O economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, afirmou que o Brasil é um país que taxa demais para o nível de renda per capita que possui. A declaração foi feita nesta quinta-feira (14) em evento realizado em São Paulo.
Após falar sobre as previsões do PIB global e do Brasil, o economista do Itaú falou sobre a inflação e a forma como são cobrados os impostos no País. Para ele, a maneira pela qual o Estado gerencia essa cobrança não é eficiente.
“A ideia é que à medida que você aumenta a renda per capita, tenha um aumento da carga tributária, mas o Brasil está acima da curva, ele taxa demais para o nível de renda per capita que tem. Então, é um país altamente endividado, altamente tributado e a qualidade dos impostos é ruim”, afirmou o executivo do Itaú durante a coletiva.
Análise do Itaú sobre a taxa de juros
Sobre o âmbito monetário, o economista-chefe do Itaú explicou o motivo das quedas que vêm acontecendo na taxa básica de juros (Selic) há três anos. “A gente teve também, de 2009 para cá, dois momentos distintos de política monetária. A partir de 2016, o juros começou a cair. Teve um período de aceleração, especialmente a partir de 2012 quando houve desancoragem da expectativas de inflação. Assim, ela atingiu um pico em 2015, que poderia ter sido atingido antes. A partir de 2016 começou a cair [a Selic] e teve queda para o patamar com o qual a gente tem convivido, que é o patamar entre 3 e 4% ao ano”, disse o executivo.
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“A taxa de juros básica é baixa [atualmente], mas esperamos que ela caia mais. A gente espera que ela chegue a 4% no final do processo de flexibilização”, reiterou Mesquita.
O Itaú espera que a taxa de juros chegue a 4%. O banco afirmou que a política monetária vai ter mais efeito a frente e isso, consequentemente, vai ajudar na recuperação econômica do País.
Novas medidas do governo
O Itaú afirmou que as medidas aprovadas pelo governo recentemente podem ajudar o País no crescimento, entretanto elas sozinhas não são o suficiente. “O governo tem apresentado medidas para resolver as partes que faltam do ajuste fiscal. Na nossa visão, a Previdência e a aprovação da MP antifraude foi metade do dever de casa. A outra metade prescinde de medidas sobre gastos obrigatórios. Essas medidas já estão no orçamento de 2020, mas precisam ser trabalhadas”, afirmou Pedro Schneider, economista sênior do Itaú.