O chairman e sócio sênior do BTG Pactual (BPAC11), André Esteves, disse que mesmo com o cenário de juros em alta e às vésperas das eleições, o banco de investimento atualmente coordena cerca de 50 emissões de debêntures neste trimestre. Ainda, a maioria desses recursos vai ser para financiar investimentos em infraestrutura.
“Significa que 50 empresas diferentes vão se financiar no mercado local, independente de qualquer subsídio, para fazer basicamente investimento”, afirmou em evento do BTG Pactual na tarde desta quinta-feira (18).
Esse é um indício de que o setor privado conseguiu “desmamar” da estrutura anterior, onde o principal financiador era o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), argumentou o executivo.
A mudança do financiamento privado é reflexo da mudança da estrutura de juros nacional, ressaltou Esteves. Com isso, o juro neutro de equilíbrio do Brasil é de um dígito. “A taxa de juros civilizada é o maior impulsionador do investimento”, disse.
Ao falar da economia, Esteves argumentou que a piora fiscal no Brasil por causa do aumento de gastos com a pandemia foi muito menor do que nos países desenvolvidos.
Enquanto a dívida, tanto a líquida quanto a bruta, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil subiu na casa dos 3 pontos porcentuais, em países da Europa e nos Estados Unidos, o salto foi muito maior, ao redor de 20 pontos, de acordo com Esteves.
E mesmo com o ambiente mais adverso, o Brasil vai ter crescimento do PIB este ano e redução de desemprego, afirmou Esteves. “Não podemos esquecer que tivemos dois anos de pandemia.”
O sócio do BTG Pactual afirmou ainda estar “muito tranquilo” com a força das instituições brasileiras. E, ao contrário do que faz parecer a acirrada polarização e o discurso político inflamado nas redes sociais, acredita que a sociedade do Brasil está muito mais ao centro, seja o centro-direita ou centro-esquerda, do que nos extremos.
“Estamos institucionalmente equilibrados”, afirmou Esteves. “Fomos colocando tijolos institucionais que ao meu ver criaram um muro muito claro de proteção institucional para a sociedade”, comentou. “Acho que a sociedade do Brasil está muito mais ao centro do que as pessoas acham ou do que os grupos de internet nos enganam no dia a dia.”
Além da Vale, confira outros destaques desta quarta-feira:
Itaú BBA vê potencial de forte alta da 3R Petroleum (RRRP3); ações sobem 5,5%
- O Itaú BBA anunciou nesta quinta-feira (18) a retomada de cobertura das empresas PetroRio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3).
- Com base nos valores de fechamento de ontem, as recomendações de compra estão em preços-alvo de R$ 45, R$ 105 e R$ 39, respectivamente, com potenciais de alta de 84,8%, 212,1% e 54,7%, nesta ordem.
- No pregão do Ibovespa hoje, a 3R Petroleum fechou com valorização de 5,56%, cotada a R$ 35,13. PetroRio subiu 1,23% e PetroReconcavo caiu 0,79%.
- A avaliação de outperform para as ações da 3R Petroleum, PetroRio e PetroReconcavo é apoiada pelas perspectivas de crescimento de cada empresa e as expectativas de um ambiente de alta sustentada pelo preço do petróleo nos próximos anos.
- “A prática comum de agrupar essas empresas como ‘juniores’ e compará-las usando uma única medida é, até certo ponto, míope (como EV/Reservas) e pode não considerar diferenças fundamentais que tornam sua tese de investimento única por direito próprio”, pontua o relatório.
- Alguns dos pontos levantados pelos analistas para entender a proposta e tese de investimento de cada uma das três empresas estão também nas diferenças entre os portfólios, o que aumenta a diversificação de risco – cada uma está em diferentes etapas de maturidade das suas reservas.
- Além disso, o banco de investimentos ressalta que o valor das reservas da empresa é diretamente impulsionado pelo tamanho, maturidade e proporção de petróleo no mix, bem como a execução oportuna de os planos de desenvolvimento ou revitalização.
- Outro aspecto, indo além dos gatilhos óbvios do preço do petróleo, está com os drivers de valor, significativamente distintos para essas teses de investimento. “O crescimento e os caminhos para essas empresas são variados, incluindo caminhos orgânicos e inorgânicos e oportunidades de verticalização por meio de ativos mid downstream“, explicam.
- Uma visão geral do mercado de plataformas também pode esclarecer os recursos disponíveis para sustentar os planos de crescimento das empresas, assim como os de redesenvolvimento de campos maduros.
- Estes, de acordo com o Itaú BBA, já estão a caminho de serem implantados por empresas petrolíferas independentes no Brasil. Impulsionaram a demanda por equipamentos de workover, bem como equipamentos de perfuração.
- Em relação à PetroReconcavo, os total de reservas é menor, com vencimento acima da média, mas há maior maturidade da empresa, o que implica produção mais previsível e menor risco de execução. O ativo da Bahia Terra continua sendo uma importante fonte de crescimento.
- Já a PetroRio possui grandes reservas concentradas em poucos clusters, com maturidade próxima à média, além de ter campos 100% offshore, beneficiados pela integração oportunidades (tiebacks) que reduzem as necessidades de capex e opex. “A integridade do FPSO é crucial para mitigar os riscos operacionais que pode afetar significativamente a produção do cluster”, conforme o relatório.
- Para a 3R Petroleum especificamente, os pontos positivos são portfólio diversificado com diferentes tipos de operação, tamanho da reserva, maturidade e geografias.
- Há ainda a transição de ativos remanescentes: operação da Potiguar, Papa-Terra e Pescada que serão adquiridos no início de 2023. E, por fim, a execução eficiente da transição de ativos é crucial para desbloquear o potencial de crescimento da produção.
