O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje que a produção industrial brasileira cresceu 1,1% no mês de outubro em comparação com setembro na série com ajuste sazonal.
Em relação a outubro de 2019, o avanço é de 0,3%, no segundo mês consecutivo de alta na comparação anual. Na comparação da produção industrial de setembro de 2020 com setembro de 2019, o crescimento havia sido de 3,7%, segundo o IBGE.
Apesar do avanço, o crescimento frustra analistas consultados pela Reuters, que previam algo entorno de 1,4% na comparação com setembro.
O crescimento da produção industrial na base mensal vem desacelerando mês a mês: 8,7% em maio, 9,6% em junho, 8,6% em julho, 3,4% em agosto e 2,8% em setembro. Mas agora o crescimento se dá em termos reais e não apenas na sombra da recuperação da queda causada pela pandemia.
No sexto mês de alta consecutiva, a produção industrial brasileira acumula crescimento de 39% e se afasta do patamar registrado entre março e abril, meses de pico da pandemia, quando despencou 27,1%.
No acumulado do ano, de janeiro a outubro, porém, a indústria brasileira apresenta queda de 6,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, com resultados negativos em todas categorias econômicas. No acumulado dos últimos 12 meses a perda é 5,6% na comparação com o período imediatamente anterior.
O IBGE pontua ainda que a produção industrial brasileira ainda está longe do nível recorde registrado em 2011, faltando 14,9% para alcançá-lo.
Veículos automotores são destaques no crescimento da produção industrial
O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 4,7% e, agora, acumula expansão de 1.075,8% em seis meses. Ainda assim, porém, se encontra 9,1% abaixo do patamar de fevereiro.
Dos 26 ramos da produção industrial brasileira acompanhados pelo IBGE, 15 mostraram crescimento. Entre os destaques, estão, além do setor de motores, o da metalurgia, que cresceu 3,1%, o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 4,5% e de máquinas e equipamentos, com 2,2%.
Entre as quedas, a produção industrial de produtos alimentícios regrediu 2,8%, interrompendo três meses seguidos de altas. Indústrias extrativas caíram 2,4%, no segundo mês consecutivo de queda.
Nas categorias econômicas, a produção industrial registrou altas nos números de bens de capital (7%) e de bens de consumo duráveis (1,4%), e queda nos segmentos de bens intermediários (-0,2%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%).