
- Em relação ao segundo trimestre de 2022, a Petrobras viu baixa de US$ 40 no barril de petróleo e mudanças internas na sua gestão, com a troca de governo.
- Segundo a 39ª edição do Índice Global de Dividendos da Janus, a distribuição da estatal teve uma queda de US$ 9,7 bilhões para US$ 3,4 bilhões, representando uma retração de cerca de 65%. O relatório analisa trimestralmente as 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado, que representam 85% dos dividendos pagos globalmente.
- Apesar disso, os dividendos da Petrobras ainda mantêm a petroleira estatal como uma das maiores distribuidoras de proventos do país. Em seguida, no ranking, aparecem:
- Banco do Brasil (BBAS3): US$ 274,5 milhões
- B3 (B3SA3): US$ 113,2 milhões
- Eletrobras (ELET3): US$ 89,2milhões
- Bradesco (BBDC4): US$ 53,1 milhões
- Em termos subjacentes (sem considerar efeitos de dividendos extraordinários, câmbio e outros fatores), as empresas brasileiras tiveram uma queda de 53% nas distribuições de dividendos.
- Vale destacar que recentemente a Petrobras divulgou ao mercado sua nova política de dividendos, devendo servir como uma concretização da queda paulatina do dividend yield (DY) da empresa.
- Apesar disso, analistas destacam que o yield segue acima de pares globais, já que petroleiras de outros países tem entregado um DY de cerca de 10%, e as projeções são de que os proventos de PETR4 possam inclusive ultrapassar os 20%.
Da CVC ao Magazine Luiza, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.