O Rabobank informou que a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 é agora de 0,7%. A última projeção do banco era de 0,8%. Assim, a queda ocorreu depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado trimestral do indicador.
Isso porque nesta quinta-feira (30), o instituto declarou que o crescimento brasileiro no primeiro trimestre foi reduzido em 0,2%. “A contribuição da demanda externa veio pior do que imaginávamos”, disse o economista-chefe do Rabobank, Mauricio Oreng. Assim, ele ressaltou que as exportações sofreram queda de 0,3% no período.
Outro ponto de destaque para o economista foi o resultado da Formação Bruta de Capital Fixo. Isso porque o indicador caiu 1,7% no trimestre. No entanto, o resultado negativo já era esperado.
Saiba Mais: Citi Brasil revê estimativa de alta do PIB anual de 1,4% para 0,9%
“O investimento reflete mais o longo prazo, que depende da confiança dos empresários. As empresas tiveram um início de recuperação da confiança e esse movimento já foi completamente revertido”, afirmou.
PIB trimestral
A retração do PIB é a primeira desde o último trimestre de 2016, quando registrou uma queda de 2,3%. Em valores, o total foi de R$ 1,714 trilhão. Assim, os números estão de acordo com o esperado pelo mercado. Além disso, o registro mostra uma estagnação da economia e uma piora das expectativas para 2019.
Saiba Mais: Boletim Focus: previsão do PIB cai pela 13ª vez seguida e índice vai a 1,23%
Em comparação com os primeiros três meses de 2018, a alta no indicador é de 0,5%. Já no acumulado do ano até março, o avanço é de 0,9%. De acordo com o IBGE, o principal fator de influência foi a forte queda da indústria extrativa. Isso porque o setor recuou 6,3%, como reflexo do desastre do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG).
“O incidente de Brumadinho e o consequente estado de alerta de outros sítios de mineração afetaram todo o setor”, explica a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.
Saiba Mais: Itaú reduz projeção do PIB no 1T e prevê retração de 0,2%
O resultado também foi puxado pela queda no setor industrial, que caiu 0,7%. Além disso, também influenciou a retração de 0,5% na agropecuária.