Radar: Americanas (AMER3) cai mais de 9% na Bolsa, ações da Weg (WEGE3) são rebaixadas e BTLG11 pode aumentar dividendos

Nesta segunda-feira (28), as ações da Americanas (AMER3) fecharam em queda de 9,6%, cotadas a R$ 9,89, após a Black Friday de 2022 decepcionar no número de vendas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-3.png

Além da Americanas, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) caíram 2,92%, cotadas a R$ 3,32 e as da Via (VIIA3) cederam 6,70%, cotadas a R$ 2,09.

O desempenho negativo das ações de varejo ocorre depois de um resultado fraco de vendas na Black Friday. Segundo levantamento da Confi NeoTrust, o e-commerce teve um dos seus piores anos de Black Friday, com queda de 28%, para R$ 3,1 bilhões, na sexta-feira (25). A NielsenIQ/Ebit por sua vez, apurou queda de 23% na sexta-feira.

“O que está acontecendo é um cenário bastante desafiador e hostil para o setor”, explicou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, sobre a queda das ações da Americanas.

Segundo Alves, o varejo é um setor cíclico que depende do desempenho da economia e de um pouco de previsibilidade com o aumento de consumo, geração de emprego, aumento de renda e aumento do poder de compra.

“O que vemos é o contrário, com uma renda sendo comprimida com o cenário de inflação alta. Isso drena recursos que poderiam ir direto para o setor de varejo. Então, as pessoas estão usando dinheiro para necessidades básicas e menos para consumo. Com isso, o varejo fica de lado”, ressalta o especialista.

O analista observa que o saldo da Black Friday indica que o Natal também pode ser mais fraco para o varejo. Mas, com uma redução de juros futuros, Alves vê que o setor da Americanas, Magalu e Via pode “melhorar”. Entretanto, não há consenso sobre quando a redução da taxa Selic acontecerá.

Por isso o ano de 2023 promete ainda ser muito desafiador para o varejo, alerta o especialista, enquanto não há um cenário previsível com redução de juros e inflação.

“O setor de varejo hoje é teste para cardíaco”, conclui Alves, lembrando um bordão de Galvão Bueno. “Como é um setor muito volátil, as oscilações são grandes. Quem não gosta de volatilidade, o ideal é que fique fora do varejo.”

Americanas disse ter se preparado com antecedência para a Black Friday e para a Copa do Mundo, trazendo ações de frete, serviço e marketing voltadas para as datas.

Além da Americanas, confira outros destaques desta segunda-feira:

Weg (WEGE3): ações caem 4% após rebaixamento do BofA; entenda

  • As ações da Weg (WEGE3) caíram 4% nesta segunda-feira (28) após o Bank of America rebaixar preço-alvo de R$ 44 para R$ 42. Além disso, a instituição passou a recomendação de compra para neutra, devido a uma “provável desaceleração do crescimento” em 2023.
  • Conforme apontam os analistas do BofA, a companhia teve resultados mistos no segundo trimestre deste ano — mostrando-se necessário rever algumas previsões importantes. Nesse caso, a classificação neutra da Weg deve-se ao fato dela ter atingido um “platô de curto prazo” com uma demanda mais fraca.
  • “Apesar disso, a WEG registrou forte crescimento de receita, redução de custos de matérias-primas e ganhos de escala”, destacam os analistas Rogerio Araujo e Gabriel Frazão, que assinam o relatório do BofA.
  • Após o rebaixamento de classificação da ação para neutra feito pelo BofA, a Weg fechou o pregão desta segunda-feira com queda de 4,09%, com papéis cotados em R$ 37,50.
  • Rumo (RAIL3): recomendação de compra elevada a neutra
  • Por outro lado, os analistas elevaram a recomendação de compra da Rumo para neutra. Após resultados expressivos no último trimestre, o BofA aposta em uma curvatura ascendente para a companhia.
  • “A Rumo reportou fortes resultados, pois conseguiu aumentar substancialmente as tarifas de transporte versus preços de mercado.”
  • Com alta de 3,65%, as ações da Rumo fecharam esta segunda-feira em R$ 19,60.
  • Ações da Weg estão baratas? XP acredita que sim
  • Se de um lado o BofA rebaixou o preço-alvo, a XP aposta no oposto. Na quinta-feira (24), em revisão sobre a sua tese da Weg, a consultoria destacou que vê um potencial de valorização nos ativos e recomenda compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 50.
  • Embora as ações da Weg estejam “bem precificadas nos níveis atuais”, a XP vê os seguintes pontos de destaque:
  • I. Potenciais revisões para cima de lucro vs. estimativas atuais de consenso (XPe +7-11% para os lucro de 2023-24);
    II. Sólido carrego do crescimento de lucro (CAGR de 3 anos de ~15%).
  • Vale dizer que esse otimismo da XP sobre as ações da Weg se dá em função de melhores expectativas de lucro versus consenso após resultados melhores que o esperado no 3T22

