Radar: Ex-CEO da Americanas (AMER3) vira réu pela CVM, Eneva (ENEV3) é rebaixada por analistas e Carrefour (CRFB3) emite debêntures milionários

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornou Sérgio Rial réu em um dos processos envolvendo a empresa varejista. A CVM realizou uma reformulação em sua acusação na 1ª acusação em um dos casos da Americanas (AMER3), fazendo com que o ex-CEO virasse réu no processo.

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Não foi apenas Sérgio Rial quem se tornou réu: o substituto interino que atuou na Americanas depois de sua saída, João Guerra Duarte Neto, também é alvo de investigações da CVM, segundo informações do jornal O Globo.

A acusação que gerou o processo estaria em torno da forma que o rombo contábil de R$ 20 bilhões foi divulgado pela Americanas na época. O fato relevante foi considerado “confuso”, enquanto a teleconferência realizada posteriormente não teria sido acessível a uma parte dos investidores.

Uma das acusações é de que o ex-CEO da Americanas teria descumprido um artigo da Lei das S/A. O artigo em questão diz que é preciso “sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado”.

Além disso, Sérgio Rial é acusado de ter infringido um artigo de resolução da autarquia que impõe que a “divulgação e a comunicação de ato ou fato relevante devem ser feitas de modo claro e preciso, em linguagem acessível ao público investidor”.

Já a acusação sobre João Guerra Duarte Neto é de ter descumprido um outro artigo da Lei das S/A que diz que “os administradores da companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da Assembleia Geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou fato relevante ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores”.

Esse é o primeiro processo em relação ao caso Americanas que conta com acusação já formulada e que deve ir a julgamento. Apesar disso, a Comissão de Valores Mobiliários possui outros casos em andamento em que a empresa de varejo está envolvida.

Além de Americanas, confira outros destaques desta segunda-feira:

“Tempo ruim”: Eneva (ENEV3) é rebaixada por analistas de banco e lidera quedas no Ibovespa

  • Eneva (ENEV3) liderou as quedas no Ibovespa nesta segunda (5). Os papéis despencaram após relatório da UBS BB alterar a recomendação, rebaixando a companhia de neutra para venda. Os especialistas também cortaram o preço-alvo da empresa.
  • As ações da empresa fecharam em baixa de 4,01%, cotadas a R$ 11,48.
  • Segundo o banco, a mudança de posição para as ações da Eneva ocorre por causa do excesso de oferta de energia e um pessimismo em relação ao ambiente macroeconômico.
  • “Esse cenário de forte entrada de fontes renováveis na matriz brasileira dificulta a capacidade da Eneva de renovar os contratos de energia de reserva, levando-nos a esperar um menor despacho das usinas termelétricas (UTE) e esperar que Parnaíba I, II e III se tornem UTEs comerciais ao final de seus contratos, provavelmente impactando o crescimento da Eneva, sem receita fixa”, afirmam os analistas do banco.

Carrefour (CRFB3) anuncia emissão de debêntures no total de R$ 930 milhões; ações recuam

  • As ações ordinárias do Carrefour Brasil (CRFB3) caíram nesta segunda-feira, apesar de a companhia ter anunciado sua quinta emissão de debêntures, avaliada em R$ 930 milhões. A nova emissão é vinculada à emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), em três séries.
  • No fechamento, as ações ordinárias do Carrefour Brasil recuaram 1,49%, a R$ 9,90. Na semana, os papéis caem 0,40%.
  • Ao todo, foram 930 mil debêntures simples emitidas, não conversíveis em ações, com valor nominal unitário de R$ 1 mil. O valor total captado foi 24% superior ao inicialmente planejado (R$ 750 milhões) por causa do exercício da opção de lote suplementar, dada a alta demanda na coleta de intenções de investimentos.
  • A classificação preliminar de risco da emissão dos CRA atribuída pela agência Standard & Poor’s Ratings do Brasil (S&P) foi “AAA”, rating que indica baixas possibilidades de risco de crédito.

Suzano (SUZB3) corta estimativa de produção de celulose, é elogiada por analistas e sobe no Ibovespa; entenda

  • Suzano (SUZB3) comunicou o corte de 4% na estimativa de produção de celulose para 2023. De acordo com o BTG Pactual, a decisão da administração da empresa é racional e correta. Nesta segunda-feira (5), os papéis da Suzano subiram no Ibovespa, em um dia marcado por ganhos contidos.
  • “Observamos a mudança na estimativa da Suzano como uma decisão racional, com a administração optando por preservar o valor de ativos para tempos melhores (lembre-se que essas árvores continuarão crescendo!) e protegendo os retornos atuais da empresa”, afirma o BTG em nota.
  • Para o banco, a decisão talvez marque uma época de mais disciplina, levando em consideração o histórico da indústria. “Este é um sinal claro de uma líder da indústria de que os preços de US$ 500/t estão insustentavelmente baixos.”
  • avaliação de analistas sobre a Suzano é de que a indústria de celulose tem sofrido com excesso de capacidade de oferta, e a decisão da companhia pode servir de incentivos para que outros players do mercado ajam de forma mais ponderada daqui para frente, como os fornecedores de baixo custo na Indonésia e Chile.
  • A partir das decisões da empresa, o BTG fixou o preço-alvo em R$ 71. Hoje, a Suzano teve uma valorização de 0,62% nos papéis, cotados por R$ 46,8. O movimento também beneficiou a Klabin (KLBN11), que fechou com alta de 0,42% (R $21,33).

