Produção industrial sobe 0,3% em abril; No ano o recuo é de 2,7%, diz IBGE

A produção industrial brasileira registrou uma alta de 0,3% entre março e abril deste ano, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulga nesta terça-feira (4).

Mesmo com o crescimento, a produção industrial registrou seu pior resultado para o mês de abril desde 2017, quando a alta foi de 0,2%. Além disso, a expansão produtiva não foi suficiente para recuperar a retração de 1,4% do mês anterior.

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De acordo com a pesquisa, no primeiro quadrimestre do ano, a indústria registrou uma queda de 2,7% nas operações em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, na comparação anual, em abril a produção apontou uma queda de 3,9%.

Segundo o IBGE, os resultados apontam que o “setor industrial ainda se encontra 17,3% abaixo do nível recorde alcançado em maior de 2011”.

Entre março e abril, três das quatro categorias econômicas registraram alta. O destaque ficou para os bens de consumo duráveis que expandiram 3,4%, sendo seguida pelos bens de capital, 2,9%, e os bens de consumo semi e não duráveis com 2,6%. Em contrapartida, os bens intermediárias tiveram queda de 1,4% no período.

Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas
Brasil – Abril de 2019
Grandes Categorias EconômicasVariação (%)
Abril 2019/Março 2019*Abril 2019/Abril 2018Acumulado
Janeiro-Abril
Acumulado nos
Últimos 12 Meses
Bens de Capital2,9-0,6-3,11,8
Bens Intermediários-1,4-6,1-3,1-1,5
Bens de Consumo3,1-0,3-1,5-1,0
Duráveis3,41,2-2,20,6
Semiduráveis e não Duráveis2,6-0,7-1,3-1,4
Indústria Geral0,3-3,9-2,7-1,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal

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Ramos industriais em alta

Entre março e abril deste ano, 20 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE demonstraram aumento da produção. Os principais influenciadores positivos, são:

  • Veículos automotores, reboques e carrocerias (7,1%)
  • Máquinas e equipamentos (8,3%),
  • Outros produtos químicos (5,2%)
  • Produtos alimentícios (1,5%)

Principais influenciadores negativos:

  • Indústrias extrativas (-9,7%)
  • Produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2%)

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Indústria extrativa freia alta da produção

A maior influência negativa que freou a alta da produção industrial em abril foi o setor extrativo. Este vem sendo pressionado com a redução da produção do minério de ferro, devido ao rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, no início deste ano.

Dessa forma, a produção extrativa caiu 9,7%, sendo o quarto resultado negativo seguido e somando uma perda de -25,7% no ano.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, “há um efeito de queda em sequência do setor por cota de Brumadinho, e isso vem trazendo impactos negativos na indústria como um todo.

Em relação a produção industrial no setor de indústria de transformação, Macedo afirma que a queda acontece devido ao “ritmo menor [do crescimento da economia] e à taxa de desocupação do mercado de trabalho”.

Renan Bandeira

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