A produção industrial caiu 18,8% em abril, em comparação com março, to pior resultado para a série histórica. Em relação ao mesmo período no ano de 2019, a queda foi de 27,2%. Os dados foram apurados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (3).
No ano, a produção industrial acumulou queda de 8,2%. E, em relação aos 12 meses anteriores, a atividade industrial também acumulou um recuo de 2,9% em abril. De acordo o IBGE, o resultado foi impactado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o isolamento social exigido para combater a doença.
“A queda de 18,8% na passagem de março para abril de 2020 foi a mais acentuada desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2002. Esse resultado evidenciou o aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, devido ao isolamento social por conta da pandemia da COVID-19”, informou o instituto.
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Atividade da produção industrial de abril
No recuo da atividade industrial na passagem de março para abril de 2020, 22 dos 26 ramos pesquisados apresentaram queda na produção.
Entre as atividades, a influência negativa mais relevante foi em veículos automotores, reboques e carrocerias (-88,5%), pressionada pelas paralisações da produção o em várias unidades produtivas, por conta dos efeitos causados pela pandemia.
Com isso, esse ramo intensificou o recuo observado no mês anterior (-28,0%) e apontou a queda mais intensa desde o início da série histórica.
Outras contribuições negativas:
- produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%)
- metalurgia (-28,8%)
- máquinas e equipamentos (30,8%)
- bebidas (-37,6%)
- produtos de borracha e de material de plástico (-25,8%)
- produtos minerais não-metálicos (-26,4%)
- produtos de metal (-26,8%)
- máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-33,8%)
- outros equipamentos de transporte (-76,3%)
- couro, artigos para viagem e calçados (-48,8%)
- confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,5%)
- produtos têxteis (-38,6%)
- equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-26,0%)
- produtos químicos (-7,3%)
- produtos diversos (-30,6%)
- móveis (-36,7%)
Por outro lado, entre os ramos que ampliaram a produção nesse mês, foram:
- produtos alimentícios (3,3%)
- produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,6%)
“O resultado da produção industrial de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia. Março já tinha apresentado resultado negativo. Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas”, disse o gerente de pesquisa do IBGE, André Macedo.