O Banco Inter (INBR32) obteve lucro líquido de R$ 160 milhões no quarto trimestre de 2023, uma alta de mais de 5 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. Foi o quinto trimestre consecutivo de crescimento, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em 2023, o lucro líquido do Banco Inter somou R$ 352 milhões, revertendo o prejuízo de um ano antes, no valor de R$ 14 milhões.
Segundo a companhia, o resultado de 2023 do Inter mostra que o banco está caminhando para alcançar seu plano estratégico, que é de 60-30-30, ou seja, visa alcançar 60 milhões de clientes, índice de eficiência de 30% e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 30% até 2027.
Um ano após o anúncio do plano do Inter, o vice-presidente do Inter, Alexandre Riccio, disse que o andamento está em linha com planejado e alguns indicadores, como a eficiência e o ROE estão vindo melhores que o previsto.
No trimestre, a receita bruta total do Banco Inter atingiu R$ 2,19 bilhões, ganho de 28,9% na base anual. Em 2023, a linha subiu 34,96% ante igual período do ano anterior, para R$ 8,07 bilhões.
No quarto trimestre, a receita líquida do banco da família Menin, controladora da MRV (MRVE3), foi de R$ 1,31 bilhão, valor 31,1% superior ante o mesmo período de 2022.
Além de Banco Inter, confira outros destaques desta quarta-feira:
Banco do Brasil (BBAS3): 4T23 vai mostrar boa rentabilidade, alta no lucro e crescimento robusto, dizem analistas
- Após consecutivos resultados trimestrais melhores do que o esperado, o Banco do Brasil (BBAS3) segue sendo o player do setor financeiro que tem teses mais otimistas por parte do sell-side. A expectativa é de que o resultado do quarto trimestre de 2023 (4T23) represente uma sucessão desse cenário, com poucas novidades e um balanço ainda mostrando uma rentabilidade robusta.
- O consenso Bloomberg projeta R$ 9,202 bilhões de lucro do Banco do Brasil no resultado, que será divulgado nesta quinta-feira (8), ante o lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões no terceiro trimestre de 2023
- Mesmo a XP, que tem uma projeção de lucro líquido recorrente menor, de R$ 8,81 bilhões, mantém otimismo com BBAS3 – recomendando compra com preço-alvo de R$ 61.
- “Esperamos mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Banco do Brasil, provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (8% – 12%), mais uma vez impulsionado principalmente pelo crédito rural“, diz a casa.
- “Esperamos que sua receita líquida de juros salte 11% quando comparado ao ano passado e praticamente estável T/T, principalmente devido a receitas de tesouraria mais fracas. No que diz respeito à inadimplência, prevemos um ligeiro aumento, que continua a ser a mais baixa entre os seus pares e reflete o perfil defensivo da sua carteira”, completa.
- Os especialistas ainda destacam que esperam que o índice de cobertura da empresa se mantenha e levado, em 200% – o que representa um aumento de 80 pontos base (bps) ante o trimestre anterior.
- As projeções da XP ainda apontam para um Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 21,1%.
Auren (AURE3) anuncia pagamento de R$ 400 milhões em dividendos; veja valor por ação
- O conselho de administração da Auren Energia (AURE3) aprovou a distribuição de R$ 400 milhões em dividendos.
- Os novos dividendos da Auren terão o valor de R$ 0,40 por ação, tendo como referência uma parcela da reserva de lucros da empresa.
- Os proventos só serão distribuídos aos investidores que tiverem ações da Auren até o final da sessão do dia 1º de março de 2024. Assim, os papéis comprados a partir do pregão seguinte, 4 de março de 2024, não serão contabilizados no pagamento dos dividendos.
- Para os investidores aptos a receberem, o pagamento dos dividendos da Auren vai ser realizado em parcela única, no dia 14 de março de 2024.
