IPCA-15: prévia de inflação avança em 0,58% em janeiro; preço da gasolina cai 1,78%

A prévia da inflação oficial do Brasil, registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), tem alta de 0,58%, mas desacelerou em janeiro, após alta de 0,78% em dezembro.

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De acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (26), o acumulado de 12 meses foi de 10,20%, depois de bater 10,42% nos 12 meses imediatamente anteriores. Na comparação do mesmo período em 2021, o IPCA-15 foi de 0,78%.

O resultado aponta que a queda de 0,41% no grupo de transportes foi influenciada pela diminuição dos preços de gasolina, com recuo de 1,78%, assim como o valor das passagens aéreas, que caiu 18,21%. Outras reduções significativas do período foram o etanol (-3,89%) e o gás veicular (-0,26%).

Mas oito grupos do IPCA-15 também sofreram alta em janeiro, como alimentação e bebidas, com +0,97%, puxadas pela alta de 1,03% na alimentação no domicílio. A alimentação fora do domicílio subiu 0,81%, acelerando em relação à alta de 0,08% registrada em dezembro.

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Outro grupo com alta significativa foi o de saúde e cuidados pessoais, crescendo 0,93%, com destaque para os itens de higiene pessoal. Houve aumento de 3,79% em janeiro. Já os planos de saúde recuaram 0,69%, após a incorporação, em dezembro, da última fração mensal do reajuste anual suspenso em 2020. Conforme os dados do IBGE, durante o mês, foi incorporada a fração do reajuste de -8,19%, anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado.

Demais destaques incluem habitação e vestuário

O grupo habitação subiu 0,62%, refletindo o impacto da alta de 1,55% no aluguel residencial. Também tiveram alta o gás encanado (8,40%), consequência do reajuste de 17,64% em São Paulo.

Por outro lado, a energia elétrica desacelerou para 0,03%, depois de subir 0,96% em dezembro. A taxa de água e esgoto subiu 0,28%, com o reajuste de 9,05% ocorrido em Salvador.

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Uma das maior variações foi no grupo de vestuário, que subiu 1,48%. Todos os itens pesquisados ficaram mais caros, como roupas masculinas (2,35%), roupas femininas (1,19%) e calçados e acessórios (1,20%). Nos artigos de residência, a alta foi de 1,4%, com destaques para a alta de 2,26% nos eletrodomésticos e equipamentos e de 2,04% nos itens de mobiliário.

Despesas pessoais subiram 0,51% em janeiro, educação ficou 0,25% mais cara e comunicação subiu 1,09%.

De acordo com o IBGE, todas as áreas pesquisadas para o IPCA-15 tiveram alta em janeiro. A maior foi na região metropolitana de Salvador, onde a taxa subiu 1,08%, influenciada pelos itens de higiene pessoal (4,57%) e pelas frutas (9,90%). O menor resultado foi o de Brasília, com alta de 0,19%, impactada pela queda no preço da gasolina (-4,89%) e das passagens aéreas (-14,37%).

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IPCA-15: surpresas

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, comenta o resultado: “O IPCA-15 de janeiro surpreendeu a nós, que esperávamos 0,45% e a mediana do mercado em 0,44%. Em 12 messes o IPCA-15 desacelerou na margem, de 10,42% para 10,20%, mas isso não alivia em nada a perspectiva inflacionário que segue muito ruim.”

Sanchez acrescenta: “Nossa surpresa foi disseminada em diversos grupos. Observamos surpresas altistas em nossas projeções. Aluguel residencial foi subestimado por nós em 3bps, seguido de artigos de residência e Transportes (2bps cada) e vestuários (5bps). Outros dois destaques altistas foram cuidados pessoais (3bps) e reajuste de “combo de telefonia, internet e TV por assinatura.”

E conclui: “Na contramão tivemos um único foco de surpresa baixista, Alimentação no domicílio, superestimado em 5bps, dos quais 3 estiveram em frutas. A perspectiva inflacionária é muito ruim tendo em vista que as pressões altistas tenderão a perdurar pelo menos na próxima divulgação e os alívios tendem a não serem consistentes, dada as intempéries climáticas correntes. Preliminarmente subimos nossa perspectiva para janeiro de 0,44% para 0,57%.”

Relatório do BTG Pactual complementa: “O avanço nos grupos de Alimentação, com destaque para alimentos in natura, e a recomposição dos preços da Black Friday, observados em Cuidados Pessoais, Vestuário e Artigos de Residência, mantiveram o indicador no patamar positivo e colaboraram pelo dado acima do esperado. A despeito da desaceleração, a composição do resultado segue ruim, com elevada Difusão (74,4%) e relevante pressão no componente subjacente de Serviços e em Bens Industriais.”

Diferença IPCA-15 e IPCA

O IPCA-15 difere do IPCA (inflação oficial do Brasil) apenas no período de coleta, que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e na abrangência geográfica.

Atualmente, a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. As informações são do IBGE.

 

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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