Correios: Prazo da operação é fator chave para interesse de players como Magalu (MGLU3); entenda

Os responsáveis pela privatização dos Correios reconhecem que tempo é um fator decisivo para que o ativo permaneça atrativo. A privatização está prevista para março do ano que vem, e o governo avalia que a empresa perde cada vez mais participação de mercado, enquanto as companhias privadas ganham market share e investem em logística.

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Em entrevista ao site Exame, a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do Ministério da Economia, Martha Seillier, e Fábio Abrahão, diretor de concessões e privatizações do BNDES disseram que estão na corrida para apresentar todos os dados necessários sobre os Correios aos players interessados.

Além disso, estão estudando propor uma alteração legal na Constituição para que a desestatização não seja inconstitucional.

“Hoje, os Correios ainda interessam o setor privado. A partir do momento em que as empresas concorrentes da estatal em entregas de encomendas vão se tornando gigantes e os Correios vêm se diminuindo, poderia não haver interesse em comprar os Correios. Temos um timing da privatização”, disse Sellier ao site.

Hora para privatização dos Correios é agora

Na análise dos entrevistados, o tempo para a privatizar é agora. Isso porque a capilaridade da estatal é interessante para empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e Amazon (AMZO34). A estatal atende 5 mil municípios, e isso pode ajudar as empresas na corrida pela entrega mais rápida do e-commerce.

Para explicar a importância do tempo, Abrahão usa o exemplo do Mercado Livre, que hoje investe em sua própria gestão de logística e já manifestou não ter mais interesse na privatização.

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“Se você analisar o Mercado Livre, o nível de dependência dos Correios há alguns anos estava em determinado patamar, hoje é outro. Isso está acontecendo com todos os players. Esse timing da venda dos Correios é percebido pelo mercado.”

Não é segredo para o mercado que o setor de varejo e logística tem interesse na privatização dos Correios. Mas além desses players, os fundos de investimentos podem também entrar na disputa segundo Abrahão. “É muito possível termos consórcios no leilão de venda dos Correios, com fundos estrangeiros e nacionais, como tem acontecido no setor de saneamento”.

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Poliana Santos

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