A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20) pela manhã. Ela fez um discurso do lado de fora da sede do governo anunciando sua saída. Truss é a líder que menos tempo ficou no cargo na história do país, com apenas 45 dias no poder.
“Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato pelo qual fui eleito pelo Partido Conservador. Portanto, falei com Sua Majestade, o Rei, para notificá-lo de que estou renunciado ao cargo de líder do Partido Conservador”, disse Liz Truss há pouco.
Truss, que substituiu Boris Johnson em 5 de setembro no comando do país, já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar por parte do mercado e dentro de seu próprio partido.
A grande instabilidade ao redor do governo da ex-premiê foi fruto dos problemas econômicos gerados pelo pacote de medidas apresentado por Truss para um corte amplo de impostos no país, além de um empréstimo bilionário para cobrir o rombo das contas públicas.
Plano econômico de Liz Truss levou à renúncia
O Partido Conservador vive uma crise desde o governo de Boris Johnson, que renunciou depois de uma debandada de ministros.
A proposta econômica da ex-premiê, de corte de impostos, foi mal recebida no país, em um momento no qual a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10%, em sua maior taxa nos últimos 40 anos. Como parte da reação ao planejamento, a libra caiu para o menor valor da história em relação ao dólar.
O novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, reverteu as mudanças anunciadas pela primeira-ministra, aprofundando a crise no governo. Kwasi Kwarteng, o antigo responsável pela pasta, havia sido demitido do cargo na última sexta-feira (14). A carta divulgada por Kwarteng endereçada à chanceler dizia que ela pediu para que ele “ficasse de lado”.
Segundo a BBC, antes de Liz Truss, o mandato mais curto de um primeiro-ministro havia sido de George Canning, que ficou no cargo por 119 dias, antes de morrer, em 1827.
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