Terminou nesta quinta-feira (24) o quarto dia de trabalho do Fórum Econômico Mundial de Davos.
O evento contou com a presença de líderes internacionais, como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português António Guterres, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o presidente da Africa do Sul, Cyril Ramaphosa, entre outros. O Brasil, por sua vez, continuou protagonizando o Fórum Econômico Mundial. O presidente Jair Bolsonaro levou adiante uma série de reuniões bilaterais e multilaterais. E os ministros que acompanham a comitiva presidencial, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, realizaram painéis de discussão e encontros bilaterais.
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Dia de reuniões sobre grandes temas
O dia foi marcado por trabalhos em painéis temáticos. Entre eles, painéis sobre o suposto fim do globalismo, outro sobre os processos de construção de paz na África e outro sobre a situação na Venezuela.
Na última quarta-feira (23) os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, da Colômbia, Iván Duque, e do Equador, Lenín Moreno, além de representantes do Peru e do Canadá, se reuniram em uma sala do Fórum. Em conjunto, os mandatários reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Guaidó tinha se autoproclamado presidente poucas horas antes. Os líderes políticos americanos declararam apoiar o processo de transição na Venezuela.
O painel de discussão ocorrido nesta quinta tratou exatamente dessa crise política no país vizinho. Entretanto, os jornalistas não foram admitidos e os participantes não quiseram dar maiores informações sobre o que foi discutido no evento.
Por sua vez, o secretário-geral da ONU afirmou que espera que o diálogo “seja possível” na Venezuela. Para Guterres, essa seria a única forma a evitar um conflito, que seria “um desastre”.
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“Esperamos que o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região”, afirmou Guterres.
O secretário-geral da ONU, todavia, realizou um painel sobre mudanças climáticas. Ele alertou como o mundo está “perdendo a corrida” contra a mudança climática pela falta de “vontade política”;
“A evolução é pior que o previsto”, portanto é “absolutamente indispensável inverter a tendência”, afirmou Guterres durante o Fórum Econômico Mundial de Davos.
OMC pronta para reformas do comércio internacional
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, também participou dos trabalhos desta quinta-feira. Azevêdo conversou com o presidente-executivo da Deutsche Bank, Christian Sewing, a comissária europeia ao Comércio, Cecilia Malmstrom, e o presidente-executivo da UPS, David Abney. Ele reiterou que o sistema comercial internacional precisa de melhorias.
Na quarta, Azevêdo tinha declarado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, “estão completamente certos” em seus pedidos de mudanças do comércio internacional.
“Isso é exatamente o que queremos, idéias sobre como a OMC pode se reformar e modernizar”, afirmou Azevêdo. O diretor-geral da OMC admitiu que queria ver o sistema mais eficiente. Além disso, salientou como os Estados Unidos “são muito favoráveis à reforma”.
Agenda cheia de Bolsonaro
O presidente Bolsonaro também teve uma agenda cheia, confirmando o protagonismo do Brasil nessa edição do Fórum Econômico Mundial de Davos.
Entre as reuniões bilaterais realizadas pelo presidente, houve aquela como o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte. Em entrevista para a Suno Notícias, Rutte declarou que “o encontro com Bolsonaro foi muito positivo”. O premiê holandês explicou que conversou com o presidente de aumento do comércio bilateral, a simplificação do comércio entre Brasil e União Europeia, e também de questões ambientais, entre outras.
Além disso, Bolsonaro se reuniu com primeiro-ministro da República Tcheca, Andrej Babis. Os dois falaram principalmente de questões migratórias. Um tema enfrentado também na reunião bilateral com o Presidente da Polônia, Andrzej Duda, com o qual foi analisada a questão comercial. E Bolsonaro encontrou também o Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o Presidente da Colômbia, Iván Duque.
Bolsonaro saiu de Davos sem falar com a imprensa. Assim como fizeram todos seus ministros. Nenhum quis conceder entrevistas para a mídia brasileira presente ao Fórum Econômico Mundial.
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