PwC revisará sistema de detecção de fraudes após escândalo do Wirecard
A consultoria contábil PricewaterhouseCoopers, a PwC, anunciou nesta terça-feira (25) que revisará “agressivamente” o seu sistema de detecção de fraudes, após casos de escândalos contábeis, como o da Wirecard, tomarem conta dos jornais.
“Queremos ter certeza de que estamos avançando [na detecção de fraude] para garantir a relevância do profissionalismo”, disse Bob Moritz, que dirigiu a gigante de contabilidade e consultoria por quatro anos. “O Wirecard é mais um exemplo da razão pela qual precisamos olhar para isso e consertá-lo de forma agressiva nos próximos anos”, disse ele.
O setor de empresas de auditoria está sob escrutínio após uma série de escândalos contábeis envolvendo corporações internacionais de alto padrão, como a fintech alemã Wirecard em junho. O auditor de longa data da Wirecard foi a firma EY, que disse que terceiros haviam fornecido documentação falsa quando realizou a auditoria em 2019.
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Moritz disse que a PwC teve que “dobrar” a qualidade de auditorias realizadas durante a pandemia do coronavírus (covid-19), já que os investidores “precisam de mais informações confiáveis sobre as empresas”, devido à turbulência econômica desencadeada pela crise.
O trabalho remoto em massa e o aumento da pressão financeira sobre as empresas aumentaram o risco de fraude durante a crise.
Os comentários de Moritz vieram no momento em que a PwC revelou na terça-feira que sua receita global cresceu 1,4%, para US$ 43 bilhões (cerca de R$ 239,34 bilhões), no ano até julho, ante um aumento de 7% no ano financeiro anterior.
A queda da Wirecard
Há um mês era a melhor entre as melhores 30 empresas cotadas na Alemanha. Mas hoje seu nome é ligado a destruição de um valor acionário entre 16 e 20 bilhões de euros (cerca de R$ 96 – 120 bilhões). É o escândalo Wirecard, o caso da maior fintech alemã, que abalou a confiança dos mercados europeus e provocou um terremoto econômico mundial.
Seu modelo de negócios, em resumo, parecia simples: garantir pagamentos online coletando um prêmio sobre os riscos. Mas, na verdade, a empresa acabou se envolvendo em uma série de crimes corporativos que levou a empresa a quebrar de forma repentina.
Saiba mais: Wirecard: entenda o escândalo da maior fintech da Alemanha
Com a agravante que a Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (Autoridade Federal de Supervisão Financeira, mais conhecida por sua abreviação BaFin), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da Alemanha, demorou anos para perceber as irregularidades da Wirecard. Gerando uma série de dúvidas sobre sua capacidade de atuar na regulamentação do mercado de capitais alemão, e até acusações de incapacidade, omissão ou até cumplicidade com esses crimes.