Radar: Banco do Brasil (BBAS3) pagará dividendos bilionários, ações da Oi (OIBR3) disparam e analistas reduzem previsões para o Bradesco (BBDC4)
O Banco do Brasil (BBAS3) vai distribuir mais de R$ 2,38 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), conforme fato relevante divulgado nesta quinta (8).
Os dividendos do Banco do Brasil representam R$ 630,16 milhões desse valor total, o que corresponde a R$ 0,22081862607 por ação, ou R$ 0,22351909545 após atualização realizada até hoje (8), de acordo com a taxa Selic.
Já os JCP do Banco do Brasil responderão por R$ 1,751 bilhão do montante total a ser distribuído em proventos, o que corresponde a R$ 0,61363625622 por ação, ou R$ 0,62114063186 após a devida atualização citada anteriormente (até hoje, 8 de fevereiro).
Ambos os proventos são relativos ao quarto trimestre de 2023. Os pagamentos serão realizados em 29 de fevereiro de 2024, mas apenas aos investidores que detiverem ações do BB até o final do pregão de 21 de fevereiro deste ano.
As ações do Banco do Brasil serão negociadas como “ex-proventos” a partir de 22 de fevereiro de 2024, ou seja, sem direito aos proventos.
Conforme citado anteriormente, até que os valores sejam distribuídos, serão atualizados de acordo com a taxa Selic. Esse ajuste vem sendo contabilizado desde a data do balanço, em 31 de dezembro de 2023.
Além de Banco do Brasil, confira outros destaques desta quinta-feira:
Bradesco (BBDC3): Safra reduz previsões de lucro, mas recomenda compra das ações; veja motivos
- O Safra reiterou recomendação outperform, equivalente a compra, para as ações do Bradesco (BBDC4). Segundo o banco, o Bradesco, que reportou os resultados do 4T23 e decepcionou o mercado, está, apesar do balanço e dos números divulgados, “claramente traçando novos horizontes, reconhecendo a necessidade de mudar a forma como os clientes são atendidos e renovar a estrutura organizacional”.
- Dizem os analistas do Safra: “Embora vejamos boas iniciativas, como a contratação de novos executivos para as unidades de Digital e RH, algo fora do comum no Bradesco, acreditamos que alguns objetivos quantitativos carecem de seus respectivos planos de ação mais detalhados”, .
- Dessa forma, considerando a nova perspectiva, o Safra reduziu as previsões de lucro líquido do Bradesco para 2024 e 2025 em 18% para o banco. Agora, o lucro está em R$ 18,5 bilhões (ROE, Retorno sobre o Patrimônio Líquido, de 11,3%) e R$ 22,7 bilhões (ROE de 13,0%), respectivamente.
- A pressão sobre as receitas do Bradesco e os custos mais altos são os principais fatores por trás desse ajuste, com os custos operacionais não essenciais previstos para aumentar significativamente. “Principalmente devido a uma receita líquida de juros (NII) ajustada ao risco mais baixa (-R$ 3,7 bilhões) e forte pressão sobre os custos (-R$ 3,5 bilhões), previstos para crescer acima da inflação.”
- Além disso, o objetivo de alcançar um ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) acima da taxa de custo de capital só deve ser alcançado em 2026, um ano mais tarde do que o esperado pelo mercado.
- Como resultado dessas mudanças, o preço-alvo das ações do Bradesco foi reduzido para R$ 17. No entanto, diz o Safra, ainda há potencial de valorização de 22%, embora os investidores devam considerar riscos como condições macroeconômicas adversas, qualidade dos ativos, regulação e competição no setor bancário.
- “Adotamos uma abordagem conservadora para o ROE de longo prazo, agora em 14%. Em uma base de 12 meses à frente, vemos a ação sendo negociada a 7,6x P/E (Preço/Lucro)”, cita o Safra.
Multiplan (MULT3) registra lucro de R$ 302,5 mi no 4T23, alta anual de 26,6%
- A Multiplan (MULT3), – dona de uma rede com 20 shopping centers, obteve lucro líquido de R$ 302,58 milhões no quarto trimestre de 2023, valor 26,6% maior em relação a igual período do ano anterior, de acordo com o relatório de resultado divulgado nesta quinta-feira (8).
