O Rabobank elevou sua projeção para a taxa Selic após a decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira, 17, ao elevar o juro de 2,00% para 2,75% ao ano. Agora, a instituição estima que o juro termine este ano em 4,5%, e não mais em 4,0%, como o esperado antes, apesar do processo lento de vacinas no Brasil contra a covid-19, mas dadas as pressões de riscos inflacionários recentes. No entanto, o Rabobank mantém a expectativa de 5,50% na Selic ao fim de 2022.
“Por um lado, as autoridades temem que o agravamento da pandemia possa atrasar a recuperação, levando a trajetória da inflação para níveis abaixo do esperado. Por outro lado, a pressão dos riscos fiscais (como a recente renovação do coronavoucher) e/ou a frustração com o ritmo das reformas estruturais conduzem a trajetória da inflação para níveis acima do esperado”, avalia a nota.
A instituição afirma que além da decisão do Banco Central (BC) de iniciar um processo de normalização parcial por unanimidade, mais do que o esperado pelo Rabobank e o consenso de mercado, também previu para a próxima reunião outro aumento de 0,75 ponto porcentual da Selic.
Conforme o Rabobank, a ata, que será divulgada na próxima terça-feira, e o primeiro Relatório Trimestral de Inflação (RTI) 2021, na quinta, devem trazer mais detalhes sobre as perspectivas do BC para a inflação.
Selic subiu pela primeira vez desde 2015
Em decisão unânime, o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros (Selic) de sua mínima histórica de 2,00% ao ano para 2,75% ao ano. Esta é a primeira vez desde 2015 que a meta foi elevada pelo colegiado.
O anúncio desta noite surpreender alguns setores do mercado, cujas previsões giravam em torno de uma aumento de 0,5 ponto percentual da Selic. Segundo o Copom, “uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos”.
(Com Estadão Conteúdo)