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-2-1.png

BTLG11 vai aumentar dividendos? Confira o que diz a gestora

  • Os cotistas do fundo imobiliário BTLG11 poderão receber dividendos maiores em breve. No relatório gerencial divulgado na última sexta-feira (25), a gestora do FII demonstrou sua intenção de aumentar os próximos rendimentos do fundo.
  • A gestão tem uma estimativa de aumento de dividendos do BTLG11 nos próximos meses, num valor máximo de R$ 0,78 por cota. Por outro lado, o valor mínimo dos rendimentos do fundo pode chegar ea R$ 0,72 por cota, patamar que foi distribuído entre os meses de janeiro a maio de 2022.
  • Nos resultados de outubro de 2022, os dividendos do BTLG11 foram de R$ 0,74 por cota aos seus investidores. Esse valor reapresenta um dividend yield de 8,7% a.a. Em 24 meses o retorno do FII é de 11,8%, enquanto o IFIX teve uma rentabilidade de 7,8%.
  • Em todo o ano de 2022, o FII BTLG11 já distribuiu o total de R$ 7,38 de rendimentos. Além disso, desde seu IPO em outubro de 2020, o fundo de logística gerido pelo BTG Pactual aumentou a média dos seus dividendos. Naquela ocasião, o FII pagava R$ 0,51 por cota, até chegar ao valor atual de R$ 0,74.
  • Incorporação de fundos aumentou o valor da cota patrimonial do BTLG11
  • Com a incorporação do FII Bluecap Renda Logística (BLCP11), a cota patrimonial do BTLG11 chegou ao valor de R$ 99,09. Antes da fusão com o FII, o valor era de R$ 97,82. Essa fusão com o fundo citado significou a incorporação de imóveis com 19% de desconto ao patrimônio, gerando muito valor ao BTLG11.
  • A gestora ressaltou que os novos ativos possuem 5 locatários, todos com bom risco de crédito:
  • Enjoei (ENJU3)
  • Alpargatas (ALPA4)
  • Bauducco
  • Mobly (MBLY3)
  • Vip Logística
  • Paralelo à incorporação do BLCP11, o BTLG11 também recebeu dos ativos do VVPR11. Com isso, o fundo aumentou seu valor de mercado para R$ 1,95 bilhão. Com o acréscimo de mais 6 ativos logísticos em sua carteira, o FII alcançou um cap rate de 11,1%. O BTLG11 também teve um aumento considerável dos seus ativos, agora com 22 imóveis.
  • BTG Pactual Logística (BTLG11) tem como objetivo a obtenção de renda e ganho de capital por meio da exploração de empreendimentos imobiliários focados em operações no segmento de logística.

