Privatizações já geraram R$ 100 bilhões e Governo quer dobrar valor, diz ministro
O governo, em três anos e seis meses, somou cerca de R$ 100 bilhões em contratos de privatizações, segundo fala do atual ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, nesta terça (14).
Além desse dado sobre as privatizações, o ministro afirmou que o Governo Federal pretende, até o final de 2022, por meio do programa de concessões de infraestrutura de transportes, chegar a R$ 200 bilhões em contratos de investimentos da iniciativa privada.
“A gente soma, já contratado, R$ 100 bilhões. Se você parar para pensar que o orçamento do Ministério da Infraestrutura, em 2022, para lidar com toda agenda de um país continental, é de R$ 6,7 bilhões, R$ 100 bilhões é muito dinheiro”, destacou no evento Brasil Investment Forum (BIF) 2022, na capital paulista.
Sampaio ressaltou que, desde o início da atual gestão do governo federal, foram passados em concessão para a iniciativa privada 34 aeroportos, 36 terminais portuários, seis ferrovias e sete rodovias, o que totaliza 83 ativos.
Para atingir os R$ 200 bilhões nos contratos de investimentos na área de transportes até o fim do ano, o ministro destaca novas rodadas de privatização em 2022, como a sétima de aeroportos, que inclui o aeroporto de Congonhas e o Campo de Marte, em São Paulo, e o aeroporto de Belém.
Ele também aponta a privatização do Porto de Itajaí (SC), o Porto de São Sebastião e o Porto de Santos, em São Paulo.
Privatizações deste governo não devem contemplar a Petrobras
Apesar da oferta bilionária que marcou a privatização da Eletrobras (ELET3), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que fazer o mesmo processo com a Petrobras (PETR4) é algo demorado e que, se bem conduzida, pode levar quatro anos. Admitiu ainda que pode ser escolhido outro presidente, com ideia diferente, nas urnas em outubro.
“Qualquer privatização é demorada, não é colocar na prateleira e vender. Com a Petrobras, um processo muito bem conduzido leva quatro anos”, afirmou o presidente, na saída do hotel, em Los Angeles, rumo ao aeroporto para embarcar para Orlando.
“Então, vai passar até o futuro, a reeleição ou eleição, vai até ultrapassar. Pode ser que venha outro presidente com ideia diferente”, seguiu.
Bolsonaro afirmou, porém, que a Petrobras não pode ser como é hoje em dia, “uma estatal, onde a única preocupação é o lucro”, mas que tenha papel social como é previsto na Constituição.
“Todas as empresas têm que ter lucro, concordamos com isso, mas a única preocupação é o lucro”, criticou.
Apesar do discurso sobre as privatizações, Bolsonaro novamente criticou o ‘lucro excessivo’ da estatal, citando que é a petrolífera que mais fatura no mundo e que no momento de uma crise como a guerra, poderia ser um pouco mais “benevolente”, uma vez que o seu papel está previsto na Constituição. “Imagina se o barril do petróleo for lá para frente e simplesmente aumenta lá e aumenta aqui, quebra o Brasil”.
Com informações da Agência Brasil