Quanto as Bolsas do mundo perderam por causa do coronavírus

O novo coronavírus (covid-19) causou fortes turbulências nas Bolsas de Valores do mundo todo. Somente no Brasil, o Ibovespa chegou a perder mais de 50% de sua capitalização.

O coronavírus é considerado pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, o diretor-geral da Organização,Tedros Adhanom Ghebreyesus informou “A descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não muda o que a OMS está fazendo, nem o que os países devem fazer “. Algo que deixou ainda mais investidores e operadores econômicos com fortes incertezas.

Ao redor do mundo, várias medidas estão sendo tomadas para evitar que a doença se espalhe ainda mais e cause maiores danos. Algumas medidas tomadas foram o fechamento de fronteiras, paralisação das aulas, cancelamento de voos, entre outros.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/07/1420x240-Banner-Home-1.png

Embora as medidas pareçam ser eficazes contra a propagação do coronavírus, algumas empresas estão sentindo os impactos negativos que elas trazem, como por exemplo empresas do setor de turismo.

Em meio a esses efeitos, o mercado financeiro também foi intensamente afetado pela pandemia. Nas últimas duas semanas a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acionou 6 vezes o mecanismo de ‘circuit breaker’, interrompendo as negociações devido a quedas drásticas nos índices.

Para entender o impacto da crise, equipe do SUNO Notícias reuniu os principais índices das Bolsas de Valores ao redor do mundo para avaliar as variações desde o surgimento do novo coronavírus.

Como o coronavírus afetou as Bolsas

As variações das principais Bolas de Valores do mundo foram analisadas a partir do meio do mês de janeiro, quando a doença começou a chamar a atenção do mundo todo, até sexta-feira 20 de março.

Confira abaixo as variações:

  • A Bolsa de Milão: FTSE MIB apresentou uma queda de 37,31% (-9.716 pontos);
  • A Bolsa de Londres: FTSE 100 apresentou uma queda de 32,38%  (-2.594 pontos);
  • A Bolsa de Frankfurt: DAX-30 apresentou uma queda de 35,01% (-5.384 pontos);
  • A Bolsa de Paris: CAC 40 apresentou uma queda de 35,70% (-2.308 pontos);
  • A Bolsa do Japão: Nikkei 225 apresentou uma queda de 28,91%  (-7.479 pontos);
  • A Bolsa de Shangai: SSE Composite Index apresentou uma queda de 10,47% (-393 pontos);
  • A Bolsa de Nova Iorque: Nasdaq apresentou uma queda de 25,55% (-2.238 pontos);
  • A Bolsa de São Paulo, Ibovespa apresentou uma queda de 56,30% (-52.458 pontos).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/08/image-68-1.png

Mesmo com essas fortes quedas registradas nas últimas semanas, o presidente da Securities and Exchange Comission (SEC), Jay Clayton, anunciou na última segunda-feira (16) que os mercados de ações continuarão operando mesmo frente a crise do coronavírus.

“Os mercados devem continuar funcionando em épocas como essa. Entramos em contato com as várias instituições” salientou Clayton.

Sangue frio em época de volatilidade

Segundo o analista de mercados internacionais da SUNO Research, Alberto Amparo, é necessário analisar o andamento das Bolsas em casos de epidemias passadas para tentar entender como irão reagir nesse caso.

Saiba mais: Coronavírus e Mercado Financeiro | Saiba quais oportunidades você pode estar perdendo

“O passado não é uma indicação do futuro, mas se olharmos algumas das epidemias passadas, vemos que não há uma correlação direta de desvalorização dos mercados em períodos de 6 meses ou 12 meses depois das epidemias”, explicou o analista.

Por exemplo, olhando para como o índice S&P 500 foi afetado em um período de 6 meses a um ano depois das últimas grandes epidemias do passado recente, é possível verifica que:

  • no caso da epidemia do HIV em 1981 o S&P 500 apresentou uma queda de 20% após seis meses, e 10.73% após um ano;
  • no caso da gripe aviária, em 2006, o S&P 500 apresentou um crescimento de 11,6% em 6 meses e de 18,36% em um ano;
  • no caso do ebola, em 2014, o S&P 500 apresentou um crescimento de 5,34% em 6 meses e 10,44% em um ano;
  • no caso da gripe suína, em 2009, o S&P 500 apresentou um aumento de 18,72% em 6 meses e 35,96% em um ano.

Segundo Amparo, é necessário manter sangue frio nessas situações de extrema volatilidade, ou o risco é fazer um péssimo negócio vendendo muito barato ações que poderiam voltar a subir em breve. “Em mercados de baixa, as ações retornam para seus donos verdadeiros”, explicou o analista, citando o investidor John Pierpont.

Uma frase que ilustra bem o momento atual de forte volatilidade que os investidores das Bolsas de Valores do mundo inteiro estão enfrentando por causa dos efeitos do coronavírus.

Laura Moutinho

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno