Quanto custa (e quando contratar) uma assessoria de investimentos?
A última década tem sido transformadora para o mercado financeiro brasileiro. Nos últimos anos, a bolsa de valores se popularizou, novos produtos surgiram e cada vez mais pessoas passaram a ver o universo de investimentos para muito além da poupança. O fenômeno não elevou apenas o número de CPFs na B3 — a demanda por serviços como assessoria de investimentos também cresceu exponencialmente.
Hoje, o país possui cerca de 23 mil assessores de investimentos credenciados. Apesar de o número aumentar a cada ano, o último Raio-X do Investidor, consolidado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostra que apenas 23% dos investidores conversam com gerentes ou assessores para decidir como montar o seu portfólio.
A importância cada vez maior de influenciadores financeiros entre as gerações mais jovens pode ser uma das razões que levam parte dos investidores a se afastarem dos serviços especializados, mas há um segundo fator que eleva a desconfiança dos investidores — a falta de clareza sobre as tarifas pagas aos assessores e os potenciais conflitos de interesse que podem estar envolvidos no processo.
Mas isso está para mudar. Como parte de uma série de mudanças que vêm sendo implementadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a resolução 179, que entra em vigor em novembro, pede maior transparência na forma como o pagamento é feito.
Na prática, o cliente pode questionar o assessor sobre a sua remuneração para a indicação de determinado produto. As mudanças começaram no ano passado, com a aprovação da resolução 178 da CVM, responsável por modernizar o trabalho dos assessores de investimentos.
Quanto custa contratar uma assessoria de investimentos?
Em linhas gerais, o trabalho de uma assessoria de investimentos é guiar os investidores para produtos e ativos que condizem com os objetivos da cada cliente — e isso envolve renda fixa, variável, fundos e investimentos no exterior.
Atualmente, há dois tipos principais de remuneração para as assessorias de investimento no mercado brasileiro: o comissionado, que depende do tipo de produto que o investidor escolhe e a taxa de distribuição desses ativos; e o fee based, cobrado com base no valor total investido – em alguns casos, a taxa pode chegar a 2%.
O modelo fee based, que antes era majoritariamente utilizado por gestoras de recursos e consultorias, vem crescendo no mundo inteiro dentro das assessorias. Segundo a Investment Adviser Association, cerca de 57% dos assessores de investimentos nos Estados Unidos optam pela taxa fixa. Na Europa, a mudanças recentes engatilharam um aumento de 40% na adoção do fee based.
Nesta última modalidade, é comum que as comissões pagas por produtos específicos de terceiros seja devolvida ao investidor, como forma de minimizar conflitos de interesses. Atualmente, a grande maioria das assessorias no país optam pelo modelo comissionado, mas o modelo é adotado pela Status Invest Assessoria de Investimentos ou pela Warren, por exemplo.
“A escolha do modelo de remuneração em assessorias de investimentos é uma decisão fundamental que pode influenciar a dinâmica entre o assessor e o cliente. Entender os diferentes modelos disponíveis permite aos investidores fazer uma escolha alinhada com seus objetivos e expectativas”, explica a Status Invest.
Francisco Amarante, Superintendente da Associação Brasileira de Assessores de Investimentos, aponta que o pedido de transparência vem da própria essência do trabalho do assessor que é um “ distribuidor de produtos e/ou serviços de investimentos e a sua remuneração é atrelada a um rebate líquido da receita auferida na distribuição pelo intermediário”.
Amarante explica que a ABAI é 100% favorável à transparência nas remunerações, mas que acredita que a norma deveria se aplicar a toda a cadeia de distribuição, não apenas ao assessor: “Na prática não sabemos a margem da montadora, mas sabemos a comissão do vendedor do carro”.
Leandro Corrêa, vice-presidente de clientes da Warren Investimentos, explica que a corretora aplica uma taxa única que varia de 0,7% a 0,9% ao ano — com cinco diferentes pacotes de serviços oferecidos, dependendo do valor investido.