- A melhora do resultado da Multiplan no 4T23 foi puxada pela ampliação da receita com aluguéis de lojistas, estacionamentos e venda de imóveis no seu braço de incorporação imobiliária. No ano passado, o lucro líquido da Multiplan subiu 32,6% na base anual, para 1,02 bilhão, superando a marca do bilhão pela primeira vez na história da companhia.
- O resultado foi impulsionado pelo aumento da receita líquida da Multiplan, que cresceu12,8% na base trimestral, para R$ 570,55 milhões. Em 2023, a linha atingiu R$ 2,02 bilhões, uma alta de 12,9% ante 2022.
- No último trimestre de 2023, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) foi de R$ 393,05 milhões, uma elevação de 5,3% na comparação anual. No ano passado, o lucro operacional subiu 18,1% ante o mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 1,50 bilhão.
- O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) chegou a R$ 383,424 milhões no trimestre, avanço de 11,6%, enquanto a margem FFO teve um aumento de 0,2 pontos porcentuais, para 67,2%%.
- Além disso, o faturamento com venda de imóveis da Multiplan deu um salto de 213%, para R$ 28,342 milhões.
- A companhia reportou ainda uma redução de 34,5% na linha de depreciação e amortização, que ficou negativa em R$ 33,891 milhões.
Raízen (RAIZ4): lucro salta 195%, para R$ 754,4 milhões
- A Raízen (RAIZ4), uma joint venture entre a Cosan (CSAN3) e a Shell, registrou lucro líquido ajustado de R$ 754,4 milhões no terceiro trimestre fiscal da safra 2023/2024, uma alta de 195% ante o visto no mesmo período do ano-safra 2022/2023.
- No comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia explicou que o resultado da Raízen foi impactado pela evolução do desempenho operacional e a geração de margens, mesmo com o impacto do resultado financeiro no período, que ficou negativo em R$ 1,24 bilhão, uma alta de 3,8% na base anual.
- No ano-safra 2023/2024da Raízen, a receita líquida da empresa foi de R$ 58,49 bilhões, uma queda de 3,1% na comparação anual. Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 32,5% na mesma base de comparação, para R$ 3,929 bilhões.
Lucro da Sanepar (SAPR11) atinge R$ 364,9 mi no 4T23, alta de 4% na base anual
- A Sanepar (SAPR11), uma das maiores concessionárias de saneamento do país, registrou lucro líquido de R$ 364,9 milhões no último trimestre de 2023, uma alta de 4% na comparação anual, segundo relatório enviado ao mercado nesta quinta-feira (8). No ano passado, o lucro cresceu 30,6% ante 2022, a R$ 1,50 bilhão.
- No comunicado, a estatal do Paraná explicou que o lucro do 4T23 da Sanepar foi impactado pelo aumento da receita, já que houve aumento do consumo em quase todas as 346 concessões da empresa.
- A receita líquida da Sanepar mostrou crescimento de 15% no trimestre na base anual, para R$ 1,69 bilhão. Em 2023, a alta de 11% em comparação ao visto no ano anterior.
- No trimestre, o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Sanepar somou R$ 722,5 milhões, uma elevação de 18,4% quando comparação ao mesmo período de 2022. No ano passado, o lucro operacional subiu 27,3% na base anual, para R$ 2,82 bilhões.
- Já o ROE anualizado da Sanepar, ou seja, a rentabilidade da concessionária de água e esgoto do Paraná, alcançou 16,2% no 4T23, uma alta de 2,3 pontos percentuais (pp) ante igual intervalo de 2022. O ROIC, por sua vez, outra métrica importante para mensurar o retorno da empresa, subiu 1,7 pp no quarto trimestre na mesma base de comparação, a 12,4%.
Banco do Brasil (BBAS3): lucro cresce 4,8% no 4T23, para R$ 9,4 bilhões; resultado de 2023 é recorde
- O Banco do Brasil (BBAS3) teve lucro líquido ajustado de R$ 9,4 bilhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), conforme balanço trimestral divulgado nesta quinta-feira (8). No acumulado de 2023, o lucro líquido foi recorde, somando R$ 33,8 bilhões, com crescimento de 8,7% comparado a 2022. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, o resultado do banco subiu 7,5%.
- O resultado do Banco do Brasil mostra um crescimento de 4,8% na comparação com o quarto trimestre de 2022 (4T22), assim como um aumento de 7,5% em relação ao terceiro trimestre do ano passado (3T23).
