Radar: Banco do Brasil (BBAS3) vai pagar R$ 2,2 bi em dividendos, IRB Brasil (IRBR3) lidera altas na bolsa, Minerva (BEEF3) mais do que triplica lucro no 2T22
O Banco do Brasil (BBAS3) informou nesta quarta-feira (10) que vai pagar R$ 2,2 bilhões em dividendos aos seus acionistas. O banco comunicou que R$ 571,2 milhões serão em dividendos e R$ 1,6 bilhão em Juros Sobre Capital Próprio (JCP).
O valor dos proventos por ação será dividido da seguinte forma: Para os dividendos, R$ 0,20; Para o JCP do Banco do Brasil, R$ 0,57.
Os valores brutos estão atualizados com base na taxa Selic.
O pagamento será realizado no dia 31 de agosto, conforme fato relevante.
Apenas os investidores com ações do Banco do Brasil no dia 22 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir de 23 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos complementares, referentes ao segundo trimestre de 2022.
Dividendos do Banco do Brasil
- Valor total: R$ 2.199.737.096,46 no total
- Valor por ação: R$ 0,7819053545 no total
- Data de corte: 22 de agosto
- Data do pagamento: 31 de agosto
- Rendimento (dividend yield): 7,65%
Ação do IRB Brasil (IRBR3) sobe 8,93% e lidera altas. O que está acontecendo?
- Na sessão do Ibovespa desta quarta-feira (10), a ação do IRB Brasil (IRBR3) avançou 8,93% no fechamento, cotada a R$ 2,44, liderando altas.
- Apesar de a empresa não ter divulgado nenhum fato relevante, o mercado aguarda pelos resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) da IRB Brasil, adiados para o dia 15 de agosto.
- Sobre a alta das ações do IRB Brasil, Waldir Morgado, sócio da Nexgen Capital, explica: “A gente imagina que seja por causa da expectativa desse balanço e também pela empresa estar sendo negociada com um desconto bastante alto.”
- No dia 21 de julho, a companhia comunicou ter registrado um prejuízo de R$ 273,1 milhões em maio, comparado ao lucro de R$ 7,5 milhões no mesmo período de 2021.
- Os resultados, divulgados em nota, se somam a uma série de percalços experimentados pela empresa ao longo de 2022. Só nos cinco primeiros meses deste ano, a companhia já acumula um prejuízo líquido de R$ 285,3 milhões. No mesmo intervalo do ano anterior, a performance da empresa foi bem diferente — com seu lucro líquido chegando a atingir os R$ 9,4 milhões.
- No dia da divulgação, o mercado reagiu mal ao comunicado, o que levou a uma queda mais de 7% no pregão do dia seguinte. Em junho, as ações do IRB chegaram a acumular queda de 24%.
- Caique Stein, CNPI-T da DV Invest, disse que o IRB Brasil “está bastante pressionado pela ponta vendedora, com muitos investidores shorteando o papel. Ou seja, vendendo a ação sem tê-la em carteira, o que faz com que o preço seja realmente ainda mais pressionado para baixo.”
- Segundo a IRB, o prêmio emitido em maio de 2022 caiu 3,7% em relação a maio do ano anterior, totalizando R$ 564,2 milhões. No mercado doméstico, o prêmio teve um aumento de 8,4%, mas no exterior teve uma queda radical de 27,4%, atingindo os R$ 143,6 milhões.
- Já entre janeiro e maio de 2022, o prêmio emitido do IRB Brasil foi de R$ 3,122 bilhões, com recuo de 5,5%, tendo um crescimento de 11,2% no Brasil e uma redução de 25% mundo fora.
CBA (CBAV3): analistas recomendam compra após 2T22: “Trimestre acima das expectativas”
- O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ações da CBA (CBAV3), com o preço-alvo de R$ 24. “Compre pelo ciclo, tema de transição de energia no longo prazo e valuation”, disse o BTG em relatório que comentou sobre o resultado do 2T22 da Companhia Brasileira de Alumínio.
- Para o banco de investimentos, a CBA é um dos ativos temáticos mais interessantes sob sua cobertura, dentro de uma indústria em nova tendência, após um período de excesso de oferta e baixos retornos.
- O Bofa (Bank of America) também recomenda “compra” para os papéis da CBA, com o preço-alvo de R$ 18. “Em suma, mantemos nossa classificação de compra para a ação, refletindo nossa visão otimista no mercado de alumínio“, afirma o banco.
- As ações do CBA fecharam em alta de 2,63%, cotadas a R$ 12,11, nesta quarta (10).
- O tema de transição de energia se refere à mudança para uma matriz sem carbono, um dos focos da CBA, que produz energia em 21 usinas hidrelétricas no Brasil. Segundo o BTG, este tema está “um pouco paralisado”, com a inflação de energia e os riscos de racionamento ao redor do mundo, mas deve retornar – embora o banco não tenha dado uma estimativa precisa.
- “A história agora depende de paciência para navegar nesse complicado curto prazo, e vemos um perfil de risco/retorno muito assimétrico com as ações atualmente no preço de IPO”, disseram os analistas.
- Outro ponto que deixa as ações da CBA atrativas para o BTG é o seu valuation. O múltiplo EV/Ebitda do BTG para a empresa em 2022 é de 3,5x, entre 10 à 20% abaixo dos pares.
- “Um bom trimestre, 10% acima do estimado”, afirmou o BTG Pactual sobre os números divulgados pela CBA no segundo trimestre do ano. Para o banco, a CBA apresentou um conjunto de resultados relativamente fortes, auxiliados pelos preços de alumínios mais altos, prêmios e um menor impacto de perdas de hedge.
