O governo federal pretende se desfazer de 100% do capital dos Correios. A privatização da empresa está na pauta do Ministério da Economia e deve ser realizada por meio de um leilão tradicional. As informações são do jornal O Globo.
Caso a venda integral do controle dos Correios aconteça, o comprador levará os ativos e os passivos da empresa. A decisão foi comunicada o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, ao jornal.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, marcou a votação do projeto para a próxima semana, antes do início do recesso parlamentar. No cronograma da privatização dos Correios, o governo prevê que o leilão ocorra em março de 2022.
A pasta econômica, entretanto, ainda não tem um valor fechado para a privatização, que dependerá do edital e de uma avaliação mais minuciosa dos números da estatal. O editar deve ser publicado em dezembro, segundo Marc Cord.
Segundo a Constituição, cabe à União “manter o serviço postal e o correio aéreo nacional”. Por isso, a a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será transformada em Agência Nacional de Comunicações (Anacom), que passará a regular os serviços postais.
De acordo com o secretário, o serviço de encomendas não será regulado, mas que a obrigação de entrega da correspondência irá criar a infraestrutura necessária para a entrega em todo o País.
Números dos Correios apontam para baixa efetividade
Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os Correios possuem um passivo de R$ 13 bilhões. A soma do ativo circulante e não circulante somavam R$ 14 bilhões no fim de 2020.
O secretário disse ao O Globo que os dados recolhidos pelo banco de fomento mostram que os Correios não têm tecnologia, tem baixa produtividade e pouca competitividade.
Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), período em que as receitas de empresas ligadas ao comércio eletrônico disparou, o faturamento da estatal caiu 6%.
O lucro líquido da empresa no ano passado foi de R$ 1,5 bilhão, mas 60% desse montante (R$ 900 milhões) surgiu de efeitos não recorrentes, como adiantamento de impostos, resultado financeiro e reversão de provisões.
Segundo o Ministério da Economia, os Correios precisam investir cerca de R$ 2 bilhões por ano para manter-se competitivo frente aos seus pares, mas investe aproximadamente R$ 300 milhões anualmente. Isso, segundo Marc Cord, reforça a tese da necessidade da privatização.