O Credit Suisse reiterou “compra” para as ações da Ambev (ABEV3), com a expectativa de melhores margens.
De acordo com informações do Valor, o Credit Suisse observa que o desempenho resiliente de receita da Ambev, aliado a uma redução de pressões de custos de insumos, pode se traduzir em melhores margens para a companhia de bebidas.
Além disso, estes fatores devem corroborar em rendimentos mais robustos de fluxo de caixa livre (FCF) da Ambev, dizem os analistas.
Para os especialistas do Credit Suisse, os fundamentos da Ambev estão intactos. Durante nove trimestres seguidos, a Ambev tem um desempenho resiliente de receita, com alta, na base média anual, de 20%.
Além disso, enxergam que com uma perspectiva de custo mais favorável, os preços fortes do segmento podem apoiar a oportunidade de recuperar margens da Ambev em aproximadamente 31% em 2023.
Ano que vem, o consumo também pode ser impulsionado pelo potencial aumento no auxílio.
Apesar disto, os especialistas diminuíram a projeção de lucro por ação da Ambev para 2022 e 2023 em 4%, por causa de:
- perdas com derivativos;
- riscos macroeconômicos;
- riscos de câmbio e
- riscos de commodities.
Resultado do 3T22
O lucro líquido da Ambev caiu 13,4% para R$ 3,215 bilhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), conforme resultado financeiro divulgado nesta quinta-feira (27) pela companhia.
Já o lucro ajustado da Ambev foi de R$ 3,229 bilhões, queda de 13,9% no comparativo com igual etapa do ano anterior.
A alta de despesas e alíquotas de impostos maiores foram utilizados pela companhia como justificativa para a queda no lucro.
O Ebitda ajustado no 3T22 foi de R$ 5,6 bilhões, alta de 2,4%, com um maior desempenho da receita contribuindo positivamente ao passo que as commodities e a inflação contribuem negativamente.
A receita líquida da empresa foi de R$ 20,587 bilhões, alta de 11,3% no comparativo com o mesmo indicador financeiro apresentado um ano antes.
Cotação da Ambev
As ações da Ambev fecharam em alta de 0,8% nesta quarta-feira (30), cotadas a R$ 15,89.
Além da Ambev, confira outros destaques desta quarta-feira:
Nubank (NUBR33): banco vê decisão de CEO da fintech como “gesto positivo”; ações sobem
- Nesta terça-feira (29), o Nubank (NUBR33) comunicou que seu fundador e CEO, David Vélez, abriu mão do plano de remuneração a que tinha direito na instituição. A equipe de análise do Itaú BBA considera a decisão do executivo como positiva para os acionistas.
- O fundador do Nubank decidiu rescindir o Plano de Ações Contingentes de 2021, principal acordo de compensação entre a fintech e David Vélez.
- Em novembro do ano passado, sob esse plano, o Nubank concedeu ao executivo o direito de emissão de:
- um número de ações ordinárias Classe A igual a 1% do número total de ações ordinárias em emissão (convertidas, totalmente diluídas) do Nubank quando o preço da ação Classe A ficasse igual ou acima de US$ 18,69 por ação, mas abaixo de US$ 35,30 por ação; e
- um número de ações ordinárias Classe A igual a 1% do número total de ações ordinárias em emissão (convertidas, totalmente diluídas) do Nubank quando o preço da ação Classe A fosse igual ou acima de US$ 35,30 por ação.
- Sendo assim, caso as ações do Nubank disparassem na bolsa de valores de Nova York, o CEO do Nubank poderia receber até 2% do capital da fintech. O valor justo do plano tinha sido estimado em US$ 423 milhões.
- Itaú BBA considera decisão de CEO do Nubank como “gesto positivo”
- Na interpretação do Itaú BBA, a decisão de David Vélez é positiva para os acionistas do Nubank, pois diminuirá as despesas em US$ 356 milhões até 2029 (US$ 70 milhões em 2023).
- Isso impulsiona em 15% a previsão dos analistas de lucro líquido de US$ 485 milhões para 2023.
- “Todos os esforços contam no objetivo mais amplo de melhorar a eficiência. O corte de diluição também envia uma mensagem positiva a todos os acionistas, incluindo executivos, de que Vélez pratica o pensamento de parceria”, comentam os analistas sobre a decisão do executivo do Nubank.