Energisa (ENGI11) pagará R$ 472,1 milhões em dividendos; veja valor por ação
- A Energisa (ENGI11) anunciou nesta quinta-feira (18) que o conselho de administração da companhia aprovou o pagamento de R$ 472,1 milhões em dividendos intercalares aos seus acionistas.
- O valor dos proventos por ação será dividido da seguinte forma: Ações ordinárias (ENGI3): R$ 0,23; Ações preferenciais (ENGI4): R$ 0,23; Units (ENGI11): R$ 1,16.Todos os valores serão pagos aos acionistas em 1º de setembro.
- Apenas os investidores com ações da Energisa no dia 23 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 24 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
- Em julho, a Agência Nacional de Energia Elétrica adiou a análise das revisões tarifárias extraordinárias da Energisa (ENGI11) do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, assim como para a Equatorial (ETQL3) do Alagoas.
- Os processos estavam previstos para serem discutidos, mas foram retirados de pauta pelos respectivos relatores.
Dividendos da Energisa
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- Valor total: R$ 472.192.886,28
- Valor por ação: R$ 0,23 e R$ 1,16
- Data de corte: 23 de agosto
- Data do pagamento: 1º de setembro
- Rendimento (dividend yield): 4,67%
IRB Brasil (IRBR3) tem problemas de liquidez, diz banco ao recomendar venda das ações
- Ao classificar os resultados do 2T22 como negativos, identificando problemas de liquidez da companhia, os analistas do BB Investimentos recomendam venda para as ações do IRB Brasil (IRBR3). O preço-alvo para os papéis é de R$ 2,10, ante uma cotação atual de R$ 2,15.
- O resultado do IRB foi divulgado ainda nesta semana, com e prejuízo líquido de R$ 373 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22).
- “O IRB entregou um resultado que consideramos negativo, com prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões, 80% maior do que as perdas de R$ 206,9 milhões no 2T21, impactado principalmente por um menor recebimento de prêmios e por um maior pagamento de sinistros”, dizem os analistas sobre o balanço.
- A casa destaca que as operações no Brasil tiveram impacto, nos prêmios, da renovação de contas facultativas e reposicionamento de participação no ramo patrimonial, além de reduções de linhas, saída de alguns programas deficitários e revisão de condições comerciais no ramo rural.
- Além disso, o BB-BI destaca o imbróglio com os problemas de liquidez da empresa, que cogita um follow-on com ações a R$ 1.
- “Durante o 1S22, esses índices [de liquidez] sofreram forte deterioração. Em 30 de junho de 2022 o PLA – Patrimônio Líquido Ajustado – correspondia a 64% do CMR – Capital Mínimo Requerido – e a insuficiência no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória era de R$ 729,7 milhões. Essa piora foi explicada pelo ‘efeito cauda’ proveniente de políticas implementadas pela antiga administração somado aos impactos da pandemia da Covid-19 e dos recentes eventos climáticos atípicos”, diz o relatório do banco.
- Segundo os especialistas, o plano de saneamento de negócios e o resgate da liquidez regulatória implantado pela companhia ainda em 2020 trouxeram alento e o benefício da dúvida.
- “Passados mais de 2 anos, e sucessivos prejuízos, na nossa visão ainda existe pouca visibilidade quanto à sustentabilidade da própria operação do IRB, com larga pressão da sinistralidade sobre o resultado”, dizem os analistas.
- “Salientamos que nosso valuation encontra seu valor a partir da projeção de melhoria na sinistralidade – de 83% em 2022 normalizando a 73% até 2028 -, o que julgamos essencial para a saúde operacional e consequentemente liquidez da companhia, mas reconhecemos que tal assunção encontra cada vez menos base em evidências”, concluem.
BTLG11 tem resultado recorde no ano e mostra vacância zerada
- O fundo imobiliário BTG Pactual Logística (BTLG11) comunicou nesta quarta-feira (17) que fechou julho com resultados acima dos meses anteriores. Fruto de recebimento de ativos vendidos, a gestora do FII explicou os ganhos aos cotistas.
- Como complemento, o BTLG11 divulgou as recentes movimentações de sua carteira de imóveis, levando a 0% sua vacância financeira.
- No mês de julho, o fundo recebeu a última parcela financeira referente à venda de três galpões logísticos ao FII MGLG11. Deste modo, os valores acrescentaram de forma significativa a receita imobiliária do fundo, equivalente a R$ 1,33 por cota.
- Porém, o fundo não distribuiu todo o resultado em forma de rendimentos. Os dividendos do BTLG11 para este mês são de R$ 0,74/cota aos seus investidores. A gestora avisa que, com base na cota de fechamento do mês, a distribuição apresenta um dividend yield de 8,9% a.a.
- A gestora também informou sobre a movimentação de seu portfólio, com novas locações que simplesmente acabaram com a vacância financeira do BTLG11. O fundo confirmou a locação do BTLG Mauá para a Braskem (BRKM5), ocupando uma área de 45.657 m². A locação tem prazo de 5 anos, contados a partir de 1º de agosto de 2022, e preço alinhado com a Renda Mínima Garantida do imóvel. O contrato também prevê multas elevadas em caso de rescisão.
- A gestora destaca ainda que o imóvel foi alugado 10 meses após a emissão do habite-se e antes do término da Renda Mínima Garantida, o que ajudou o fundo a continuar com suas receitas em alta.
- Da mesma forma, o FII BTLG11 locou 100% do ativo BTLG Guarulhos. A gestora disse que o contrato tem prazo de 5 anos e preço 7% acima da média do parque. O fundo conseguiu repor a locação 2 meses após a rescisão, em um preço 30% maior que o que vinha sendo pleiteado.
Da BTG Pactual à IRB Brasil, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.