O IBGE lançou hoje, quinta-feira, os dados do varejo durante o mês de julho. A queda de 0,5% nas vendas do setor é a pior para o mês em dois anos e reflete principalmente a baixa nas vendas de móveis e eletrodomésticos, o que demonstra a cautela e incerteza dos consumidores no cenário atual.
A queda é a maior para julho desde 2016, quando houve redução de 0,9% nas vendas, e vai na contramão do que se esperava para esse dado. Segundo a Reuters, a previsão era de crescimento de 0,3%.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, julho representa o primeiro mês nos últimos quinze resultados a apresentar queda, de 1%.
Embora a inflação esteja se mantendo baixa, a atividade lenta da economia e o alto nível de desemprego no país levam o setor a apresentar baixas em 5 das 8 categorias de produtos pesquisadas.
“O mercado de trabalho continua complicado, o ambiente eleitoral também é marcado por incertezas e tudo isso faz com que o consumidor fique conservador e cauteloso, especialmente nos bens que pode adiar e evitar”, explicou Isabella Nunes, responsável pela pesquisa.
As maiores perdas foram a de 4,8% em Móveis e eletrodomésticos, a de 2,5% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico e a de 1% por cento em Tecidos, vestuário e calçados. Segundo o IBGE, esses setores representam 30% do total de toda a atividade varejista.
“Móveis e eletrodomésticos e Outros foram as principais âncoras devido ao bom desempenho em junho com a promoção de vendas de TVs em razão da Copa do Mundo”, acrescentou Isabella.
No lado positivo, as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, e bebidas e fumo viram crescimento de 1,7% em julho.
As vendas no varejo ampliado, que inclui também categorias como veículos e material de construção, encolheram 0,4% no mês de julho na comparação com o mês anterior, principalmente pela queda 2,7% em Materiais de construção.