- “Não se espera que o movimento anunciado gere benefícios fiscais nem para Vélez nem para a empresa. O CEO mantém uma participação importante na empresa (USD 4,2 bilhões, atualmente) e esperamos que ele continue a estar totalmente envolvido no negócio”, complementam.
- O Itaú BBA possui recomendação equivalente à venda para as ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 3,50. Por volta das 17h30 desta quarta-feira (30), as ações do Nubank negociadas na B3 estavam em alta de 2,67%, a R$ 3,84. Em Nova York, subiam 4,34%, a US$ 4,44.
Cosan (CSAN3): Goldman Sachs eleva preço-alvo; ações fecham em forte alta
- Os analistas do Goldman Sachs reiteraram a recomendação neutra para Cosan (CSAN3). Apesar disso, o banco elevou o preço-alvo das ações de R$ 21,20 para R$ 22,60, em relatório divulgado hoje (30) ao mercado.
- Para a projeção, os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins consideraram o valor de mercado da participação da Cosan na Raízen e na Vale (VALE3). Além disso, eles ajustaram as estimativas considerando os resultados da companhia no terceiro trimestre e com a atualização cenário macroeconômico do país após os resultados da eleição presidencial.
- “Os principais riscos, em nossa opinião, incluem níveis de crise econômica acima ou abaixo do esperado atividade, preços do petróleo Brent mais altos, risco cambial e intervenção do governo na precificação da gasolina/diesel”, afirmam.
- Cosan tem lucro líquido ajustado de R$ 265 milhões no 3T22
- A Cosan reportou lucro líquido ajustado de R$ 265,5 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 50% ante o mesmo período de 2021. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, porém, houve alta, pois o lucro líquido ajustado havia sido de R$ 53,6 milhões de abril a junho.
- O balanço da Cosan também apurou prejuízo líquido contábil de R$ 201,9 milhões no terceiro trimestre, enquanto no mesmo período do ano passado a companhia registrou lucro de R$ 3,265 bilhões. Já em relação ao segundo trimestre de 2022, o prejuízo aumentou 61%.
- A receita líquida da Cosan foi de R$ 43,7 bilhões no terceiro trimestre de 2022, montante 41% maior que o registrado entre os meses de julho e setembro do ano passado. O resultado financeiro da empresa que controla a Raízen, Rumo (RAIL4), Compass (PASS3) e Moove foi negativo em R$ 2,17 bilhões, alta de 63,5% na comparação com igual etapa em 2021.
- Enquanto isso, as despesas gerais e administrativas da Cosan cresceram 42%, alcançando a marca de R$ 1,9 bilhão no 3T22. O Ebtida ajustado da Cosan, ou seja, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, totalizou R$ 4,1 bilhões, com expansão de 19% em relação ao 3T21.
- Cosan recebe aval para aumentar participação na Vale
- A Cosan foi autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a aumentar sua participação na Vale, segundo publicação no Diário Oficial da União (DOU).
- Em outubro, a companhia anunciou a compra de uma participação correspondente a cerca de 4,90% do total de ações ordinárias (ex-tesouraria) de emissão da Vale. Na ocasião, a Cosan revelou ainda que pretendia elevar sua participação acima do percentual já comprado, e procuraria a aprovação imediata do Cade.
- A Cosan ainda tem uma posição adicional e exclusivamente financeira de 1,6% do capital social da mineradora, contratada por operação de derivativo diversa da usada para a compra. Essa posição poderá ser convertida em participação direta da Vale após autorização do Cade.
- Cotação nesta quarta-feira
- Nesta quarta-feira (30), as ações da Cosan fecharam em alta de 4,40%, com papéis cotados a R$ 18,03. Já no acumulado deste ano, a desvalorização das ações estão em -15,03%, com alta de 2,50% nos últimos 30 dias.
AES Brasil (AESB3) conclui compra de três usinas eólicas por R$ 1,8 bilhão
- A AES Brasil (AESB3) e a AES Operações anunciaram a aquisição da totalidade das ações das usinas eólicas Ventos do Araripe (PI), Caetés (PE) e Cassino da Cubico Brasil (RS). Segundo o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira (30), o valor total da operação (Enterprise Value) foi de R$ 1,855 bilhão.
- Desta forma, os complexos eólicos Ventos do Araripe e Caetés foram adquiridos pela AES Brasil, que deverá desembolsar R$ 960 milhões e assumir a dívida líquida de R$ 895 milhões do projeto. Enquanto isso, o complexo eólico Cassino foi adquirido pela AES Operações, subsidiária integral da AES Brasil.
