Privatização da Petrobras pode dobrar o preço das ações, afirma Bradesco BBI
De acordo com o banco de investimentos do Bradesco, o Bradesco BBI, o preço das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) poderiam ser dobradas caso ela fosse completamente privatizada.
Os analistas da instituição bancária calculam que o recibo da ação da estatal na NYSE, maior Bolsa de Valores do mundo e localizada em Nova York, poderia chegar ao valor aproximado de US$ 25,00. Ontem (21), após o anúncio de que a equipe econômica do governo brasileiro planejava privatizar a Petrobras até 2022, os papéis encerram o pregão cotados a US$ 13,81.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, segundo os analistas, as ações preferenciais da Petrobras poderiam chegar atingir de R$ 50,00 a R$ 55,00. Na última quarta-feira, eram cotadas a R$ 25,45.
Perspectivas com a Petrobras
De acordo com Vicente Falanga, responsável pela análise do Bradesco BBI nesta quinta (22), a chance da privatização da Petrobras movimenta “uma lista de potenciais compradores para esse atrativo ativo de classe mundial, incluindo concorrentes internacionais, participantes financeiros e participantes do mercado”.
Segundo ele, as empresas que almejam a exploração do pré-sal são as mais interessadas na aquisição da estatal.
O analista acredita que a maneira propícia à privatização da Petrobras envolveria a unificação das ações com direito a voto (ON) em alguma proporção acordada com o governo federal. Atualmente, o Estado é dono de 28,7% do total das ações, sendo 50,3% sendo ordinárias. Já o BNDES, que tem 13,9% do total das ações, possui 10% das ordinárias.
Falanda, ainda, levanta três pontos principais que serão de extrema importância no processo da privatização da estatal.
Um deles é que somente venda da participação do BNDES já totalizaria R$ 48 bilhões, o que acabaria com a necessidade da privatização, segundo o analista.
Outro ponto será o desafio político que será tomado. Para privatizar a Petrobras, o governo teria que convencer a maioria dos parlamentares, aprovando o processo no Congresso e as mudanças na Constituição, com maioria absoluta.
“Isso por si só já representaria um desafio político significativo para o governo e poderia levar vários anos de discussões acaloradas”, disse.
Veja também: Governo federal pretende privatizar Petrobras até 2022
O analista também argumenta que, desde 2016, há uma espécie de “privatização indireta” em andamento com a venda de parte dos ativos da companhia. Esse processo que, hipoteticamente, transforma a Petrobras mais sólida e que indiretamente privatiza a empresa e ajuda a trazer concorrência privada saudável para o Brasil foi iniciada pelo ex-presidente Pedro Parente e continuada pelo atual, Roberto Castello Branco.
“Questionamos até que ponto essa mentalidade de ‘privatização indireta’ realmente mudou dentro do governo ao ponto de o governo federal querer abrir mão da maioria das ações ordinárias”, escreve Falanga.
Governo confirma possibilidade de privatização da estatal
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), confirmou, nesta quinta-feira (22), a possibilidade do governo de privatizar a Petrobras. Porém, o mandatário não expressou sua opinião sobre assunto pois a proposta ainda não foi apresentada pela equipe econômica.
De acordo com Bolsonaro, “a ideia é abrir o Brasil” com as privatizações.
O governo federal pretende privatizar a Petrobras até o último mandato do presidente da República em 2022. Na última quarta-feira (21), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já havia afirmado que a equipe econômica estudava a privatização da estatal petrolífera.