As mais diferentes classes de fundos de investimentos superaram o CDI neste mês de março, pelo menos até o dia 14, afirma a XP. Os maiores destaques são os fundos de ações internacionais e fundos de crédito aqui no Brasil.
A renda variável global exposta ao dólar, teve um rendimento mais positivo por causa da moeda americana, acredita Vinícius Romano, analista CNPI e head de renda fixa da Suno Research. “No começo de março, o dólar estava a R$ 4,95 aproximadamente, agora já está acima dos R$ 5”, comenta o analista.
Além disso, Romano comenta que, quando observando o S&P 500, por exemplo, que é o índice da bolsa dos Estados Unidos, “ele está bem de lado no mês de março. Ou seja, não teve nada que trouxesse essa valorização maior dos fundos contra essas outras classes de ativos”.
No mercado local, diferentes segmentos de fundos de ações e fundos de crédito privado também foram destaques:
Fundos de crédito privado são beneficiados por novas regras do CMN
Na visão da AZ Quest, o mercado local de crédito high grade seguiu resiliente e o mercado de ativos isentos foi impactado pelas novas regras do CMN. Neste caso, o conselho monetário nacional restringiu as emissões de CRAs e LCAs na cadeia do agronegócio e no setor imobiliário (com os CRIs e LCIs). O resultado foi mais um mês de forte valorização de outros ativos de crédito privado.
Entre os que se destacaram, novamente, as debêntures incentivadas foram responsáveis pelos ganhos dos fundos, “gerando relevante contribuição do resultado consolidado”.
A Clave Capital, gestora do fundo Clave Multi Credit FIC FIM Crédito Privado, disse que está bastante seletiva na alocação de ativos e os fundos têm mantido a consistência de performance.
Em relatório, a gestão disse que reduziu algumas posições de ativos triple A no setor de energia e rodovia, que tiveram compressão de spread nos últimos meses. Em contrapartida, os fundos de crédito da casa aumentaram seus investimentos em papéis bancários, em alguns nomes mid grade, com retorno ajustado ao risco de crédito.
Fundos de ações long biased batem CDI e Ibovespa
Os fundos de ações brasileiras do tipo long biased também chamaram atenção em termos de desempenho, afirma a XP.
Em relação a essa classe de fundos, as gestoras fazem tanto a compra de ações de empresas quanto operam vendidos.
Segundo a Fator, “os preços das empresas brasileiras continuam bastante atraentes, o que explica a maior exposição do fundo”, diz a gestora em relatório. A gestora optou manter de modo geral, sua carteira comprada, com vistas à preservação das posições fundamentalistas e estruturais”.
Em outro relatório, a AZ Quest também comentou o desempenho do AZ Quest Top Long Biased, que teve um resultado de 2,30% no mês.
A gestora de fundos disse que as empresas ligadas aos setores de bancos, bens de capital, telecomunicações e TI foram os maiores responsáveis pelo notável desempenho no mês. Já os setores de utilidade pública, assistência médica e shopping malls foram os detratores do resultado.