Totvs (TOTS3): lucro é de R$ 156,7 mi no 4T23, queda de 2,3% na base anual
- O lucro líquido ajustado da Totvs (TOTS3) atingiu R$ 156,7 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 2,3% na comparação anual. Em 2023, a linha teve um avanço de 11,4% ante 2022, para R$ 594,5 milhões.
- A receita líquida consolidada da Totvs, segundo comunicado enviado ao mercado nesta quarta-feira (7), alcançou R$ 1,22 bilhão, valor 17,8% maior que o visto no mesmo período de 2022. No ano passado, a receita atingiu R$ 4,63 bilhões, alta de 18,3% na base anual, impactada pelo aumento da receita com softwares de gestão e business performance.
- O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 258,3 milhões no período, avanço de 7,8% na comparação anual. Em 2023, o crescimento foi de 16,6% na mesma base de comparação, para R$ 1,09 bilhão.
- Por outro lado, a margem Ebitda ajustada teve queda na comparação com o mesmo trimestre de 2022 e no ano contra ano. No trimestre, a margem alcançou 21%, uma queda de 0,2 ponto percentual (pp), enquanto em 2023 a rentabilidade operacional da Totvs ficou em 23,5%, praticamente em linha com o ano anterior.
- A carteira de crédito da Totvs encerrou o quarto trimestre em R$ 2,1 bilhões, incremento de 14% ante igual período de 2022. Ao final do período, a inadimplência da carteira acima de 90 dias era de 1,5%, uma estabilidade na mesma base de comparação.
- A Totvs destaca ainda que houve uma redução na produção de crédito dos afiliados do Agronegócio em dezembro, já que o pico da safra agrícola se dá no trimestre anterior. Além disso, a companhia relembra que o evento RD Summit teve uma despesa líquida de R$ 14 milhões, aumento de 119% quando comparada ao quarto trimestre de 2022.
Bradesco (BBDC4): resultado do 4T23 decepciona e mostra ‘longo caminho para retomar o lucro pré-pandemia’; ações despencam
- O Bradesco (BBDC4) apresentou resultados abaixo do esperado no quarto trimestre de 2023 (4T23), apontam analistas. Segundo a XP, a visão decorre de uma receita líquida de juros (NII) mais suave, taxas mais baixas, maiores provisões para perdas com empréstimos e falhas em diversas linhas do guidance de 2023. Nesta quarta-feira (07), as ações do banco lideram as baixas do Ibovespa.
- No 4T23, os ganhos do Bradesco atingiram R$ 2,9 bilhões, uma queda de 38% em relação ao trimestre anterior. “O resultado fraco foi impulsionado pela combinação de provisões adicionais relacionadas a uma corporação específica aliadas a despesas operacionais mais altas”, diz a UBS-BB.
- Segundo o Banco Safra, o resultado negativo nas provisões foi principalmente relacionado a uma provisão adicional de R$ 1,650 bilhão no segmento corporativo. Excluindo esse efeito, as provisões seriam 5% abaixo da estimativa do banco.
- Ainda no lado negativo, o Safra destaca que as receitas de tarifas do Bradesco caíram 1% em relação ao trimestre anterior (apesar do efeito positivo da sazonalidade) para R$ 9,028 bilhões, impactadas negativamente principalmente pelas tarifas de conta corrente (queda de 3,9% em relação ao trimestre anterior).
Cielo (CIEL3): banco recomenda compra após anúncio de oferta de ações do BB (BBAS3) e Bradesco (BBDC4); entenda por quê
- O UBS-BB reiterou recomendação de compra para os papéis da Cielo (CIEL3), com preço-alvo de R$ 6, após o Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4) decidirem fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para tirar a empresa da bolsa.
- Segundo o UBS-BB, a operação está alinhada com os principais concorrentes da Cielo, como a Rede com o Itaú (ITUB4) e a Getnet com o Santander (SANB11), e poderia intensificar a concorrência entre as empresas de pagamento.
