Bolsonaro alerta sobre complexidade da privatização dos Correios
O presidente Jair Bolsonaro declarou neste sábado (10) que a privatização dos Correios “não é fácil”. O mandatário salientou como o governo não tenha ainda um projeto de privatização da estatal.
Bolsonaro se reuniu neste sábado com o presidente dos Correios, general Floriano Peixoto Vieira Neto no Palácio da Alvorada. Os dois evitaram falar se o governo vai privatizar a empresa.
Não ha documento oficial sobre privatização dos Correios
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, declarou esta semana que “não existe nenhum documento oficial” ou ordem de Bolsonaro para privatizar os Correios. O ministro participou de uma audiência em comissão da Câmara dos
Deputados.
“Realmente, ele (Pontes) não tem projeto (para a privatização). Estou estudando. Não é fácil a privatização dos Correios. Depois da decisão do STF, (a privatização) passa pelo Parlamento. O que a gente quer? Tirar o Estado. O Estado é muito cheio. Cada dia que passa, a gente descobre cada ninho de rato inimaginável”, explicou Bolsonaro.
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O presidente não quis responder se o governo abandonará o mercado da entrega de cartas e encomendas. “Não sei. Como posso responder, não depende de mim as coisas. Ainda bem que não depende de mim as coisas porque, às vezes, você erra”, disse Bolsonaro.
O presidente dos Correios, Floriano Peixoto, disse que sua missão é “recuperar financeiramente” a estatal. “Temos que recuperar os Correios. Esta é missão que recebi do presidente e que estamos cumprindo fielmente. [É uma] situação muito difícil de finanças”, explicou Peixoto.
Venda é prioridade do governo
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que uma das prioridades do governo é a privatização dos Correios.
Segundo o ministro, a privatização da empresa deverá ocorrer após a privatização da BR Distribuidora. “Entregar carta? Alguém escreve carta aí hoje em dia? Não serve pra ninguém esse modelo econômico que está aí”, salientou Guedes.
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O titular da pasta econômica afirmou ainda que, ao depender dele, todas as companhias estatais seriam privatizadas.
No último mês, o presidente Bolsonaro já havia mencionado sua intenção de privatizar a estatal. Contudo, não apresentou um prazo para que isso aconteça.
A expectativa é de que a desestatização dos Correios seja tratada após a aprovação da reforma da Previdência no Senado.