Dexco (DXCO3) vai pagar R$ 249 milhões em JCP; veja o valor por ação e a data de pagamento

  • Dexco (DXCO3) anunciou que seus Juros Sobre Capital Próprio (JCP) relativos ao resultado do exercício do ano de 2022 serão pagos em 20 de junho de 2023, no montante total de R$ 249 milhões.
  • Os investidores que receberão os JCP da Dexco são os acionistas posicionados na empresa até 14 de dezembro de 2022. A partir do dia 15 de dezembro de 2022, as ações passaram a ser negociadas como “ex-juros sobre capital próprio”, ou seja, sem direito aos proventos.
  • O valor bruto por ação dos Juros Sobre Capital Próprio da Dexco será de cerca de R$ 0,339, enquanto o valor líquido de Imposto de Renda (IR) de 15% vai ser de aproximadamente R$ 0,288 por ação.
  • Os investidores que detinham ações da Dexco até a data de corte não precisam fazer mais nada para recebê-los, já que o valor cairá de forma automática em suas contas da corretora de valores.
  • Os acionistas vão receber os proventos da Dexco conforme seu domicílio bancário cadastrado no banco Itaú Unibanco (ITUB4), que é a instituição depositária de ações.
  • A companhia ainda informa que, caso seja necessário, os dados do investidor devem ser atualizados junto ao Itaú Unibanco, por meio de seu site. Além disso, eventuais esclarecimentos adicionais devem ser consultados diretamente pelos acionistas por este mesmo canal.

JCP da Dexco

  • Valor total: R$ 249.000.000,00
  • Valor por ação (bruto): R$ 0,3390183368
  • Valor por ação (líquido de IR): R$ 0,2881655863
  • Data de corte: 14 de dezembro de 2022
  • Data do pagamento: 20 de junho de 2023

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Fundo da JHSF (JHSF3) compra fatia do Shopping Cidade Jardim por R$ 560 milhões; ações sobem

  • A Gazit vendeu sua participação societária – de 33% – no Shopping Cidade Jardim para o JHSF Capital, braço de gestão e serviços financeiros da JHSF (JHSF3). A informação foi divulgada pelo Brazil Journal, com fontes a par do assunto, e confirmada pela empresa em fato relevante publicado após o fechamento do mercado.
  • A transação da JHSF é de R$ 560 milhões, representando um desconto de cerca de 30% em relação ao valor patrimonial do ativo. A empresa são confirmou esse valor no fato relevante.
  • Dentro do capital social do Shopping Cidade Jardim, além dessa participação, detêm fatias a JHSF, controladora com 51%, e o XP Malls (XPML11), fundo imobiliários com 16% do total.
  • A fatia alvo da transação é a mesma que foi vendida para a JHSF em meados de 2016, pela cifra de R$ 410 milhões. A Gazit já desejava vender ativos no país a fim de reduzir sua participação no Brasil há anos.
  • “É um ótimo cap para o comprador, ainda mais considerando que é um shopping com NOI [net operating income] brutal. O Cidade Jardim é um shopping com baixo fluxo mas conversão muito alta… É um ativo estabelecido, estabilizado e dominante”, disse uma fonte ao Brazil Journal.
  • O processo de venda começou em janeiro deste ano.
  • A empresa tem participação, entre os empreendimentos próprios, o Morumbi Town, o Shopping Light, o Top Center, o Mais Shopping, o Internacional Shopping de Guarulhos e o Prado Boulevard, além do Shopping Eldorado.
  • Ainda na semana anterior, a companhia disse na imprensa que havia contratado o Bradesco BBI para vender uma participação em cinco dos shoppings que controla no Brasil.
  • Dentro da estrutura de capital atual, todos os ativos ficam dentro de um fundo imobiliário, o Gazit Malls, o GZIT11.
  • Vale lembrar que o movimento também ocorre em meio a uma consolidação setorial, tendo com principal ‘emblema’ a fusão entre brMalls (BRML3) e Aliansce (ALSO3), balizada ainda em 2022 após uma negociação que se estendeu por meses.