- “Para o Bradesco, a aquisição da Cielo, além de mais flexibilidade (oferta de produtos integrados aos seus clientes), faz com que o banco também pode ser mais agressivo na antecipação de recebíveis para pequenos comerciantes”, explicam os analistas.
- No entanto, a equipe do UBS-BB observa que a integração pode levar algum tempo, uma vez que Rede/Itaú levou vários anos para começar a apresentar resultados consistentes.
- Além disso, a Oferta Pública ainda estará sujeita a alguns requisitos legais e regulatórios e precisará ser aprovada por pelo menos 1/3 dos acionistas em circulação.
- De acordo com o UBS-BB, projetando um valor patrimonial de R$ 12,7 bilhões para a Cateno (ou R$ 8,9 bilhões considerando a participação da Cielo de 70%) e considerando a oferta a R$ 5,35, os negócios adquiridos seriam avaliados em R$ 5,7 bilhões, ou um PE (Preço/Lucro) implícito de 6x em ambos os anos de 2024 e 2025, em comparação com 13x para Stone e 11x para PAGS no mesmo período.
Shein ameaçada: fusão entre Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) pode atrapalhar os planos da chinesa?
- Considerada a maior combinação de negócios do setor de varejo desde o anúncio da união de Drogasil e Raia, em 2011, a fusão entre a Arezzo (ARZZ3) e o Grupo Soma (SOMA3) pode resultar em um conglomerado de mais de 30 marcas. Assim, em um meio cada vez mais competitivo, o mercado se pergunta qual o impacto do acordo para empresas como a Shein, que tem conquistado cada vez espaço no Brasil.
- “O grupo formado da Arezzo e Soma possui uma atuação muito distinta da proposta da Shein, que busca atingir públicos de mais baixa renda. O maior impacto, a princípio, me parece ser com a Hering, que também oferece peças de menor preço, mas ainda assim há um grande distanciamento entre os produtos”, diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.
- Em relatório divulgado no mês passado, o BTG Pactual (BPAC11) projetou que em todo o ano de 2023 o faturamento da Shein no Brasil chegou a R$ 10 bilhões, 42,8% acima na comparação anual, com receita de R$ 7 bilhões – a varejista chinesa de moda online só ficou atrás da Renner (LREN3), que faturou R$ 11,7 bilhões no período, o maior do ramo.
- Nesta lista, o Grupo Soma aparece na quinta colocação, com faturamento de R$ 4,9 bilhões em 2023, seguido por Arezzo, com R$ 4,2 bilhões.
- O BTG atribuiu o resultado da Shein, entre outros fatores, aos preços baixos oferecidos, o que a torna competitiva. Vale lembrar que com a fusão, passam a fazer parte do grupo Arezzo-Soma empresas como Anacapri, Schutz, Vans, Farm, Animale e Reserva, consideradas de alta renda.
- Para Costa, atualmente, o varejo de moda brasileiro é amplamente fragmentado e mesmo os grandes players – como Lojas Renner (LREN3) e a nova empresa gerada com a fusão, que ainda adotará uma nova denominação social – detêm pouco do marketshare.
- “Historicamente, o setor como um todo trabalha com margens mais baixas e ajustes muito finos na operação para que haja um retorno atrativo. Vimos, por exemplo, diversas varejistas que erraram uma coleção ou nos estoques e foram amplamente penalizadas nas margens por diversos trimestres por causa desses fatores. Uma combinação de negócios bem sucedida traz eficiência de custos, o que melhora a margem e traz mais folga para a operação”, afirma.
- A nova operação deve alcançar um faturamento próximo de R$ 12 bilhões com as mais de 2 mil lojas próprias e franquias. Ao todo, serão quatro verticais de negócios: calçados e bolsas, vestuário e lifestyle feminino, vestuário e lifestyle masculino e vestuário democrático.
Do Banco Inter à Auren, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.