Prio (PRIO3): aumento de capital de R$ 2 bilhões pode decepcionar investidores, alerta BBA. Entenda por quê
Depois que o conselho de administração da Prio (PRIO3) revelou ao mercado ter aprovado o aumento do capital social de R$ 2 bilhões, mediante capitalização de recursos alocados na reserva de lucros denominada “reserva de investimentos”, o Itaú BBA disse, nesta quinta-feira (29), que a medida prioriza crescimento, mas pode gerar expectativas altas para investidores imediatistas.
Em relatório, a analista Monique Martins pontua que o objetivo da reserva de investimentos da Prio é fortalecer ativos em produção, financiar projetos de desenvolvimento e explorar oportunidades futuras, alinhando-se à estratégia de crescimento da empresa e buscando equilibrar as expectativas dos acionistas.
Além disso, segundo a estrategista, o anúncio da Prio sobre aumento de capital reafirma a clara intenção da Prio em priorizar a expansão do negócio, mantendo flexibilidade financeira para reinvestir em ativos. Contudo, Martins pondera que a abordagem pode tomar outro rumo.
“Embora não possamos descartar a possibilidade de a empresa equilibrar seu plano de crescimento com o pagamento aos acionistas da Prio em 2024, pensamos que o anúncio pode decepcionar um pouco os investidores que esperavam que a empresa estivesse mais aberta ao pagamento de dividendos a curto prazo”, alerta.
Após a capitalização, segundo o BBA, a reserva de lucros remanescente de R$ 1,3 bilhão da Prio será equivalente a cerca de 16% do capital social da Prio e deve aumentar para até R$ 6,0 bilhões (80% do novo capital social). “Dessa forma, a capitalização da reserva de lucros dá ao Prio mais flexibilidade para decidir a melhor alocação para o lucro do ano, podendo ser por meio de pagamento de dividendos e/ou aumento das reservas de lucros”, escreve Martins.
O BBA estima que a empresa, com a divulgação de resultados do quarto semestre de 2023 (4T23 da Prio), apresente lucro líquido de R$ 4,7 bilhões em 2023.
Prio é a favorita do BTG entre as empresas juniores de petróleo
O BTG Pactual projeta um quarto trimestre de 2023 (4T23) sem muitos catalisadores positivos para as empresas juniores de petróleo. Neste contexto, a Prio (PRIO3) continua sendo a principal escolha do banco no segmento, suportada pela robusta geração de caixa em 2024 e 2025.
A Prio divulgará seus resultados em 11 de março, antes da abertura do mercado. Embora a produção esteja estável em 100,3 kb/d (aumento de 0,4% trimestre a trimestre), as vendas caíram 14% para 8,4 milhões de barris.
“Isso, combinado com preços mais baixos do petróleo e despesas de marketing mais altas, leva à previsão de um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) IFRS16 de US$ 517 milhões (US$ 505 milhões ex-IFRS16), uma redução de 20% em relação ao trimestre anterior”, comenta o BTG.
Os custos de produção da Prio são estimados em US$ 6,8/bbl, ultrapassando o limite de US$ 7/bbl pela primeira vez. As receitas líquidas são projetadas em US$ 664 milhões, com lucros de US$ 311 milhões e fluxo de caixa de US$ 266 milhões.
Pelo lado da 3R Petroleum (RRRP3), que irá divulgar os resultados dia 6 de março, é esperada uma queda sequencial do Ebitda de 14%, para US$ 146 milhões (R$ 723 milhões), explicado principalmente pelos fortes resultados de downstream no terceiro trimestre.
“Nossa previsão de Ebitda não incorpora resultados de refino, portanto, em uma comparação “mesma base” (apenas upstream/corporate), a queda do Ebitda deverá ser pequena (-4,7% t/t) decorrente dos preços mais baixos do petróleo”, explica o BTG.
No quarto trimestre, espera-se que a 3R Petroleum apresente melhorias operacionais significativas devido ao crescimento da produção em 8% para 46,1 mil boe/d. Isso ajudará a empresa a diluir custos fixos, especialmente no campo Papa-Terra. As estimativas para o trimestre incluem receitas líquidas de US$ 278 milhões e lucros de US$ 122 milhões.
Por fim, a PetroRecôncavo (RECV3) divulgará seus resultados em 5 de março, após o fechamento do mercado. No quarto trimestre, a empresa enfrentou contratempos devido a paralisações de manutenção em ativos midstream operados pela RRRP. Isso resultou em uma produção menor de 25,4 kboe/d (-9% trimestre a trimestre), redução na monetização do gás e maiores despesas com vendas devido ao uso de transporte rodoviário.
Prevê-se que o Ebitda caia 25% para US$ 58 milhões, o menor em 2023. No entanto, a produção de janeiro da empresa mostrou melhorias, sugerindo alguma normalização das operações no primeiro trimestre de 2024. “As estimativas para o quarto trimestre incluem receitas líquidas de US$ 139 milhões, lucro de US$ 21 milhões e fluxo de caixa de US$ 14 milhões”, diz o BTG.