- O Bank of America considera que os preços de alumínio devem ter tendência de alta, apesar do aumento da volatilidade do alumínio no curto prazo, à medida que a China retoma o restante de cerca de 1Mt [megatonelada] da capacidade que fechou 2021, e as exportações são mais impulsionadas pela demanda ainda fraca.
- O Ebitda da CBA no período foi de R$ 641 milhões, 10% acima da estimativa do BTG, de R$ 584 milhões, e 7% superior ao consenso da Bloomberg e da estimativa do Bofa. O lucro líquido atribuído aos acionistas no 2T22, de R$ 490 milhões, superou as estimativas do BTG em 137%.
- O BTG explica que o momento de resultados deve seguir pressionado no curto prazo, embora a história tenha sido impactada por uma correção um tanto insustentável dos preços do alumínio. Mas o BTG está olhando para além dessas pressões no período.
- Além disso, o BTG afirmou que os prêmios de alumínio surpreenderam positivamente contra as suas estimativas: “Calculamos que os prêmios primários chegaram a US$ 611/t (+9% vs. BTGe [estimativa do BTG]), alta de 15% t/t. Os prêmios de downstream subiram 21% t/t, para US$ 2.029/t (+6% vs. BTGe)”, concluiu o banco.
- No lado de vendas, o segmento caiu 11% na comparação anual, explicado pela menor demanda dos segmentos de construção e consumo, enquanto os custos da CBA seguem subindo, impactados pela inflação de matérias-pimas como soda cáustica e gás natural.
- O BofA afirma que os preços realizados acima do esperado mais do que compensaram os volumes mais fracos da CBA (volumes totais de alumínio ficaram cerca de 2,7% abaixo da sua estimativa), impulsionando a receita do segmento para R$ 2,3 bilhões, 5% acima da sua projeção.
Minerva (BEEF3) mais do que triplica lucro no 2T22 e antecipa dividendos milionários
- A Minerva (BEEF3) atingiu lucro líquido de R$ 424,7 milhões no segundo trimestre de 2022, com alta de 264% anualmente, ou seja, mais do que o triplo do reportado em igual período de 2021, quando apurou R$ 116,7 milhões.
- Além disso, no relatório de divulgação de resultados do 2T22 da Minerva, a companhia anunciou a distribuição de R$ 128,1 milhões na forma de dividendos intercalares, provento de R$ 0,22 por ação, com pagamento agendado para o dia 29 de agosto.
- “A geração de valor ao acionista segue como prioridade”, disse a Minerva.
- O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 778 milhões, representando uma alta de 42,8% na comparação anual, com margem de 9,2%. A receita líquida da Minerva no 2T22 atingiu R$ 8,5 bilhões, crescimento de 34,7% ante o 2T21. As despesas com vendas representaram 7,2% da receita líquida, e as despesas gerais e administrativas, 2,9%.
- O abate total no período subiu para 1 milhão de cabeças, em comparação com o total de 869 mil no mesmo período do ano passado. Segundo a Minerva, o crescimento foi impulsionado pela forte demanda por proteína bovina no mercado internacional, além da crescente disponibilidade de animais prontos para o abate, em particular no Brasil.
- Além disso, o volume total de vendas somou R$ 321,7 milhões no trimestre, alta de 12,8% contra o 2T21.
- A Minerva encerrou o 2T22 com uma dívida líquida de R$ 6,6 bilhões, crescimento de 24,4% na comparação anual, e com uma posição de caixa de R$ 6,2 bilhões. Assim, o indicador Dívida Líquida/Ebitda no final do segundo trimestre estava em 2,3x, patamar inferior ante os períodos anteriores, segundo a companhia.
- A principal exportadora de carne bovina da América do Sul destacou sua posição no âmbito internacional: “O desbalanceamento do mercado global de proteína bovina continua proporcionando oportunidades únicas, em especial na Ásia e no Oriente Médio, mas também em mercados premium como os Estados Unidos e a Europa, que juntos já respondem por quase 20% das nossas exportações consolidadas.”
- As exportações da Minerva no 2T22 geraram receita de R$ 6,4 bilhões, aumento de 36,5% na comparação com o mesmo período de 2021 e 71% da receita bruta da Minerva, que atingiu R$ 8,9 bilhões.
- O desempenho do Brasil no mercado externo foi o principal impulso em receita bruta para a Minerva no 2T22, com R$ 4,2 bilhões, alta de 45,9%. A Argentina cresceu consideravelmente sua posição no indicador, chegando à marca de R$ 1,3 bilhão em receita bruta, alta de 101,8% ante o 2T21.
- Segundo a Minerva, sua estratégia de diversificação geográfica segue sendo essencial na manutenção da sua rentabilidade e como mitigador de riscos, diante do persistente contexto de volatilidade nos mercados globais.
- Os investimentos da Minerva no 2T22 totalizaram R$ 179,0 milhões.
- A Minerva anunciou com o seu balanço a distribuição de R$ 128.075.206,00 aos acionistas.
- Cada investidor receberá R$ 0,2192204451 por ação ordinária de emissão da companhia.
- Terão direito ao dividendo declarado acionistas com posição acionária até de 17 de agosto de 2022. A partir de 18 de agosto as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- O pagamento dos dividendos da Minerva será feito, em uma única parcela, em 29 de agosto de 2022. “Não haverá atualização monetária ou incidência de juros entre a data da declaração dos dividendos e a data do efetivo pagamento”, diz a Minerva.
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