A projeção para o IPCA de 2021 no cenário básico é de 5,8%, segundo ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta manhã. A análise pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,05 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Já a projeção para 2022 está em 3,5%.
Essas estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom aumentou a Selic (a taxa básica de juros) em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano. Foi a terceira elevação consecutiva. Na ocasião, o BC também indicou a intenção de novo aumento da Selic no encontro de 3 e 4 de agosto.
Para o cálculo das projeções, o BC utilizou taxa de câmbio partindo de R$ 5,05, que é a média da taxa de câmbio observada nos cinco dias úteis encerrados no dia 11 de junho.
Em setembro do ano passado, durante a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC havia anunciado que pretendia dar preferência ao câmbio PPC em suas projeções, e não mais ao câmbio fixo ou baseado no Focus.
Na ata da reunião anterior, de 4 e 5 de maio, as projeções de inflação no cenário básico (juros Focus e câmbio PPC) eram de 5,1% para 2021 e 3,4% para 2022.
Pandemia tem impactos diferentes, segundo ata do Copom
A pandemia de coronavírus tem impactos diferentes sobre a economia brasileira e continua a afetar a inflação e as expectativas da sociedade para a alta de preços.
“Embora a ociosidade como um todo evolua rapidamente para retornar ao nível do fim de 2019, o Comitê considera que a pandemia ainda segue produzindo efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos, com consequências para a dinâmica recente e prospectiva da inflação”, considerou a diretoria colegiada.
O Copom, de acordo com o documento, avalia que os dados de atividade e do mercado de trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa de desemprego.
Cadeias de oferta
Os membros do Copom discutiram a duração dos problemas nas cadeias de oferta ao decidirem sobre uma nova elevação da taxa básica Selic de 0,75 ponto porcentual na reunião da semana passada. Para o Comitê, de acordo com a ata, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.
No encontro, a diretoria considerou que, a despeito da intensidade da segunda onda da pandemia, os últimos dados disponíveis continuam surpreendendo positivamente.
“O Comitê notou que a mediana das projeções de crescimento, segundo a pesquisa Focus, sofreu revisões significativas e passou a ser mais otimista do que as do seu cenário básico”, pontuaram no documento.
Os membros do Copom ponderaram, no entanto, que os riscos baixistas para a inflação oriundos de fatores que podem afetar a recuperação econômica reduziram-se significativamente.
(Com informações de Estadão Conteúdo)