Assaí (ASAI3) vai movimentar R$ 3,65 bilhões com oferta secundária de ações

  • O Assaí (ASAI3) informou hoje (28) que fará uma oferta pública de distribuição secundária de 140.800.000 de ações ordinárias do Grupo Casino (por meio da Wilkes Participações, da Géant International BV (GIBV) e da Helicco Participações). Com base no fechamento da última sexta-feira (25), a oferta poderá movimentar R$ 2.704.768.000,00. Já considerando um lote extra, a oferta pode chegar a R$ 3.655.663.000,00.
  • Conforme já se noticiava, a operação segue a estratégia do varejista francês Casino, que tem 41% da rede de atacarejo — operação de maior crescimento e geração de caixa para o grupo francês.
  • A transação foi desenhada para injetar recursos no caixa do Casino, que está em dificuldades financeiras. A venda de um pedaço de sua participação das ações do Assaí proporcionaria fôlego junto a seus credores.
  • Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que a oferta poderá, a critério da Wilkes, em comum acordo com os Coordenadores da Oferta Global, ser acrescida em até 35,20%. Ou seja, até 49.500.000 Ações da Oferta Global, nas mesmas condições e preço das Ações da Oferta Global inicialmente ofertadas.
  • A operação inclui American Depositary Shares (ADS), representados por American Depositary Receipts (ADR) e será realizada simultaneamente no Brasil e exterior. Cada ADR é representativo de cinco ações.
  • Assaí: caminhando para se tornar uma Corporation, aponta XP
  • Em relatório publicado hoje, a XP apontou que enxerga a transação de maneira positiva. “Mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 22,0 por ação, reiterando Assaí como uma das nossas preferências no setor”, destacam os analistas.
  • O documento, assinado por Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, ainda elencou pontos positivos da transação e que contribuem para o atacarejo estar cada vez mais perto de se tornar uma corporation. Sendo eles:
  • I. melhora da liquidez das ações do Assaí, com o free float (ações negociadas em bolsa) chegando a aproximadamente 73%;
    II. deve levar a um ciclo de menor influência do Casino no Assaí, que espera-se que seja desdobrado em novos passos para melhorar a governança corporativa da companhia;
    III. além de marcar um passo importante para o Assaí em se tornar uma corporation.
  • “Continuamos vendo a companhia como uma sólida história de crescimento, com forte momento de resultados; melhor governança corporativa; perfil defensivo frente ao cenário macro volátil e valuation interessante.”
  • Projetando os próximos passos da companhia, os analistas da XP acreditam em mais movimentações para o Assaí se tornar um corportation no curto prazo. Segundo o relatório, são esperadas novas substituições no conselho de administração até 23/04/2023.
  • Além disso, o relatório pontua o potencial do Casino vender uma participação adicional até o fim de 2023 (em linha com a previsão do fim do seu plano de venda de ativos no valor de € 4,5 bilhões) e a introdução de um plano de opções de ações do Assaí mais robusto para os principais executivos.
  • Com informações do Estadão Conteúdo

Rumo (RAIL3): ações sobem 3% e analistas projetam mais valorização; veja por quê

  • As ações da Rumo (RAIL3) subiram mais de 3% nesta segunda-feira (28), cotadas a R$ 19,49, depois de a XP Investimentos reiterar sua visão positiva para a companhia. A conclusão dos analistas inclui perspectivas favoráveis para a empresa no curto e longo prazo.
  • Os analistas têm recomendação de “compra” para as ações da Rumo com o preço-alvo de R$ 24.
  • Na semana anterior, a XP foi para o estado do Mato Grosso (MT), onde visitaram o principal terminal ferroviário (TRO) da Rumo, em Rondonópolis, os principais atores do setor agrícola e as autoridades reguladoras.
  • “Saímos da visita com uma impressão positiva no ambiente de negócios do estado”, explicou a casa, com expectativas otimistas para o projeto de extensão de Lucas do Rio Verde (LRV).
  • O Banco of America (BofA) mudou a recomendação para os papéis da Rumo, de “neutro” para “compra”, aumentando o preço-alvo de R$ 23 para R$ 24. Os analistas citam tarifas mais altas após os fortes resultados da Rumo no 3T22.
  • A XP chegou a algumas conclusões depois de sua visita. Concluíram que o ambiente político/regulatório é saudável no estado, com um governo focado em resultados, permitindo um superávit fiscal e um forte foco em infraestrutura.
  • Outra conclusão: as fortes perspectivas de alta de volume e tarifa para a receita da Rumo em 2023 foram confirmadas. Entretanto, observaram alguma cautela em relação à produção de grãos a partir de 2024.
  • A XP também viu que o projeto de LRV deve enfrentar um processo de licenciamento ambiental tranquilo e ser o projeto ferroviário dominante na região no futuro previsível.
  • Concluíram inclusive que a BR-163 está perto de começar a cobrar pedágio no início de 2023, permitindo maior competitividade para a rota de exportação da Rumo através de Santos.
  • Por fim, a XP observa que os recentes investimentos da Rumo na TRO melhoraram significativamente as operações e adicionaram em ganhos de eficiência.
  • No início do mês, a Rumo firmou um contrato para dar andamento a uma das maiores obras de extensão ferroviária do Brasil, segundo informações da CNN.
  • Passando por 16 municípios, a Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso terá mais de 700 quilômetros e gerará um custo de R$ 14 e R$ 15 bilhões, com capital integralmente privado.
  • O projeto ferroviário da companhia deve ser desenvolvido por etapas, sendo que a primeira fase foi iniciada na última quinta-feira (3) e terá aproximadamente 210 km, de Rondonópolis até Campo Verde, no Mato Grosso.
  • Nesta etapa, a estimativa de investimento da Rumo é de R$ 4 a R$ 4,5 bilhões. A previsão de conclusão é até dezembro de 2025.

Da Americanas à Rumo, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Home-4.png

Isabella Taglapietra

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno