Diferentes tipos de investidores, principalmente de China, Canadá e Europa, podem ser atraídos pelas privatizações anunciadas pelo governo.
Segundo Elias de Souza, sócio para governos e serviços públicos da Deloitte, a lista de 17 empresas estatais anunciadas pelo governo no plano de privatizações já chama a atenção de investidores estrangeiros.
“A gente vê com bons olhos e uma boa prática do governo comunicar qual o grupo de empresas que tem”, disse, destacando o setor de infraestrutura. “O mercado lá fora está interessado em infraestrutura e Brasil é alvo”, disse Souza.
Ainda segundo Souza, com as privatizações, o mercado para as companhias especializadas em fusões e aquisições vai aquecer nos próximos 3 anos, mas é fragmentado e existem outras empresas com o mesmo tipo de atividade.
O representante da Deloitte, empresa do segmento de auditoria e consultoria empresarial, diz que o investidor chinês está atento aos setores de energia, mobilidade urbana, logística e saneamento.
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“Eles estão muito focados no Brasil, assim como fundos canadenses e europeus, que já estão investindo”.
Na concepção de Souza, o interesse pelas estatais brasileiras é real e o processo é positivo, mas não deve ocorrer neste ano. “Não é para amanhã, nem para o fim do ano. É preciso fazer estudo para saber qual o valor da empresa, por exemplo. O caminho é longo e alguns ativos devem demorar”.
Modelo das privatizações determinará perfil do investidor
Segundo Maurício Endo, sócio-líder de governo e infraestrutura da KPMG no Brasil e na América do Sul, a modelagem das privatizações tomada pelo governo federal será determinante para a atração de determinados perfis de investidor. Isso interfere também no prazo em que o processo de fato será iniciado.
“Somente quando começar a divulgar as minutas e modelos [das privatizações] que haverá uma definição mais clara de quem vai se interessar”, afirmou. “É um cenário que a gente vê como bastante positivo e depende da modelagem das privatizações. Tendo qualidade, terá investidor interessado no Brasil”.
Endo também afirma que dificilmente alguma privatização será concluída ainda em 2019, já que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda não iniciou a contratação de consultoria e assessorias para a análise das empresas.
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“As privatizações poderão acontecer a partir do segundo semestre de 2020 e em 2021. O que pode ocorrer é a discussão da Eletrobras avançar rapidamente, pois é a mais antiga e andou bastante”, afirmou Endo.