O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), pediu que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado possa votar o projeto que permite a privatização dos Correios na quarta-feira (3).
Tradicionalmente, o colegiado se reúne às terças, mas, em razão do Feriado de Finados, no dia 2, o líder solicitou que a CAE se reúna extraordinariamente na quarta-feira para deliberar sobre a proposta de privatização dos Correios. Por ora, a previsão é de que o texto siga para votação do plenário do Senado após passar pela comissão.
Bezerra afirmou que há confiança de que a maioria dos senadores da CAE irá apoiar o relatório apresentado hoje mais cedo pelo senador Marcio Bittar (MDB-AC), favorável ao Projeto de Lei (PL). “Estamos confiantes de que a maioria da comissão irá apoiar o relatório”, disse.
O líder do governo concordou com o pedido da oposição, de dispor de alguns dias para os senadores analisarem o parecer, sem que a votação ocorra ainda hoje. Por outro lado, Bezerra afirmou que não apoia a solicitação para realização de uma nova audiência pública sobre o PL na CAE, posição que foi seguida por Bittar.
Apesar da expectativa de que a proposta passe apenas pela CAE e siga para o plenário, o líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), pediu nesta terça que o PL também seja analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
“Não há necessidade de se vender os Correios para se ter competitividade nesse setor. Se ela for vendida, é certo que não teremos mais universalização no Brasil”, afirmou Prates.
Sem privatização, Correios terá mercado “abocanhado” pelo setor privado, diz ministro
Caso a privatização dos Correios não aconteça, a tendência é de que outras empresas “abocanhem” o filé dos serviços de logística — a entrega de encomendas–, deixando a estatal com “apenas os ossos” dos seus serviços oferecidos, que seria a entrega de correspondências. A opinião foi dada na semana passada pelo pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria.
Segundo o ministro, essa tendência já vem sendo percebida e foi reforçada durante os períodos em que os servidores dos Correios fizeram paralisações, o que levou empresas como Mercado Livre (MELI34) e Magazine Luiza (MGLU3) a buscarem alternativas para a entrega de encomendas. “Quando a greve acaba, essas empresas não voltam para os Correios”, disse o ministro durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O projeto de privatização dos Correios já foi aprovado na Câmara, mas está parado no Senado.
Faria teceu elogios aos Correios, mas defendeu sua privatização. “É a única empresa que está presente nos 5.568 municípios brasileiros, entregando cartas e encomendas nas regiões mais remotas do país, principalmente na Região Amazônica, onde temos dificuldades de logística”, disse.
(Com informações do Estadão Conteúdo)