O ex-diretor da Aliança, empresa da Qualicorp (QUAL3), Elon Gomes de Almeida, admitiu o pagamento de cerca de R$ 5 milhões para o caixa dois à campanha do senador José Serra (PSDB-SP) em 2014. As informações são do jornal “O Globo”.
Almeida, que era diretor-presidente da empresa da Qualicorp responsáveis pelo setor de planos de saúde, fechou acordo de delação premiada com a Justiça Eleitoral de São Paulo.
A delação, segundo o jornal, foi base para a operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Eleitoral (MPE) que prendeu o fundador e ex-presidente da Qualicorp, José Seripieri Júnior, na manhã desta terça-feira (21).
A operação teve como alvo a campanha eleitoral de José Serra ao Senado, em 2014. Essas investigações apuram suspeitas de caixa dois, com doações irregulares para ocultar a origem ilícita.
O gabinete e o apartamento de José Serra em Brasília foram alvo de busca e apreensão. Seripieri também foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa, de acordo com o portal “G1”.
Segundo o portal, são cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu.
Em nota, o senador criticou a operação da Polícia Federal e afirmou que a ação da PF é algo “completamente desarrazoada” e que os fatos já estavam “prescritos”.
“Em meio à pandemia da covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da acusação”, disse, em nota.
Procurado pelo SUNO Notícias, o advogado Celso Vilardi, que defende o empresário José Seripieri, criticou a prisão.
“É injustificável a decretação de prisão temporária de José Seripieri Filho. Os fatos investigados ocorreram em 2014, há seis anos portanto, não havendo qualquer motivo que justificasse uma medida tão extremada. Os colaboradores mencionados no Inquérito não acusam Seripieri de ter feito doações não contabilizadas. Relatam que ele fez um mero pedido de doação em favor de José Serra e que a decisão de fazer a doação, assim como a forma eleita, foi decisão de um dos colaboradores. Portanto, não há qualquer razão ou fato, ainda que se considere a delação como prova (o que os Tribunais já rechaçaram inúmeras vezes), que justifique medidas tão graves”, disse.
Já a Qualicorp também se manifestou sobre o caso. “A companhia, em linha com o fato relevante divulgado nesta data, informa que houve busca e apreensão em sua sede administrativa e que a nova administração da empresa fará uma apuração completa dos fatos narrados nas notícias divulgadas na imprensa e está colaborando com as autoridades públicas competentes”, disse, em nota.