Privatizações serão modeladas pelo BNDES
As privatizações que foram anunciados pelo governo no plano de desestatização desta semana passarão por um processo de modelagem.
Não se sabe se as empresas como Correios, Eletrobras e Dataprev serão vendidas parcialmente ou de forma integral, e se as empresas podem ser cindidas em diferentes áreas. A criação dessa arquitetura para as privatizações será feita pela equipe do BNDES em coordenação com o ministério da Economia.
Um fonte ligada à pasta da Economia disse ao “Valor” que o governo federal tem conhecimento de que poderá não encontrar interessados para todas as empresas a serem vendidas, portanto, em algumas não haverá lucro.
“Na lista tem coisa boa e coisa ruim, sabemos disso. Tem empresa que é cabide de emprego”, afirmou. “O que vamos fazer é parar de gastar. As estatais deficitárias perdem R$ 18 bilhões por ano.”
Privatizações aguardam investidores
Parte das estatais deve atrair o interesse de investidores estratégicos e financeiros. Segundo o “Valor”, o governo quer incluir a Telebras na lista das empresas com a maior chance de fomentar o interesse privado, apesar dos históricos problemas.
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“A Telebras tem 31 mil quilômetros de fibra óptica. Isso interessa não só às empresas de telecomunicações mas a grandes investidores globais”, disse a fonte do governo. “O fundo Blackstone, por exemplo, investe nisso no mundo todo e com certeza se interessaria.”
A Empresa Gestora de Ativos (Emgea) também deve ser alvo de interesse de companhias de recuperação de crédito. O que chama atenção são as carteiras de crédito inadimplentes dentro da companhia.
Um executivo do BNDES afirmou que, por hora, não existe um modelo definido para a privatização de cada uma das empresas. “é muito prematuro falar em qualquer projeção de valores de venda”. Após a definição das modelagens, bancos de investimento passarão a assessorar os processos. Cada empresa pode ter um processo diferente.
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A aguardada privatização dos Correios, por exemplo, é considerada desafiadora. “Os Correios têm uma mega infraestrutura de logística, que um operador privado pode adicionar mais eficiência. Isso é atrativo”, afirmou a fonte do governo. “Mas haverá muita resistência nessa privatização e ainda há a questão do rombo do Postalis”, disse, referindo-se ao fundo de pensão dos funcionários.
Salim Mattar, secretário de Desestatização, considera que o modelo das privatizações ficarão mais claros no decorrer dos próximos meses e que o caso dos Correios, especificamente, deve levar “muito tempo”. O monopólio da empresa é previsto na Constituição.