CVC (CVCB3): ações sobem 11% e lideram altas no Ibovespa, com novo CEO e aporte milionário

  • As ações ordinárias da CVC (CVCB3) fecharam em alta de 10,8% nesta segunda-feira (5), com o mercado repercutindo a notícia do anúncio do novo CEO da empresa, além de um aporte do fundador da operadora de viagens, Guilherme Paulus, avaliado em R$ 75 milhões.
  • No fechamento as ações ordinárias da CVC subira 10,82%, a R$ 3,99. Na semana, os papéis sobem mais de 20%.
  • A CVC pode chegar a R$ 1,1 bilhão em valor de mercado, de acordo com o Broadcast.
  • Nove dias após anunciar a saída de Leonel Andrade no comando da empresa, o Conselho de Administração da CVC (CVCB3) elegeu o executivo Fabio Martinelli Godinho para ocupar o principal cargo da companhia, segundo fato relevante divulgado na última sexta-feira (2).
  • No documento, a empresa explica que o fundador da CVC – dono da gestora GJP – deve alocar essa quantia com a interveniência de fundos de investimento geridos pelo Opportunity em uma possível oferta de ações. O investimento de Paulus deverá corresponder a até R$ 3 por ação e Paulus não participará, direta ou indiretamente, do procedimento de bookbuilding.
  • A oferta deverá ser efetivada em até 60 dias, em mercado de balcão não organizado, com possibilidade de esforços de colocação no exterior. O valor bruto da oferta será de, no mínimo, R$ 200 milhões, com potencial de captação adicional de, no mínimo, R$ 100 milhões.
  • Ainda na sexta-feira, em comunicado ao mercado antes da abertura do pregão, a CVC já havia se manifestado a respeito da oferta, após matéria publicada pelo Brazil Journal um dia antes. A reportagem dizia que a empresa estaria negociando com Paulus um aumento de capital de cerca de R$ 300 milhões. 
  • A potencial oferta, os termos e condições, inclusive volume e cronograma, ainda serão avaliados pela companhia em linha com a obrigação assumida no contexto do reperfilamento de sua dívida.
  • Além disso, deve ser celebrado um acordo de voto entre o investidor e os acionistas para regular temporariamente compromisso de voto conjunto para nomeação, composição e eleição de membros do conselho de administração e da diretoria, o qual não tem a finalidade de criar bloco de controle, segundo a companhia.
  • O acordo prevê ainda que de hoje até 90 dias após a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), Paulus e os acionistas estarão sujeitos restrição de venda das ações subscritas na potencial oferta (lock up).

Vale (VALE3) cai enquanto mineradoras e siderúrgicas fecham mistas no Ibovespa hoje; veja por quê

  • As ações da Vale (VALE3) fecharam em queda, enquanto as demais mineradoras e siderúrgicas encerraram a sessão de forma positiva na tarde desta segunda-feira (5).
  • Esse movimento reflete a alta dos preços do minério de ferro nos principais mercados chineses (Dalian e Qingdao) e em Cingapura – com os contratos futuros do minério de ferro subindo para seus níveis mais altos em seis semanas – além das expectativas sobre o lançamento de um pacote chinês para o setor habitacional.
  • No fechamento as ações da Vale recuaram 0,82%, ao preço de R$ 67,38, mas chegaram a abrir em alta de 0,71%, a R$ 68,40. Ao contrário da Vale, as ações de mineradoras subiam em bloco. Confira:
  • Usiminas (USIM5): alta de 0,41%, aos R$ 7,41;
  • Gerdau (GGBR4): queda de 0,08%, aos R$ 25,06;
  • Metalúrgica Gerdau (GOAU4): queda de 0,26%, aos R$ 11,67;
  • CSN (CSNA3): alta de 0,94%, aos R$ 12,94;
  • CSN Mineração (CMIN3): alta de 1,28%, aos R$ 4,73;

Entenda movimento das mineradoras no Ibovespa hoje

  • Segundo informações divulgadas pela Reuters, a alta do minério de ferro se deve à aposta de traders em uma recuperação na demanda, após a notícia de que o maior produtor de aço da China estava trabalhando em novas medidas para apoiar seu mercado imobiliário.
  • Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro referência para julho subiu 1%, para US$104,95 a tonelada, abaixo de um máxima da sessão de US$ 108 dólares, o maior valor desde 21 de abril. Na Dalian Commodity Exchange (DCE), o contrato futuro do minério de ferro terminou as negociações diurnas em alta de 2,2% – assim, a tonelada chegou ao preço de US$ 106,68.
  • Além disso, os reguladores estão considerando um pacote de medidas, incluindo flexibilizações adicionais a restrições para compras residenciais, informou a Bloomberg News na última sexta-feira, citando fontes próximas ao assunto.
  • Recentemente, a China lançou medidas de apoio para o setor que passa por dificuldades, um dos maiores impulsionadores da demanda por aço e considerado um pilar da economia do país. Mas a ação política parecia inadequada para sustentar uma recuperação.
  • Nos últimos doze meses, as ações da Vale apresentam uma desvalorização de mais de 18%.

Da Americanas à Vale, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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