- A AES Brasil e AES Operações convocarão, caso necessário, uma assembleia geral extraordinária de acionistas para a ratificação da operação. “Eventuais condições de exercício de direito de retirada por acionistas dissidentes, caso aplicável, serão informadas oportunamente”, destaca o documento.
- AES Brasil reverte prejuízo e lucra R$ 102,6 milhões no 3T22
- Recentemente a AES Brasil divulgou que obteve lucro líquido consolidado de R$ 102,6 milhões no terceiro trimestre do ano. A companhia reverteu, assim, um prejuízo de R$ 103,1 mi registrado no mesmo período do ano passado.
- Segundo a empresa, mesmo positivo, esse desempenho ainda exclui os R$ 532,6 mi recebidos em crédito fiscal no período, além de ressarcimento relacionado ao risco hidrológico (GSF).
- No terceiro trimestre, a empresa reportou um avanço de 18,9% na receita operacional líquida de R$ 661,7 mi para R$ 786,6 mi. No comparativo dos nove primeiros meses de 2021 e 2022, a alta foi de 17,1% para mais de R$ 2 bi.
- A divisão brasileira da AES registrou uma alta de 207,5% no lucro Ebitda (antes de juros, impostos e amortizações) para R$ 283,8 mi. A margem Ebitda, portanto, foi a 36,1%, uma alta de 22,1%.
- Os custos e despesas operacionais chegaram ao patamar de R$ 143,6 mi, crescimento de 21,3% no comparativo anual. Já os investimentos da AES somaram R$ 696 mi, um avanço superior a 192% também em relação há um ano. No ano, os custos totalizaram R$ 389,3 milhões, alta de 23,7%.
- Cotação da AES Brasil
- As ações da AES Brasil subiram 0,58% nesta quarta-feira (30), com papéis cotados a R$ 10,45.
Bradesco (BBDC4) estuda plano de expansão para ampliar negócios no Bradesco Bank
- O Bradesco (BBDC4) prestou os esclarecimentos solicitados pela Superintendência de Relações com Empresas da CVM, em relação à notícia veiculada pelo jornal O Estado de São Paulo, que afirmou que o banco vai investir mais US$ 230 milhões para acelerar o seu crescimento no país da América do Norte.
- O Bradesco informou que está estudando um plano de expansão para fortalecer e ampliar seus negócios no Bradesco Bank (antigo BAC Florida).
- Além disso, destacou que, uma vez concluído esse estudo, ainda seria necessário obter eventuais autorizações regulatórias cabíveis, inclusive do Banco Central do Brasil.
- O Banco Bradesco observa que o valor a ser investido é inferior a 1% do seu patrimônio líquido, que até o final de setembro estava na casa dos R$ 161,9 bilhões, segundo as Demonstrações Contábeis Consolidadas – IFRS.
- Segundo o jornal O Estado de São Paulo, esse investimento do Bradesco reforçaria uma nova fase do BAC Florida, que atualmente passa a ser chamado de Bradesco Bank e vai ter novas instalações a partir de 2023.
- Com esse investimento, o banco aumentaria a participação em seu negócio nos EUA em aproximadamente 50%, para US$ 730 milhões, equivalente a quase R$ 4 bilhões, desde o período em que comprou, em 2019.
- Esse reforço faria com que o Bradesco Bank dobrasse seu patrimônio líquido, para US$ 500 milhões, que atualmente corresponde a R$ 2,7 bilhões. Além disso, a empresa poderia ser mais forte para disputar por clientes de maior poder aquisitivo.
- Em meio a essa notícia, a CVM determinou que o Bradesco esclarecesse se a notícia era verídica. Em caso positivo, pediu que a empresa explicasse os motivos pelos quais entendeu não se tratar de fato relevante, bem como comentasse sobre outras informações que considerasse relevantes sobre o assunto.
- Se houvesse descumprimento da exigência da CVM, o Bradesco poderia ter que pagar uma multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00, sem prejuízo de outras sanções administrativas.
- “O Bradesco coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”, diz o banco em seu comunicado.
- Cotação do Bradesco
- As ações do Bradesco terminaram a sessão de ontem (29) em alta. Enquanto os papéis ordinários, negociados sob o ticker BBDC3, subiram 1,60%, a R$ 13,34, as ações preferenciais da companhia, com o código BBDC4, tiveram avanço de 1,17%, a R$ 15,51.
Da Ambev ao Bradesco, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.