Sachsida: Previdência não é suficiente para retomar taxas de crescimento
O Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira (21) que a reforma da Previdência não é suficiente para retomar as taxas de crescimento do Brasil.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Adolfo Sachsida ressaltou que não há como consertar o problema econômico do País sem a reforma da Previdência. Entretanto, o secretário declarou que o Brasil enfrenta um problema de má alocação de recursos que também deve ser corrigido.
“É quando você, por meio de uma política pública, direciona recursos para setores que não são os mais eficientes. Exemplo: você direcionou R$ 2 bilhões para construir um estádio de futebol em Brasília. Para que serve? Para nada. Só que tem outro problema: todo ano tem de colocar R$ 40 milhões para mantê-lo”, exemplificou Sachsida.
Segundo o economista, a reforma irá gerar expectativas positivas ao mercado que serão convertidas em investimento. Ele afirmou ainda que é necessário rever o FI-FGTS e o PIS/PASEP.
Crescimento do PIB
O secretário de Política Econômica ressaltou que as medidas podem impactar o PIB se saírem em até dois meses. Para Sachsida, é possível fazer com que as medidas sejam aplicadas em um curto período porque são positivas.
Por outro lado, o economista falou sobre as dificuldades para aprovar a reforma. “Entendo quem está tomando a decisão também. Você está a dois meses de aprovar uma das reformas mais importantes já feitas na economia brasileira nos últimos dez anos. As pessoas não querem arriscar por três, quatro votos perder uma reforma dessa”, disse Sachsida.
Os economistas entrevistados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus reduziram pela 16ª vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Assim, no boletim divulgado na última segunda-feira (17), a expansão da economia brasileira para este ano está prevista em 0,93%.
Saiba mais: Boletim Focus: Previsão do PIB é reduzida pela 16ª vez seguida
Adolfo Sachsida falou sobre a previsão de crescimento do Boletim Focus e disse que é necessário agir rápido para que a situação não fique ainda pior.
Segundo ele, aprovar a reforma da Previdência ajudará muito, mas não fará com que o crescimento do PIB ultrapasse 1,6%. “Hoje, 1,6% está quase um sonho muito distante. Se a gente não agir rápido… Já está em 1% e temos de agir para a coisa não ficar pior ainda”, declarou o economista.