- O resultado do BB foi impulsionado pelas margens, que equivalem à receita do banco com operações que rendem juros. Uma das alavancas do indicador foi o resultado do Banco Patagonia, controlado pelo banco na Argentina, que teve números mais altos diante do efeito da variação cambial sobre os títulos atrelados ao dólar, em um período de maxidesvalorização do peso argentino. Também houve efeito do crescimento da carteira de crédito do banco.
- O banco conseguiu manter inadimplência abaixo dos principais pares do setor privado graças ao menor risco da carteira de crédito, que também cresceu acima da concorrência. Como resultado, observou forte ampliação das receitas.
- O BB encerrou o trimestre com R$ 2,172 trilhões em ativos, um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado, mas uma baixa de 3,4% em três meses. O patrimônio líquido ficou em R$ 173,076 bilhões, alta de 5,5% em um ano. Conforme aponta o balanço do Banco do Brasil, o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) chegou a 22,5% no 4T23.
- A carteira do BB cresceu 10,3% em um ano, para R$ 1,108 trilhão. As operações que mais cresceram foram as destinadas ao agronegócio, com alta de 14,7% no mesmo período. Cerca de um terço da carteira da instituição é destinada ao agronegócio, segmento que historicamente tem inadimplência mais baixa.
- A inadimplência da carteira em dezembro era de 2,9%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta de 0,3 ponto porcentual em um ano, e de 0,1 ponto em três meses. Entre os quatro maiores bancos listados do País, foi um dos mais baixos índices.
- Um dos fatores que impactaram positivamente o resultado do BB no 4T23 foi o “bom desempenho comercial”, assim como o crescimento das carteiras de crédito e de tesouraria, que ajudaram a elevar a margem financeira bruta, que cresceu 8,8% na comparação anual.
- Além disso, o lucro do Banco do Brasil também foi impactado pelas receitas geradas com prestação de serviços que, por sua vez, tiveram influência das linhas de rendas de mercado de capitais, das operações de crédito e da garantia e consórcios.
- Por fim, outros fatores que influenciaram no resultado foram o aumento das despesas de PCLD ampliada, com crescimento anual de 32,8% no 4T23, e do maior controle de despesas administrativas, o que, na visão do Banco do Brasil, refletiu a “gestão adequada dos contratos do banco.
- “Renovamos o nosso recorde de geração de resultados robustos, calcados pela sustentabilidade na geração de negócios e no relacionamento com nossos clientes”, destaca o relatório de resultados do Banco do Brasil.
Oi (OIBR3) acelera: ações sobem 11,6%. Analistas apontam dois motivos para alta repentina
- Após aprovar o seu novo plano de recuperação judicial nesta semana, a Oi (OIBR3) parece ter ressurgido na bolsa de valores. Os papeis da tele, fora do Ibovespa, que chegaram a atingir a máxima de 40,70% nesta quinta-feira (8), atingindo patamares que não eram vistos havia mais de seis meses, e fecharam em alta de 11,63%.
- No encerramento do pregão da quarta-feira (7), a OIBR3 disparava 30,30% e já abriu o mercado de hoje atingindo o valor R$ 1,21 nos papéis, às 11h45 (horário de Brasília).
- Por volta das 13h, os papeis de OIBR3, negociados fora do Ibovespa, se estabilizavam em torno do R$ 1,04 (+20,93%), preço que não era visto pelos acionistas da telefônica desde agosto de 2023.
- “A aprovação da nova versão do plano de recuperação judicial acaba trazendo uma maior segurança para alguns investidores que tinham alguma incerteza sobre a companhia. O principal movimento que poderia provocar uma disparada desse tipo na Oi é a aprovação do projeto,” explica João Daronco, analista CNPI da Suno Research.
- Além das boas expectativas que o mercado aparenta ter para o plano da Oi, outro ponto relevante é trazido pelo diretor de research e sócio da Quantzed, Leandro Petrokas.
- “Também há rumores de que Nelson Tanure [empresário e investidor bilionário] esteja comprando ações da empresa, pelo comportamento da corretora Master no book de ofertas“, pondera Petrokas.
- Questionada pela B3 (B3SA3), a operadora da bolsa de valores brasileira, a Oi comunicou que não há fatos ou atos relevantes que em seu entendimento possam justificar possíveis oscilações atípicas no número de negócios e na quantidade negociada de ações da companhia, além daqueles amplamente já divulgados ao mercado.
Do Banco do Brasil à Multiplan, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.