“O trabalho [de assessor de investimentos] é complexo porque a maioria das pessoas não sabe como lidar e escolher as diversas opções de investimentos disponíveis para montar um portfólio equilibrado e adequado aos seus objetivos”, aponta Corrêa. “Em geral elas delegam essa tarefa, mas quando esse gerente ou assessor de investimentos recebe comissões pelos produtos que indica surge o tal do conflito de interesses”.
Assessoria de investimentos: a forma de cobrança do Status Invest
Na Status Invest Assessoria de Investimentos, o fee vai de 0,6% a 0,8% a.a. sobre o patrimônio. A cobrança anual é diluída ao longo do ano, já descontando o “cashback” das comissões que, na prática, iriam para o assessor.
Quanto maior o patrimônio investido, menor o fee anual pago para a assessoria de investimentos. A Status Invest atende clientes a partir de R$ 100 mil investidos.
Mateus Apud, assessor de investimentos da Status Invest Assessoria de Investimentos, explica que o apelo pelo modelo fee based vem da análise de que há um menor conflito de interesses — se não há comissão pela indicação de um produto determinado, o que está na mesa são os interesses do investidor e não do assesor. Como a cobrança é feita baseada no patrimônio sob gestão, não há “taxas escondidas” que podem encarecer o investimento ou reduzir os ganhos do cliente.
Ou seja, o modelo traz uma maior previsibilidade de custos, alinhamento de interesses entre assessores e investidores e maior simplicidade.
Apesar disso, Apud acredita que há momentos em que o modelo comissionado pode ser mais adequado aos interesses do investidor. A escolha entre um modelo comissionado e um de taxa fixa depende das preferências pessoais do investidor e dos seus objetivos financeiros.
Para o assessor da Status Invest, esse é o caso de clientes que preferem tomar as próprias decisões de investimento e que contam com um assessor apenas pontualmente, para uma segunda opinião em casos específicos. Como a remuneração é feita pela comissão do produto distribuído, sem taxa fixa para o investidor, acaba sendo uma opção mais interessante para aqueles que não buscam um atendimento mais detalhado.
Como funciona?
Apesar de perdas e ganhos nunca estarem garantidas no universo dos investimentos, assessorias especializadas tentam facilitar o entendimento de produtos complexos para quem não deseja se debruçar sobre as especificidades dos milhares de ativos disponíveis no mercado – ou simplesmente não tem tempo para isso.
A dinâmica do mercado global também pode ser um entrave para o investidor comum, já que, em muitos casos, decisões precisam ser tomadas em questões de segundos. Sem um assessor cuidando da sua carteira, pode ser que oportunidades de mercado sejam perdidas, ou que não haja agilidade suficiente para minimizar as perdas em momentos de crise.
No geral, uma assessoria de investimentos é indicada para todos aqueles que buscam maximizar os ganhos reduzindo os riscos.
Na Warren, um time de assessores fica disponível a partir de R$ 100 mil em investimentos, mas a corretora atende clientes com patrimônio de R$ 1 mil a R$ 1 bilhão de patrimônio. “Até R$ 100 mil o cliente se auto-atende. Mas, caso precise de ajuda ou tenha dúvidas, temos um time que atende ele via chat diretamente na plataforma”, explica Corrêa.
A corretora também utiliza tecnologia para ajudar na tomada de decisões e já iniciou testes para o uso de inteligência artificial.
Já na Status Invest AI, a preocupação está em uma visão mais “holística” dos investimentos. Apud explica que a assessoria não se limita apenas às indicações de ativos. Com o apoio da expertise do research da Suno, os profissionais apoiam os clientes em seus planos de vida, levando em conta diversos aspectos para se traçar o caminho ideal para se atingir os objetivos — analisando patrimônio investido, imobilizado, fluxo de caixa e o horizonte de investimentos.
“Não tem como prometer uma rentabilidade, mas uma pessoa com assessor tende a ter uma performance melhor”, aponta Apud, da Status Invest IA.
Na busca por uma assessoria de investimentos, e em meio a tantas opções no mercado, o ideal é olhar para instituições que podem oferecer tudo aquilo que você precisa em sua jornada no mercado de capitais — e garantir que os seus interesses sejam sempre a razão número um dentro de uma estratégia.