A PRIO (PRIO3), antiga PetroRio, apresentou um desempenho financeiro acima do esperado pelo mercado, superando estimativas de analistas no lucro líquido e na receita, impulsionados pelo crescimento da produção e das vendas da companhia. Com os números, os papéis da empresa fecharam em alta de 4,22% no Ibovespa, ficando dentre as maiores altas do índice.
De acordo com o relatório divulgado pela PRIO nesta quarta (2), o lucro líquido recorrente atingiu US$ 184,6 milhões, um crescimento de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Considerando a norma IFRS 16, o crescimento foi de 25%, totalizando US$ 176,7 milhões.
O EBITDA ajustado, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, alcançou US$ 333,3 milhões no 2T23, representando um aumento anual de 24%.
A margem EBITDA ajustada também registrou uma elevação de 3 pontos percentuais, chegando a 74%.
A receita total da PRIO apresentou um salto expressivo de 41% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, totalizando US$ 532,5 milhões. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento dos níveis de produção (+174%) e vendas (+114%) da empresa.
O custo de extração (lifting cost) por barril de petróleo teve uma significativa redução, caindo de US$ 11,1 no 2T22 para US$ 7,40 no 2T23.
No entanto, o resultado financeiro líquido da PRIO foi negativo em US$ 63,1 milhões no segundo trimestre de 2023, apresentando uma elevação de 77% em relação às perdas financeiras da mesma etapa de 2022.
A dívida líquida da companhia registrou um recuo de 8% em comparação com a mesma etapa de 2022, totalizando US$ 1,512 bilhão. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/EBITDA ajustado, ficou em 1,1 vez em junho de 2023, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2022.
Cotação PRIO3
Aumento da produção e vendas impulsionam os resultados da Prio
A PRIO ressaltou que o resultado do trimestre também foi impactado por despesas de comercialização e imposto de exportação. Além disso, a empresa destacou que dois milhões de barris que foram produzidos no segundo trimestre foram vendidos apenas no início de julho, o que influenciou os resultados nessa temporada.
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O Campo de Frade foi responsável por mais da metade das receitas no trimestre, representando 58,2% do total. O cluster de Polvo e Tubarão Martelo participou com 21,4% das receitas, enquanto o recém-adquirido Campo de Albacora Leste influenciou 20,4% do montante.
Os resultados financeiros positivos da PRIO demonstram o crescimento sólido da empresa no setor de petróleo, impulsionado pelo aumento da produção e vendas. O mercado estará atento à trajetória da PRIO (PRIO3) na B3, acompanhando seu desempenho nos próximos trimestres.
‘Bom resultado, mas melhor ainda está por vir’, diz XP
Em análise sobre os números da companhia, a XP destacou que vê o resultado da PRIO do 2T23 com bons olhos. Os especialistas mantiveram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 56.
“O imposto de exportação de petróleo afetou as receitas em US$ 47 milhões, compensado por um novo recorde de baixa no lifting cost de US$ 7,4/bbl e despesas gerais e administrativas estáveis, mantendo a margem EBITDA em níveis saudáveis (71%). O FCL chegou a US$ 205 milhões, aumentando potencialmente no próximo trimestre, já que os offtakes devem aumentar fortemente em relação ao 2T23″, diz a casa.
“Os próximos passos a serem observados a partir daqui são o aumento nos níveis de eficiência para Albacora Leste, poço MUP3A em Frade retornando à atividade (adicionando potencialmente ~3/4kbbld dia de produção), notícias sobre potencial VOIP para o prospecto “Maracanã” em Frade e o desenvolvimento de Wahoo”, completa.
Segundo a XP, foi outro trimestre sólido para a PRIO, apesar dos ventos contrários do imposto de exportação de petróleo e das vendas mais baixas.
“Ainda vemos muitas opcionalidades para a tese e uma sólida geração de caixa. Mantemos nossa recomendação de compra e consideramos a PRIO nossa top pick no setor”, diz a XP