Prio (PRIO3) sobe no Ibovespa após vencer processo arbitral; Citi e XP revisam preço-alvo
A Prio (PRIO3) chegou a liderar o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) e acabou a sessão entre as maiores altas, com ações cotadas a R$ 50,86, exibindo alta de 2,12%, nesta sexta-feira (12). Às 12h35, no pico mais alto do dia, os papéis da companhia chegaram a valer R$ 51,88, subindo 3,53%. Apenas nesta manhã, o valor de mercado da empresa alcançou R$ 1,6 bilhão. No total, a Prio passa a valer R$ 46,092 bilhões, um recorde na história da petrolífera.
Um fator contribui para essa disparada da Prio no Ibovespa: a decisão favorável da Câmara de Comércio Internacional (ICC), na quinta-feira (11), no processo arbitral da concessão do Campo de Wahoo.
A ICC encerrou o processo afirmando não reconhecer as violações contratuais da companhia ou de suas subsidiárias, em decorrência da declaração de operação exclusiva do campo. Por causa dessa afirmação, a Prio vai continuar a executar o projeto de Wahoo individualmente e terá direito a 100% do óleo produzido. Além disso, a sócia indiana IBV deve reembolsar todos os custos legais e de arbitragem da empresa, segundo determinação da ICC.
Segundo analistas do Citi, essa decisão tem o potencial de impulsionar a produção de petróleo da Prio e resultar em menor custo operacional, uma vez que marca o fim da taxa de movimentação da Wahoo com o FPSO Frade.
O banco diz que o resultado da arbitragem representa um risco positivo para a tese de investimento na Prio. Entretanto, os analistas alertam para o risco representado pela greve no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que pode impactar o projeto, dependente da aprovação de duas licenças ambientais.
A XP Investimentos, por sua vez, diz que essa decisão da arbitragem é vista como uma importante validação para a Prio, consolidando sua posição no setor de petróleo e gás. Embora uma decisão favorável fosse amplamente esperada pelo mercado, a maioria dos analistas, incluindo a XP, não a considerou como um cenário base nos modelos, sendo uma opção adicional para a tese de investimento na empresa.
Citi e XP revisam preço-alvo da Prio após decisão favorável
Os analistas Gabriel Barra e André Cardona, do Citi, mantém uma recomendação de compra para as ações da Prio, com um preço-alvo de R$ 64, o que representa um potencial de valorização de 28,5% em relação ao fechamento do pregão anterior. Esse preço-alvo considera as reservas 2P atuais, além do Valor Presente Líquido (VPL) do crédito fiscal da empresa e as despesas gerais.
Já a XP atualizou seu preço-alvo para os papéis da Prio, a R$ 67,20 por ação. Essa revisão, diz o banco, reflete o impacto no fluxo de caixa livre de 2024, durante o período em que o Capex de Wahoo está sendo gasto, com uma compensação esperada a partir de 2025, quando a participação adicional no campo deve começar a refletir nos fluxos de caixa operacionais.
Entenda a disputa entre a Prio e a indiana IBV
Na quinta-feira (11), a Prio alcançou uma importante vitória em uma arbitragem relacionada ao campo de Wahoo, o que promete impulsionar significativamente suas reservas 1P e sua produção diária. A disputa arbitral envolveu a petroleira brasileira e a indiana IBV, parceira da Prio em Wahoo com 35,7% de participação acionária.
O cerne da disputa residia no fato de que a IBV optou por não participar dos investimentos para o desenvolvimento do campo de Wahoo, que possui reservas estimadas em 125 milhões de barris. Nesse contexto, a Prio acionou uma cláusula denominada “exclusive operation”, que permite a um sócio realizar os investimentos sozinho e ficar com 100% dos resultados caso o outro sócio decida não participar. A IBV discordou dessa ação e iniciou o processo arbitral.
Com a decisão favorável, a Prio agora terá direito a 100% das reservas do campo de Wahoo, prevendo-se uma produção diária estimada em 40 mil barris. Considerando o preço do barril em US$ 75, essa produção tem o potencial de gerar uma receita anual de US$ 1,1 bilhão para a Prio, com aproximadamente US$ 400 milhões provenientes da parcela que era da IBV, segundo cálculo do BTG.