Radar: banco avalia Itaúsa (ITSA4) como ação descontada, Copel (CPLE6) tem projeção de alta de dividendos e B3 (B3SA3) anuncia oferta bilionária de debêntures
Em análise sobre novidades recentes que impactam a Itaúsa (ITSA4), especialistas do BTG Pactual destacaram que enxergam a empresa como descontada, dado o patamar de preço dos papéis ante o valuation das empresas sob o guarda-chuva da holding.
“Pelo último preço de fechamento, a Itaúsa tem valor de mercado de R$ 92 bilhões, enquanto suas participações no Itaú (ITUB4) e na XP (ambos assumindo os últimos preços de fechamento) totalizam R$ 102 bilhões, implicando uma avaliação de R$ 14 bilhões (negativa) para o restante de seu portfólio”, diz a casa.
Como ‘restante do portfólio’, os especialistas se referem a Alpargatas (ALPA4), Dexco (DXCO3), CCR (CCRO3), Aegea, Copa Energia e NTS.
“Isso nos parece injusto dada a sua qualidade e relevância”, discorrem Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Medo – os analistas do BTG que assinam o relatório.
Além disso, atualmente a Copa e a Aegea estão contabilizadas pelo seu valor contábil, ou seja, o desconto seria ainda maior quando considerado o valor justo de ambas as empresas.
Nesta quinta (28) as ações da Itaúsa fecharam o pregão com alta de 1,80%, cotadas a R$ 9,03.
Além de Itaúsa, confira outros destaques desta quinta-feira:
Copel (CPLE6): banco projeta alta em dividendos e eleva preço-alvo
- O Itaú BBA reiterou recomendação de compra para Copel (CPLE6) e elevou seu preço-alvo. O banco afirma que a avaliação é resultado da renovação das concessões de hidrelétricas e os ganhos esperados de eficiência com a privatização. Além disso, analistas apontam possível crescimento de dividendos.
- “Vemos o nome como um porto seguro no setor de serviços públicos e com uma avaliação atraente, catalisadores potenciais à frente e baixo risco de execução. Vemos ainda uma atrativa TIR (Taxa Interna de Retorno) implícita de 11,8%”, diz o BBA.
- Com isso, o banco estabeleceu o novo preço-alvo para as ações preferenciais da Copel em R$ 12 ante R$ 9,6 na avaliação anterior. Além disso, a equipe do BBA manteve recomendação outperform, equivalente a compra.
- Nesta quinta, a Copel fechou em alta de 2,64%, cotada a R$ 8,95.
- A Copel (CPLE6) concluiu o processo de transformação da companhia em uma corporação e sem acionista controlador, informou a empresa em comunicado divulgado em agosto.
- A conclusão, segundo a empresa, ocorreu diante da liquidação financeira de oferta base secundária de ações de titularidade do Estado do Paraná e da oferta base primária de novas ações da Copel.
- Conforme o comunicado, o Estado do Paraná reduziu participação nas ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32%, de modo que a Copel deixou de ser sociedade de economia mista integrante da administração pública indireta do Paraná e de se sujeitar às disposições previstas na Lei das Estatais.
- Segundo analistas do BBA, a expectativa é de que a Copel reduza em 15% as despesas com Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) em dois anos. A administração da companhia estima chegar em uma redução de 15% a 25%. Parte do corte deverá ser por demissão voluntária.
- “Se assumirmos economias totais de custos de 25%, nosso preço-alvo aumentaria em 8,5%”, projeta o BBA.
B3 (B3SA3) anuncia nova oferta bilionária de debêntures; Veja o valor e qual será a remuneração
- O conselho de administração da B3 (B3SA3) aprovou a realização de sua 7ª emissão de debêntures, no valor de R$ 2,55 bilhões, conforme comunicado pela companhia nesta quinta-feira (28).
- As debêntures da B3 são do tipo simples, não conversíveis em ações e de espécie quirografária.
- A oferta será realizada em série única e as debêntures terão um prazo de 5 anos, com amortizações em duas parcelas iguais a serem feitas em outubro de 2027 e outubro de 2028.
- A remuneração das debêntures da B3 conta com um pagamento semestral de juros a Taxa DI, somado a um spread que ainda vai ser definido conforme o procedimento de bookbuilding. Porém, o limite para essa taxa será de 1,35% ao ano.
- A B3 destaca em comunicado que a emissão das debêntures “faz parte da gestão ordinária dos negócios da empresa”.
- Com o anúncio dessa emissão, a B3 também revisou sua projeção de nível de endividamento para 2023.
- A alavancagem financeira da companhia, que representa a relação entre a dívida bruta pelo Ebtida recorrente dos últimos 12 meses, teve sua projeção alterada de 1,9 vez para 2,3 vezes. As outras projeções para 2023 continuam sem maiores mudanças.
Fundos: BlackRock (BLAK34) lança ETF de estratégia ativa, para concorrer com o do JPMorgan
- A BlackRock (BLAK34) está lançando um fundo ETF de estratégia ativa que concorrerá com o bastante popular ETF do JPMorgan. O BlackRock Advantage Large Cap Income ETF (BALI) foi lançado nesta quinta-feira (, e buscará prover retornos elevados por meio de ações que pagam dividendos e o uso de opções.
