Nesta semana, começaram a surgir no mercado projetos de lançamento de Fundos de Investimentos das Cadeias Agroindustriais (Fiagro). Segundo o jornal Valor Econômico, ao menos três fundos já estão próximos de apresentarem ao mercado seus ativos. Juntos, eles somam R$ 1,3 bilhão.
Um dos fundos, o Santa Fé Investimentos, pretende levantar ao menos R$ 500 milhões para investimento em terras agrícolas. A criação do Fiagro pelo fundo já está em análise pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo a mais adiantada das propostas.
A ideia do Fiagro da gestora é gerar renda através da exploração dos imóveis e de operações de venda, arrendamento e parceris agrícolas.
Segundo o jornal, levando em consideração os prazos de aprovação da CVM e os procedimentos de roadshow entre investidores, os fundos devem chegar ao mercado entre setembro e outubro.
A autarquia revelou na última semana que os Fiagro poderão ser negociados a partir de agosto. Os primeiros fundos seguirão uma regulamentação provisória, a fim de facilitar o registro dos fundos.
Fiagro traz inovação ao mercado
Composto por ativos do agronegócio, o Fiagro permite estruturas que podem incluir, por exemplo, recebíveis, títulos de securitização, cotas de fundos e participação em sociedades com atividades rurais.
A regulamentação hoje diz que, por meio do Fiagro, as gestoras podem investir em “uma ampla variedade de ativos, como direitos creditórios, imóveis, valores mobiliários, ações ou cotas de sociedades, sempre no contexto das atividades integrantes da cadeia produtiva agroindustrial”.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) explica que” isso dá ao produto mais versatilidade, incluindo a possibilidade de investidores estrangeiros aportarem recursos em imóveis rurais no país”.
Segundo o Valor Econômico, a XP, que é líder na coordenação de emissões de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e fundos imobiliários, projeta montar ao menos seis Fiagro ainda neste ano.
Especialistas dizem que a estruturação dos ativos ligados ao agronegócio tomaram tração nas últimas semanas após a tributação de dividendos dos fundos imobiliários, no âmbito da reforma tributária, ser descartada pela equipe econômica do governo.
A entrada dos Fiagro no mercado de CRA também deve atrair novos emissores, segundo o jornal. Em 2020, o mercado dos recebíveis do agro encerrou o ano passado com estoque de R$ 48 bilhões e R$ 15,8 bilhões em emissões.