- A estratégia é similar ao ETF do JPMorgan, que atraiu neste ano mais de US$ 12 bilhões em fluxo de capital, enquanto pagava um dividendo em 12 meses de 9,8%. Os dois fundos têm uma taxa anual de 0,35%. Essa modalidade de ETF representa menos de 10% do mercado, mas atraiu neste ano uma parcela considerável de ativos.
Nubank (ROXO34) lança primeiro ETF que paga dividendos
- O Nubank (ROXO34), em mais um esforço em cativar o público investidor, lançará o primeiro ETF que paga dividendos nesta sexta-feira (29).
- Conforme anunciado em coletiva nesta quinta-feira (28), a decisão integra inclusive a estratégia de conquistar mais a fatia de público de alta renda. Conforme os dados internos do Nubank, 60% dos brasileiros com renda mensal acima de R$ 12 mil já são correntistas do banco, ante 70% dos que ganham acima de R$ 5 mil.
- O mercado a ser desbravado pela casa ainda é relativamente incipiente, com US$ 9 bilhões movimentados em agosto por meio de ETFs, ante US$ 10,6 trilhões nos EUA.
- Serão lançados dois ETFs do Nubank com foco em dividendos – um que pagará dividendos aos investidores, o Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11), e um que reinveste os proventos da empresas da carteira, o No Ibov Smart Dividendos (NSDV11).
- O foco na geração de renda passiva deve servir de apelo, inclusive, aos investidores pessoa física.
- A carteira terá 21 ações e será baseada em um novo índice da B3, também lançado na sexta (29).
- O índice será chamado de IBSD e colocará na sua carteira as 25% maiores pagadoras de dividendos da bolsa de valores.
- Como critérios de seleção, estarão somente ações que estão no Ibovespa, mas, além disso, as que possuem aspectos relevantes como constância nos pagamentos e recorrência.
- “O primeiro filtro é integrar o Ibov, estar dentre os 85 ativos da carteira. O segundo versa sobre os dividendos. Estamos pegando as 25% que mais pagam dividendos, com uma média ponderada dos últimos 6 anos, dando um peso maior para os anos recentes. Além disso, integramos as companhias que tem normalização de pagamentos extraordinários, para manter constância”, explica Henio Scheidt, gerente de Índices da B3.
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) assinam protocolo de intenções para acelerar criação de soluções de baixo carbono
- A Vale (VALE3) assinou nesta quinta-feira (28) um protocolo de intenções com a Petrobras (PETR4) para o desenvolvimento de soluções de baixo carbono, aproveitando as expertises técnicas e sinergias das duas empresas.
- A parceria terá duração de dois anos e prevê a avaliação de oportunidades conjuntas de descarbonização,
abrangendo o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis – como o hidrogênio, metanol verde,
biobunker, amônia verde e diesel renovável – e de tecnologias de captura e armazenamento de gás carbônico.
- A iniciativa contempla também potenciais acordos comerciais para fornecimento de combustíveis de baixo carbono produzidos pela Petrobras para consumo nas operações da Vale, que poderão contribuir com o compromisso da Companhia de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.
- Segundo Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, o Brasil tem todas as condições de liderar o desenvolvimento em larga escala de soluções de baixo carbono e combustíveis renováveis, como o hidrogênio verde e o metanol verde.
- “A Vale tem um firme compromisso de reduzir sua pegada de carbono e, portanto, quer ser protagonista desta jornada, alavancando ações relevantes para a transição energética no Brasil. Este acordo com a Petrobras se insere perfeitamente nesse contexto.” destacou.
- Para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a parceria da Petrobras com a Vale será estratégica para impulsionar a transição energética no país. “São as duas maiores potências brasileiras unindo forças em torno de um propósito comum: desenvolver as mais modernas soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.
- “Vamos potencializar a capacidade produtiva, a estrutura logística e expertise tecnológico, de dois gigantes nacionais, para alavancar a produção e o fornecimento de combustíveis mais eficientes e sustentáveis. É o que podemos chamar de pulo do gato para materializarmos a nossa estratégia de descarbonização, criando demanda e escala para soluções de baixo carbono”, complementou ele.
- Segundo a Vale, a parceria poderá contribuir para alcançar o compromisso da mineradora de reduzir suas emissões absolutas de escopos 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar neutralidade até 2050, em linha com o Acordo de Paris.
Neoenergia (NEOE3) cria joint venture com Comerc para desenvolver e operar usinas fotovoltaicas
- A Neoenergia (NEOE3) fechou na quarta-feira (27), por meio de sua afiliada, GCIII, em conjunto com a Comerc, também por meio de sua afiliada, Mori, documentos vinculantes para formação de uma joint venture, com controle compartilhado entre as acionistas.
- A nova companhia, segundo a Neoenergia, atuará no desenvolvimento e na operação de usinas fotovoltaicas focadas em geração distribuída, potencialmente nos Estados da Bahia, São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Distrito Federal.
- A operação abrange o desenvolvimento de projetos com um investimento total estimado em até aproximadamente R$ 500 milhões pela holding, dos quais até aproximadamente R$ 250 milhões poderão ser investidos pela Neoenergia. Ainda de acordo com o comunicado, os aportes de capital serão realizados de acordo com as necessidades da holding, à medida que os projetos forem desenvolvidos.
- Ainda de acordo com a companhia, a conclusão da operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e à verificação de outras condições usuais para este tipo de transação.
Da Itaúsa B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.